Durante o sec.XV começam a ser lançadas as sementes do que virá a florescer como o Mundo Moderno. A Europa transforma-se e define os novos espaços politicos e economicos e afirma as suas novas soberanias. Novas ideias dao origem às grandes correntes filisoficas que estarao na origem das principais ideologias que hoje discutimos, e o desenvolvimento das ciencias e das artes é impulsionado como até ai nunca tinha sido, confirmando definitivamente a Europa como o principal polo cientifico e cultural do mundo.
Já nessa altura Portugal era um Estado periférico: politica e militarmente subjugado pelos poderosos Reinos de Castela e Aragão e economicamente longe dos florescentes mercados Germânicos e Italianos, não tinhamos aparentemente argumentos para nos pudermos afirmar na nova ordem mundial. No entanto conseguimos garantir o nosso lugar nessa viragem da História e, através das nossas navegações e explorações, assumimos mesmo um papel ao nivel dos mais poderosos.
Na base deste sucesso esteve a arte de saber potenciar alguns dos factores mais significativos que entao caracterizavam o Reino:
- O facto de termos sido um dos primeiros Estados a conseguir um periodo relativamente prolongado de paz e estabilidade
- A nossa situaçao geografica
- Relacoes “priveligiadas” com os povos muçulmanos
- Uma geraçao educada e motivada, superiormente representada pelo Infante D.Henrique
Hoje, cerca de 600 anos depois, o Mundo atravessa de novo uma época de grandes mudanças: as velhas ideologias estao a ser lentamente substituidas por novas filosofias e utopias mais adequadas aos desafios e ameaças modernos, os mapas politicos e economicos estao a sofrer mutaçoes significativas e as ciencias e o conhecimento estao à beira de ultrapassar barreiras que abrirao as portas de novas dimensoes.
Como no sec. XV Portugal está de novo na periferia destas grandes revoluções. Como entao, Portugal nao tem “mao” para jogar com as regras dos poderosos e arrisca-se de novo a ficar de for a desta nova viragem. Só um Novo Portugal podera aspirar a alcançar novamente um lugar no pelotao da frente. Só um Portugal que encontre de novo os seus trunfos especificos e que os saiba utilizar para descobrir novas rotas para o Futuro poderá fugir da sua condiçao periférica e voltar a mostar-se ao mundo.
Seremos capazes? Eu julgo que sim!
O que é preciso? Vontade!
UMA SOMBRA SOBRE O MUNDO !
Eleições na Palestina. O partido islâmico Hamas vence com maioria. Este partido não reconhece Israel, não negoceia, não reconhece o direito de Israel e não desarma. É adepto da politica dos atentados suicidas e não reconhece nenhum acordo com Israel. Ao contrário de Mhamoud Abbas que dava esperança de um acordo ser possível. Esperemos pela coabitação. Ao lado, Sharon, que tinha percebido que não havia paz sem um Estado Palestiniano independente está morto politicamente. Daqui a dois meses há eleições em Israel. Com o novo governo na Palestina espera-se que em Israel o governo saído das eleições não será brando !
A par destes desenvolvimentos, o cenário no Irão continua muito perigoso. Com Ahmadinejad guinchando contra Israel, diz querer empurrar Israel para a Europa, afirmando ser o holocausto, um mito. A par disto continua o seu programa nuclear sem medo de ninguém.
O Iraque está à beira da guerra civil entre xiitas e sunitas e é hoje um viveiro de terroristas. Apesar das eleições, a situação está muito longe de estar estável.
A Síria também tem uma situação explosiva e o Afeganistão não está pacificado.
No outro lado os Estados Unidos e o seu Presidente Bush estão em sérias dificuldades a nível interno, vai ser obrigado a retirar do Iraque, não tem capacidade politica (e duvido que tenha capacidade económica) para ir ao Irão e portanto não conseguirá cumprir o seu papel de Polícia do mundo.
A Europa, sempre dividida e sem voz única, baloiçando entre os interesses, os medos e os princípios, não tem capacidade nem militar nem política e ameaça cortar na ajuda económica está à mercê dos Aliados.
De lado a Rússia e, principalmente a China, sorriem. Aguardam que o Império Americano (Ocidental ?) comece a ruir.
A par da situação no Médio Oriente temos a guerra ao Terrorismo...
É uma sombra muito negra sob o planeta...
A Paz é o maior bem da Humanidade ! Antes de comer e beber, todos os animais salvam a vida. A Segurança é a primeira na pirâmide das necessidades.
Como é possível esta irracionalidade ?
Como é possível algum palestino que queira a paz, votar no Hamas ?!
É a Jihad !
E nós cá ? Basta imaginar o que seria ter o barril de petróleo a mais de cem dólares. E fora o resto...
Saúdinha
Hamas vence eleições na Palestina. E agora?
Eleições na Palestina. Venceu, com significativa maioria o Hamas. Organização que não reconhece Israel, e aposta na luta armada terrorista. As organizações internacionais, incluindo a União Europeia assim o classificam. O povo palestino farto da corrupção da Fatah, decidiu escolher o Hamas cujas promessas eleitorais são impossiveis de cumprir. Estados Unidos e Israel declaram que não continuarão a negociar enquanto o Hamas não depuser as armas e reconhecer o estado de Israel. Nas suas primeiras declarações, o dirigente do partido vencedor com maioria absoluta dos lugares do parlamento parece algo surpreso. Agora com a responsabilidade de trabalhar e tratar dos problemas do seu povo como vai ser? Será que este dado novo servirá para clarificar qual a vontade dos palestinianos? Paz e convivência com o vizinho Israel ou, a luta pela extinção de Israel até a sua "culpa" estar totalmente paga? A seguir, nos próximos capítulos...
Hilariante
«Saudada» a minha chegada pelo Rantas, dos nossos amigos do Revisão da Matéria, num post que intitulou Novas ideias no Merdex, verifico que continua intacta a arrogância esquerdista de se considerar a «boa consciência» do mundo, os fiéis depositários da Verdade.
Começa mal, ao publicar um post noutro blog, não me dando conhecimento através dum comentário no meu e queixando-se da falta de resposta num comentário a outro post do Merdex.
Classifica as ideias que expresso sobre Mário Soares aqui como «originais». Mesmo pondo a palavra entre aspas, finge não conhecer que as ideias sobre a personalidade do visado são partilhadas por uma maioria grande dos portugueses, ou os documentos históricos que relatam o seu papel na descolonização. E se classifico esta de criminosa, é por entender (e muito bem acompanhado) que, mesmo em 1975, teria sido possível fazê-la sem as consequências desastrosas que teve para as populações autóctones e para os portugueses aí residentes. A história recente de Timor, Guiné, Angola ou Moçambique, com toneladas de mortos, fome, guerras, corrupção e milhares de etc. justifica bem o adjectivo que usei, mesmo que com liberdade em relação ao Código Penal.
Como must, a velha costela censória dos seres cheios de si mesmos, que se permitem dividir as leituras entre boas e más, do alto de um qualquer Olimpo moral (cheio de lápis azuis) onde obviamente se encontram. Ainda não perceberam que o pluralismo implica que as ideias não são boas ou más por serem, respectivamente, iguais ou diferentes das nossas. A esquerda no seu melhor. É nestes pequenos pormenores eles se descaiem em relação à sua matriz antidemocrática, como qualquer bom dono da verdade.
E quem não concorda com eles, pertence necessariamente «às franjas mais (sublinhado meu) extremistas», a que, apesar de tudo (sublime magnanimidade), é positivo dar voz.
Isto dito por quem escreve aqui que «a "sociedade civil", quando largada à solta, tende a votar estupidamente». Só é hilariante porque põe à vista o íntimo destes «modernos» pensadores sem eles se aperceberem.
Por não me parecer que o local indicado para continuar uma conversa, que se transformaria a dois, sejam os posts, só lhe darei seguimento, se caso disso, nos comentários.
Democracia Directa
Os Portugueses opinam que a reforma que deverá ser a prioridade do Governo sao de facto duas em igualdade de circunstancias: Administracao Publica e a Justica (cada uma com uma percentagem de 33%* dos inquiridos).
Para esta semana escolhemos o tema da Europa e quais os modelos que mais beneficiariam Portugal.
Ide Opinar!
* A margem de erro deve ser sensivelmente a mesma do que a das previsoes da Eurosondagem para os resultados do MS.
Para esta semana escolhemos o tema da Europa e quais os modelos que mais beneficiariam Portugal.
Ide Opinar!
* A margem de erro deve ser sensivelmente a mesma do que a das previsoes da Eurosondagem para os resultados do MS.
Novo Colaborador
Como já puderam constatar o Merdex tem um novo colaborador que assina como Obelix.
Assim, pela primeira vez no seu já longo historial, o Merdex publica os escritos de um elemento que nao pertence à sua Redacao.
O mérito, é claro, vai todo para o Obelix!
Sejas bem-vindo!
Assim, pela primeira vez no seu já longo historial, o Merdex publica os escritos de um elemento que nao pertence à sua Redacao.
O mérito, é claro, vai todo para o Obelix!
Sejas bem-vindo!
VAI HAVER SEGUNDA VOLTA ?
Chegámos finalmente ao fim da campanha.
Campanha triste, pobre, miserável. Não consegui perceber qual os grandes ideais, os grandes principios dos candidatos. A grande mensagem foi : eu vou dar mais estabilidade do que tu ! E pouco mais...
Ninguém falou do papel de Portugal no mundo, no que poderia representar o Presidente como elo de ligação entre toda a comunidade lusófona, desde as Américas, Brasil, Áfricas, passando pela Europa até ao Oriente, China e Japão e ainda Timor. Somos um país tão pequeno e ao mesmo tempo tão grande. Será que não seria possível o Presidente fomentar e construir uma grande plataforma cultural e que se tornaria económica e depois até política? Não são os países irmãos ? Não temos uma Língua e uma História que nos une ?
E em relação à Europa, alguém ouviu dizer qualquer coisa ? Depois dos não à Constituição Europeia, da dificuldade em chegar a um orçamento (que foi agora chumbado pelo Parlamento), do alargamento, da questão turca, da questão da Imigração. Alguém falou disso ? Mas não deviam falar ? E da Defesa ? Deverá Portugal manter-se na Nato, aprofundar uma defesa própria no seio da União Europeia ou não ? E quanto à ameaça do Terrorismo ? Nem uma palavra ! E neste momento que cai uma sombra sobre o Mundo com a questão Iraniana?
Nada. Nada! Nada !
Em vez disso, fala-se em golpe constitucional, fala-se do passado, fala-se da governação, chegou-se ao cúmulo de, algumas candidaturas clamarem pela intervenção presidencial sobre os aumentos da Função Pública...
Enfim, vai chegar ao fim esta campanha.
E será que vamos ter que aturar outra campanha ? As sondagens têm vindo a mostrar uma queda de Cavaco. Neste momento é uma probabilidade séria, termos uma segunda volta.
Os indecisos, ao que dizem cerca de 10%, são na maioria eleitorado próximo do PS, que não se sente representado por nenhum candidato.
Sou de opinião que se esse eleitorado se mobilizar por qualquer razão (não estou a ver qual) e for votar, vamos ter 2ª volta, caso contrário fica já tudo resolvido.
Cá por mim, que me incluo nesse eleitorado, já decidi. Fico em casa.
Saúdinha
Cavaco-À direita um voto de esperança mas triste
A-Algumas razões para um voto
1-1985/1995-uma das décadas de maior crescimento em Portugal no último século;
2-Os adversários
2.1-Garcia Pereira
O novo «grande educador da classe operária» ainda nem sequer percebeu que aquela já se transformou numa burguesia consumista, e a sua China é hoje um modelo do que ninguém quer, mesmo que com muito futuro económico. Os excluídos são hoje outros, e estes leitores atentos de Marx, Lenine, Estaline e Mao ainda vivem no século XIX, apesar de exibirem fotografias no seu site a praticarem as actividades mais capitalistas, desde o sky ao ténis. Falta talvez o golf...Que saudades do «realismo socialista»...E o guarda-roupa das acções de campanha vistas na TV? Desde um barrete inclassificável até um cachecol muito gay, tudo vimos.A esquecer.
2.2-Francisco Louçã
A irritação suprema. A rameira armada em virgem, moralista como se fosse o depósito único da virtude. A técnica, a inteligência, o marketing ao serviço de uma iniquidade. Hitler já mostrou como fazer. Como é que um adorador antigo da Albânia tem o desplante de falar em Liberdade e Justiça, sem se retratar das suas anteriores (?) convicções? Nojento é uma palavra feia, mas este candidato dá-me vómitos. Se alguma coisa se pede a uma consciência é que tenha moral.
2.3-Jerónimo de Sousa
Um dos melhores produtos made in PCP. Faz-me lembrar um pouco um filme dos anos 20, completamente fora de tempo, mas apesar de tudo credível.É como um regresso ao passado, em que as nossas recordações só retêm os acontecimentos cor-de rosa. Entre D. Quixote e o pirata dos livros do Asterix, escolho definitivamente este último: talvez até tenha bom fundo, mas só serve para levar porrada. E não me esqueço do que foi o socialismo real, com toda a sua prepotência, violência e iniquidade, algo que retira a qualquer dirigente comunista a desculpa das boas intenções...
2.3-Mário Soares
O deficiente etário. A construção dos media. Não me esqueço do seu papel na descolonização criminosa que fizémos, bem descrito, por exemplo, no livro do General Pedro Cardoso, da tragédia a que conduzimos os Palop. Sabe-se hoje também que veio de Paris coligado com o PC numa frente popular, tendo sido a sua sede de protagonismo que o levou à ruptura já bem em 1975, quando percebeu que com os comunistas a primeira figura seria sempre Cunhal. A construção mediática do seu exagerado papel de factor decisivo na derrota dos regimes populares é mais um mito da transição para a democracia, embora não lhe negue coragem e um co-papel muito importante, provavelmente pelas más razões, a do auto-convencimento e arrogância. Completamente sem nada a dizer, nem de novo nem de antigo, numa postura de monarca frustrado, a sua escolha pelo PS parece-me mais uma armadilha de Sócrates que uma aposta empenhada do partido. E se o grande argumento da esquerda contra Cavaco é a sua década de governação, há uma pergunta que me parece incontornável: quem era o PR?
2.4-Manuel Alegre
Se ainda acreditasse no bom selvagem de Rousseau e na utopia das boas intenções completamente desligada da realidade, i.e., se a minha matriz fosse de esquerda, este seria sem dúvida o meu candidato, certamente esquecendo acusações antigas do PC sobre Argel. Um filme misto de Felini e Bertolucci, parece-me um caso exemplar de quem se candidata pelaas boas razões: não gostou de ser usado e enganado pelo PS, tem convicções e causas (mesmo que líricas), reagiu à deriva monárquica de MS como bom republicano.
3-Diz a teoria económica que a confiança é uma das mais importantes variáveis no crescimento. Parece-me óbvio que, mesmo que irracionalmente dados os poderes do PR, Cavaco é o único cuja eleição pode (vai) trazer esse valor acrescentado.
4-Em quase toda a Europa, excluindo a Escandinávia, foi a Direita (fundamentalmente democrata-cristã) que trouxe a justiça social e a maior parte daquilo a que chamamos modelo social europeu, duma forma que só agora a demografia começa a por em causa a sustentabilidade.
5-O único Governo que realmente praticou a concertação social sem se demitir das suas responsabilidades.
6-Por todas as razões enunciadas no post do Alex, só neste candidato encontramos por um lado uma prática passada com aqueles objectivos, por outro ideias sobre uma estratégia para o futuro. À esquerda tudo se resume a «Cavaco não».
B-Mas é um voto triste
1-Não me esqueço de uma segunda maioria que o ultrapassou, transformando o País num quase laranjal.
2-Não me esqueço dum desenvolvimento desiquilibrado, do agravamento da transformação do País numa quase só faixa litoral de 30Km.
3-Não me esqueço do que se fez com os fundos para formação profissional, com a grande ajuda (ou iniciativa?) dos sindicatos.
4-Não me esqueço da troca do futuro do nosso sector primário por fundos.
5-Não me esqueço de que, se não é o pai do monstro, é pelo menos o padrinho.
6-Não me revejo na postura ultra-tecnocrática.
C-Previsões
Vencedor-Cavaco à primeira
2º Manuel Alegre
3º Mário Soares
4º Jerónimo de Sousa
5º Louçã
6º Garcia Pereira
1-1985/1995-uma das décadas de maior crescimento em Portugal no último século;
2-Os adversários
2.1-Garcia Pereira
O novo «grande educador da classe operária» ainda nem sequer percebeu que aquela já se transformou numa burguesia consumista, e a sua China é hoje um modelo do que ninguém quer, mesmo que com muito futuro económico. Os excluídos são hoje outros, e estes leitores atentos de Marx, Lenine, Estaline e Mao ainda vivem no século XIX, apesar de exibirem fotografias no seu site a praticarem as actividades mais capitalistas, desde o sky ao ténis. Falta talvez o golf...Que saudades do «realismo socialista»...E o guarda-roupa das acções de campanha vistas na TV? Desde um barrete inclassificável até um cachecol muito gay, tudo vimos.A esquecer.
2.2-Francisco Louçã
A irritação suprema. A rameira armada em virgem, moralista como se fosse o depósito único da virtude. A técnica, a inteligência, o marketing ao serviço de uma iniquidade. Hitler já mostrou como fazer. Como é que um adorador antigo da Albânia tem o desplante de falar em Liberdade e Justiça, sem se retratar das suas anteriores (?) convicções? Nojento é uma palavra feia, mas este candidato dá-me vómitos. Se alguma coisa se pede a uma consciência é que tenha moral.
2.3-Jerónimo de Sousa
Um dos melhores produtos made in PCP. Faz-me lembrar um pouco um filme dos anos 20, completamente fora de tempo, mas apesar de tudo credível.É como um regresso ao passado, em que as nossas recordações só retêm os acontecimentos cor-de rosa. Entre D. Quixote e o pirata dos livros do Asterix, escolho definitivamente este último: talvez até tenha bom fundo, mas só serve para levar porrada. E não me esqueço do que foi o socialismo real, com toda a sua prepotência, violência e iniquidade, algo que retira a qualquer dirigente comunista a desculpa das boas intenções...
2.3-Mário Soares
O deficiente etário. A construção dos media. Não me esqueço do seu papel na descolonização criminosa que fizémos, bem descrito, por exemplo, no livro do General Pedro Cardoso, da tragédia a que conduzimos os Palop. Sabe-se hoje também que veio de Paris coligado com o PC numa frente popular, tendo sido a sua sede de protagonismo que o levou à ruptura já bem em 1975, quando percebeu que com os comunistas a primeira figura seria sempre Cunhal. A construção mediática do seu exagerado papel de factor decisivo na derrota dos regimes populares é mais um mito da transição para a democracia, embora não lhe negue coragem e um co-papel muito importante, provavelmente pelas más razões, a do auto-convencimento e arrogância. Completamente sem nada a dizer, nem de novo nem de antigo, numa postura de monarca frustrado, a sua escolha pelo PS parece-me mais uma armadilha de Sócrates que uma aposta empenhada do partido. E se o grande argumento da esquerda contra Cavaco é a sua década de governação, há uma pergunta que me parece incontornável: quem era o PR?
2.4-Manuel Alegre
Se ainda acreditasse no bom selvagem de Rousseau e na utopia das boas intenções completamente desligada da realidade, i.e., se a minha matriz fosse de esquerda, este seria sem dúvida o meu candidato, certamente esquecendo acusações antigas do PC sobre Argel. Um filme misto de Felini e Bertolucci, parece-me um caso exemplar de quem se candidata pelaas boas razões: não gostou de ser usado e enganado pelo PS, tem convicções e causas (mesmo que líricas), reagiu à deriva monárquica de MS como bom republicano.
3-Diz a teoria económica que a confiança é uma das mais importantes variáveis no crescimento. Parece-me óbvio que, mesmo que irracionalmente dados os poderes do PR, Cavaco é o único cuja eleição pode (vai) trazer esse valor acrescentado.
4-Em quase toda a Europa, excluindo a Escandinávia, foi a Direita (fundamentalmente democrata-cristã) que trouxe a justiça social e a maior parte daquilo a que chamamos modelo social europeu, duma forma que só agora a demografia começa a por em causa a sustentabilidade.
5-O único Governo que realmente praticou a concertação social sem se demitir das suas responsabilidades.
6-Por todas as razões enunciadas no post do Alex, só neste candidato encontramos por um lado uma prática passada com aqueles objectivos, por outro ideias sobre uma estratégia para o futuro. À esquerda tudo se resume a «Cavaco não».
B-Mas é um voto triste
1-Não me esqueço de uma segunda maioria que o ultrapassou, transformando o País num quase laranjal.
2-Não me esqueço dum desenvolvimento desiquilibrado, do agravamento da transformação do País numa quase só faixa litoral de 30Km.
3-Não me esqueço do que se fez com os fundos para formação profissional, com a grande ajuda (ou iniciativa?) dos sindicatos.
4-Não me esqueço da troca do futuro do nosso sector primário por fundos.
5-Não me esqueço de que, se não é o pai do monstro, é pelo menos o padrinho.
6-Não me revejo na postura ultra-tecnocrática.
C-Previsões
Vencedor-Cavaco à primeira
2º Manuel Alegre
3º Mário Soares
4º Jerónimo de Sousa
5º Louçã
6º Garcia Pereira
O Referendo Aeroporto e TGV
Surgiu há dias uma iniciativa de um grupo de cidadãos que veio defender que a construção do novo aeroporto e do comboio de alta velocidade devia ser sujeito a referendo.
Houve quem achasse uma boa ideia, como eu próprio, houve quem achasse um perfeito disparate.
Argumentam os segundos que estas duas questões são essencialmente questões técnicas e que portanto a sua discussão deve ser deixada aos técnicos. Referendá-las só serviria para aumentar o “ruído” à volta da já acalorada discussão além de que correríamos o risco de a população dizer sim a uma solução tecnicamente menos boa. Para mais, abriria um precedente perigoso e toldaria a futura margem de manobra do Governo.
Argumentos válidos sem dúvida que obrigam a uma reflexao sobre o que é, ou nao, matéria referendável. Pela minha parte gostaria de dizer o seguinte:
1.A localização do aeroporto e o traçado do TGV são questões meramente técnicas onde os “achismos” se devem realmente limitar às conversas de café. Não são estas questões que se devem referendar. O que eu penso que se deveria referendar era a oportunidade de, hoje, o Governo se lançar ou não no empreendimento de duas obras públicas de grande envergadura. Referendá-las, obrigaria alguém a justificar porque é que o país precisa de um novo aeroporto e de um comboio de alta velocidade ou porque é que estes dois investimentos não são agora nem essenciais nem oportunos.
2.Não partilho a relutancia em referendar obras públicas. Ora se elas são públicas eu acho que é natural que o público seja chamado a emitir a sua opinião sobre elas. Se a nossa Associação de Condóminos quer pintar o prédio é natural que ouça a opinião dos moradores antes de tomar a decisão; depois logo poderá decidir se vai ser ao rolo ou à trincha.
3.A democracia representativa pode ser muito bonita mas em Portugal não "representa" muito bem. Os representantes, logo no dia em que são eleitos, deixam rapidamente de representar quem os elegeu para passarem a representar a disciplina partidária e tudo o que ela implica. O sentimento de que é assim está generalizado: a prová-lo estão as vozes que precisamente se levantam para questionar a localização do aeroporto e os traçados do TGV, demonstrando uma total falta de confiança nas decisões dos seus eleitos porque estão convencidos que por detrás delas estão cedências a “outros”interesses que não o público.
4.Eu defendo que uma das formas de lutar contra a pouca credibilidade da ética dos poderes públicos é aumentar o grau de participação dos cidadãos na decisão política. Referendar é uma forma de responsabilizar o cidadão e sistematizar o debate.
5.A opção de fazer um novo aeroporto e uma nova linha de alta velocidade não são opções técnicas; são opções políticas.
Houve quem achasse uma boa ideia, como eu próprio, houve quem achasse um perfeito disparate.
Argumentam os segundos que estas duas questões são essencialmente questões técnicas e que portanto a sua discussão deve ser deixada aos técnicos. Referendá-las só serviria para aumentar o “ruído” à volta da já acalorada discussão além de que correríamos o risco de a população dizer sim a uma solução tecnicamente menos boa. Para mais, abriria um precedente perigoso e toldaria a futura margem de manobra do Governo.
Argumentos válidos sem dúvida que obrigam a uma reflexao sobre o que é, ou nao, matéria referendável. Pela minha parte gostaria de dizer o seguinte:
1.A localização do aeroporto e o traçado do TGV são questões meramente técnicas onde os “achismos” se devem realmente limitar às conversas de café. Não são estas questões que se devem referendar. O que eu penso que se deveria referendar era a oportunidade de, hoje, o Governo se lançar ou não no empreendimento de duas obras públicas de grande envergadura. Referendá-las, obrigaria alguém a justificar porque é que o país precisa de um novo aeroporto e de um comboio de alta velocidade ou porque é que estes dois investimentos não são agora nem essenciais nem oportunos.
2.Não partilho a relutancia em referendar obras públicas. Ora se elas são públicas eu acho que é natural que o público seja chamado a emitir a sua opinião sobre elas. Se a nossa Associação de Condóminos quer pintar o prédio é natural que ouça a opinião dos moradores antes de tomar a decisão; depois logo poderá decidir se vai ser ao rolo ou à trincha.
3.A democracia representativa pode ser muito bonita mas em Portugal não "representa" muito bem. Os representantes, logo no dia em que são eleitos, deixam rapidamente de representar quem os elegeu para passarem a representar a disciplina partidária e tudo o que ela implica. O sentimento de que é assim está generalizado: a prová-lo estão as vozes que precisamente se levantam para questionar a localização do aeroporto e os traçados do TGV, demonstrando uma total falta de confiança nas decisões dos seus eleitos porque estão convencidos que por detrás delas estão cedências a “outros”interesses que não o público.
4.Eu defendo que uma das formas de lutar contra a pouca credibilidade da ética dos poderes públicos é aumentar o grau de participação dos cidadãos na decisão política. Referendar é uma forma de responsabilizar o cidadão e sistematizar o debate.
5.A opção de fazer um novo aeroporto e uma nova linha de alta velocidade não são opções técnicas; são opções políticas.
Democracia Directa
Os resultados da sondagem sobre a intrevencao do Estado na economia revelou que 67%* dos Portugueses preferia que o Estado reduzisse a sua influencia ao minimo possivel (o que quer que isto queira dizer!).
A nova sondagem desafia os leitores a opinar sobre qual será a reforma mais urgente para Portugal.
* Um erro de um funcionário do Merdex nao nos permitiu determinar a margem de erro.
A nova sondagem desafia os leitores a opinar sobre qual será a reforma mais urgente para Portugal.
* Um erro de um funcionário do Merdex nao nos permitiu determinar a margem de erro.
As Escolhas do Harpic
9 de Janeiro de 1822: Os membros do Senado da Câmara do Rio de Janeiro pediram a D. Pedro para não deixar o Brasil. O infante D. Pedro, chamado a Portugal pelas Cortes, decidiu ficar no Brasil, dando origem ao «Dia do Fico».
Os nossos líderes sempre tiveram uma propensão para aventureiros. Este teve o “Dia do Fico”, o outro teve o “Dia do Vou”.
10 de Janeiro de 1946: Primeira reunião da Assembleia Geral das Nacões Unidas, em Londres, com delegados de 51 países.
É importante redesenhar a Organização da Nações Unidas à luz das modificações que o fenómeno da globalização vai cada vez mais impor ao papel dos Estados.
Acho que a ONU pode e deve ser cada vez mais interveniente na política Mundial.
11 de Janeiro de 1890: No seguimento da apresentação do Mapa Cor de Rosa, o governo britânico enviou um ultimato ao governo português exigindo a retirada das tropas portuguesas do território entre Angola e Moçambique.
Está decidido! Esta semana não faço nada do que o meu chefe (que é Inglês) me mandar; e ele bem me pode mandar pos-it’s cor de rosa que eu mando-lhe logo uma caricatura do Rafael Bordalo Pinheiro.
12 de Janeiro de 1976: Morte da escritora inglesa Agatha Christie, em Wallingford, com 85 anos de idade.
Sempre fui um fã desta Senhora.
13 de Janeiro de 1759: Em Lisboa, Belém, os Távoras e o duque de Aveiro são executados de uma forma selvagem, criticada pela opinião internacional, por estarem implicados no atentado contra o rei D. José.
Os problemas da Justiça Portuguesa já não são de hoje… (engracada, a efemeride!)
14 de Janeiro de 1943: O presidente americano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Churchill reuniram-se em Casablanca, em Marrocos, numa conferência que durou até ao dia 23. Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados da reunião, o presidente americano, surpreendentemente, afirmou que os aliados tinham acordado que a paz só seria alcançada por meio «da eliminação total do poder militar alemão e japonês. O que implica a rendição incondicional da Alemanha, Itália e Japão.» Esta decisão foi muito controversa na altura.
Será que um dia destes os líderes dos paises democráticos vão ter de regressar a Casablanca para resolver da mesma forma a actual guerra contra o extremismo islâmico?
15 de Janeiro de 1929: Nascimento de Martin Luther King (1929-1968) em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos da América. Foi um defensor dos direitos civis dos negros, propondo métodos de acção não-violentos para alcançar a igualdade. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1964, tendo sido assassinado em 1968, em Mênfis, no estado americano do Tennessee.
Onde andam os Luther King’s do século XXI?
Os nossos líderes sempre tiveram uma propensão para aventureiros. Este teve o “Dia do Fico”, o outro teve o “Dia do Vou”.
10 de Janeiro de 1946: Primeira reunião da Assembleia Geral das Nacões Unidas, em Londres, com delegados de 51 países.
É importante redesenhar a Organização da Nações Unidas à luz das modificações que o fenómeno da globalização vai cada vez mais impor ao papel dos Estados.
Acho que a ONU pode e deve ser cada vez mais interveniente na política Mundial.
11 de Janeiro de 1890: No seguimento da apresentação do Mapa Cor de Rosa, o governo britânico enviou um ultimato ao governo português exigindo a retirada das tropas portuguesas do território entre Angola e Moçambique.
Está decidido! Esta semana não faço nada do que o meu chefe (que é Inglês) me mandar; e ele bem me pode mandar pos-it’s cor de rosa que eu mando-lhe logo uma caricatura do Rafael Bordalo Pinheiro.
12 de Janeiro de 1976: Morte da escritora inglesa Agatha Christie, em Wallingford, com 85 anos de idade.
Sempre fui um fã desta Senhora.
13 de Janeiro de 1759: Em Lisboa, Belém, os Távoras e o duque de Aveiro são executados de uma forma selvagem, criticada pela opinião internacional, por estarem implicados no atentado contra o rei D. José.
Os problemas da Justiça Portuguesa já não são de hoje… (engracada, a efemeride!)
14 de Janeiro de 1943: O presidente americano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Churchill reuniram-se em Casablanca, em Marrocos, numa conferência que durou até ao dia 23. Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados da reunião, o presidente americano, surpreendentemente, afirmou que os aliados tinham acordado que a paz só seria alcançada por meio «da eliminação total do poder militar alemão e japonês. O que implica a rendição incondicional da Alemanha, Itália e Japão.» Esta decisão foi muito controversa na altura.
Será que um dia destes os líderes dos paises democráticos vão ter de regressar a Casablanca para resolver da mesma forma a actual guerra contra o extremismo islâmico?
15 de Janeiro de 1929: Nascimento de Martin Luther King (1929-1968) em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos da América. Foi um defensor dos direitos civis dos negros, propondo métodos de acção não-violentos para alcançar a igualdade. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1964, tendo sido assassinado em 1968, em Mênfis, no estado americano do Tennessee.
Onde andam os Luther King’s do século XXI?
A Questão Turca
A Europa está numa encruzilhada histórica. As decisões que esta geração tomar terão repercussões permanentes. Nesta altura pode-se prever que a Turquia entre na União Europeia em 2015 ou 2020. As negociações são muito difíceis. Acabar com a preponderância militar na resolução de questões da politica nacional; a forma como são respeitados os Direitos do Homem, as relações com as minorias étnicas e a questão do Chipre são um entrave à adesão.
A dinâmica das negociações conduzirá, certamente, a uma solução para a questão de Chipre, mas é absolutamente necessário um sinal da Turquia. Não é politicamente aceitável que um Estado abra negociações para a adesão à União Europeia sem reconhecer todos os Estados membros dessa União. Um outro sinal, talvez mais difícil, é igualmente necessário. Um gesto sobre o genocídio arménio de 1915. Não se constrói o futuro sobre a negação do passado. A democratização e a construção europeia exigem o assumir e a reconciliação com a História. A nova Alemanha soube fazê-lo com o regime nazi, a nova Turquia deve fazê-lo com o Império Otomano.
Esta questão já se tornou tema de campanha eleitoral na Alemanha, na Áustria, na Hungria, Chipre e em outros países da Europa e influenciou os referendos sobre o Tratado Constitucional em França e na Holanda. Durante a Presidência holandesa restrições à circulação de trabalhadores no território comunitário.na forma de «cláusulas permanentes de salvaguarda» foram impostas na negociação.
Para a União seria bem melhor que os turcos formassem um bloco “amigo”, com outros países muçulmanos da bacia do Mediterrâneo (como Marrocos, a Tunísia e outros) e aceitassem fazer parte de uma união exterior com a Europa, o que criaria um espaço económico comum e uma área de influência europeia (fundada nos valores do respeito pela liberdade, da democracia e do Estado de direito) sem que esses países participassem efectivamente das decisões do núcleo de poder europeu.
Serão esses os interesses turcos? Sabemos que a entrada turca na União Europeia será, no máximo, tolerada, e que os turcos são “convidados” indesejados. Eles insistem na sua candidatura pois pertencer à União Europeia significa fazer parte de um dos mais bem sucedidos processos de integração de sociedades e economias das últimas décadas. Os turcos teriam acesso ao mercado europeu (já estão bastante inseridos), e teriam fundos de apoio e ligação a uma moeda forte, o euro, com todas as vantagens daí decorrentes.
Argumentos contra são muito fortes: 1. geografia; a Turquia é essencialmente asiática (Anatólia), embora com um pé na Europa (Trácia). 2. a economia turca ainda é subdesenvolvida e vai representar uma despesa pesada nos recursos da União; 3. No campo político, o seu histórico negativo de direitos humanos especialmente relativo às minorias étnicas, como os curdos mostra que os militares ainda dominam áreas do poder; 4. o sistema político e de justiça (tribunais com censura e prisão) não é aceitável; 5. demograficamente em poucos anos, a Turquia será o país mais populoso da União, superando a Alemanha, o que romperia todos os equilíbrios de poder dentro da Europa e seria visto, por muitos, como uma nova conquista otomana do velho continente. Evidentemente o caso turco tem um agravante maior: o facto dos turcos não serem racialmente europeus (brancos) e nem cristãos.
Penso que a geografia deve pesar e a Europa, possivelmente, se definirá como “A Casa das Nações de origens cristãs e ocidentais, e laicas, defensoras do desenvolvimento económico, da democracia e dos direitos humanos, mas restrita ao espaço entre os Urais e o Atlântico”. A Turquia está exactamente no limite máximo desta definição e se a aceitar, seria uma fronteira para o Médio Oriente. Seria talvez melhor que os turcos aceitassem o papel de “ponte” entre a União Europeia e o mundo islâmico como disse atrás, mas isso dependerá das negociações e compromissos a alcançar.
Se a União Europeia não iniciasse negociações estaria a voltar as costas a uma tentativa séria de consolidação da democracia num país muçulmano e laico, quando o que é preciso demonstrar é que as sociedades islâmicas não estão condenadas nem ao despotismo nem ao terrorismo. Que é possível um Islão tolerante, limitado à esfera privada e compatível com a democracia. Não será isso o fundamental e o grande passo histórico da Europa?
É uma aliança de civilizações contra o obscurantismo, o radicalismo islâmico e o terrorismo da Jihad. Para os europeus, na verdade, seria conveniente deixar esse problema em aberto ainda por algum tempo. Mas sendo talvez um mal menor e necessário, a prazo teremos a Turquia na União.
A grande questão, a meu ver, é defender que apesar das desvantagens, vale a pena tentar absorver a Turquia ao contrário de considerar que, apesar das vantagens potenciais, é melhor mantê-la fora. Queiram eles transformar-se e assumirem esta aliança.
A dinâmica das negociações conduzirá, certamente, a uma solução para a questão de Chipre, mas é absolutamente necessário um sinal da Turquia. Não é politicamente aceitável que um Estado abra negociações para a adesão à União Europeia sem reconhecer todos os Estados membros dessa União. Um outro sinal, talvez mais difícil, é igualmente necessário. Um gesto sobre o genocídio arménio de 1915. Não se constrói o futuro sobre a negação do passado. A democratização e a construção europeia exigem o assumir e a reconciliação com a História. A nova Alemanha soube fazê-lo com o regime nazi, a nova Turquia deve fazê-lo com o Império Otomano.
Esta questão já se tornou tema de campanha eleitoral na Alemanha, na Áustria, na Hungria, Chipre e em outros países da Europa e influenciou os referendos sobre o Tratado Constitucional em França e na Holanda. Durante a Presidência holandesa restrições à circulação de trabalhadores no território comunitário.na forma de «cláusulas permanentes de salvaguarda» foram impostas na negociação.
Para a União seria bem melhor que os turcos formassem um bloco “amigo”, com outros países muçulmanos da bacia do Mediterrâneo (como Marrocos, a Tunísia e outros) e aceitassem fazer parte de uma união exterior com a Europa, o que criaria um espaço económico comum e uma área de influência europeia (fundada nos valores do respeito pela liberdade, da democracia e do Estado de direito) sem que esses países participassem efectivamente das decisões do núcleo de poder europeu.
Serão esses os interesses turcos? Sabemos que a entrada turca na União Europeia será, no máximo, tolerada, e que os turcos são “convidados” indesejados. Eles insistem na sua candidatura pois pertencer à União Europeia significa fazer parte de um dos mais bem sucedidos processos de integração de sociedades e economias das últimas décadas. Os turcos teriam acesso ao mercado europeu (já estão bastante inseridos), e teriam fundos de apoio e ligação a uma moeda forte, o euro, com todas as vantagens daí decorrentes.
Argumentos contra são muito fortes: 1. geografia; a Turquia é essencialmente asiática (Anatólia), embora com um pé na Europa (Trácia). 2. a economia turca ainda é subdesenvolvida e vai representar uma despesa pesada nos recursos da União; 3. No campo político, o seu histórico negativo de direitos humanos especialmente relativo às minorias étnicas, como os curdos mostra que os militares ainda dominam áreas do poder; 4. o sistema político e de justiça (tribunais com censura e prisão) não é aceitável; 5. demograficamente em poucos anos, a Turquia será o país mais populoso da União, superando a Alemanha, o que romperia todos os equilíbrios de poder dentro da Europa e seria visto, por muitos, como uma nova conquista otomana do velho continente. Evidentemente o caso turco tem um agravante maior: o facto dos turcos não serem racialmente europeus (brancos) e nem cristãos.
Penso que a geografia deve pesar e a Europa, possivelmente, se definirá como “A Casa das Nações de origens cristãs e ocidentais, e laicas, defensoras do desenvolvimento económico, da democracia e dos direitos humanos, mas restrita ao espaço entre os Urais e o Atlântico”. A Turquia está exactamente no limite máximo desta definição e se a aceitar, seria uma fronteira para o Médio Oriente. Seria talvez melhor que os turcos aceitassem o papel de “ponte” entre a União Europeia e o mundo islâmico como disse atrás, mas isso dependerá das negociações e compromissos a alcançar.
Se a União Europeia não iniciasse negociações estaria a voltar as costas a uma tentativa séria de consolidação da democracia num país muçulmano e laico, quando o que é preciso demonstrar é que as sociedades islâmicas não estão condenadas nem ao despotismo nem ao terrorismo. Que é possível um Islão tolerante, limitado à esfera privada e compatível com a democracia. Não será isso o fundamental e o grande passo histórico da Europa?
É uma aliança de civilizações contra o obscurantismo, o radicalismo islâmico e o terrorismo da Jihad. Para os europeus, na verdade, seria conveniente deixar esse problema em aberto ainda por algum tempo. Mas sendo talvez um mal menor e necessário, a prazo teremos a Turquia na União.
A grande questão, a meu ver, é defender que apesar das desvantagens, vale a pena tentar absorver a Turquia ao contrário de considerar que, apesar das vantagens potenciais, é melhor mantê-la fora. Queiram eles transformar-se e assumirem esta aliança.
MULHERES AO PODER
Há umas semanas no Expresso veio um comentário sobre uma lei na Noruega que determina que numa data próxima, se não me engano em 2007, qualquer sociedade privada que não tenha 40% de mulheres no seu conselho de administração é, pura e simplesmente , dissolvida !
Caramba ! Isto é uma medida drástica ! Não é razoável ! No entanto, é quase consensual que os países Escandinavos são os socialmente mais evoluídos do Mundo. Porque tomarão uma medida destas ?
AXIOMA : Se houver cada vez mais mulheres em cargos dirigentes, a Sociedade torna-se melhor.
Como sabem os axiomas não carecem de demonstração. Vou aceitar este axioma. Aceito este axioma.
Como pode haver cada vez mais mulheres em cargos dirigentes? Elas têm os bébés, as crianças, a comida, a roupa, a casa, o trabalho...Como podem viver as empresas com dirigentes ausentes, que estão a pensar no jantar ou na crise da filha adolescente, ou se chove e tenho a roupa a secar... Não sei. Mas se calhar elas, que sentem esses problemas melhor que nós podem começar a pensar na solução...
Se conhecem melhor os problemas que têm para não se poder dedicar mais ao trabalho, é possível que ninguém melhor que elas para arranjarem soluções.
E o resultado só pode ser uma Sociedade mais humana, onde a familia e o emprego sejam melhor e mais eficazmente defendidos.
Assim, por considerar que é preciso haver mulheres a dirigir para mais mulheres puderem dirigir, defendo um sistema de cotas. Temporário. Assim, temporáriamente todos os níveis de poder (em concreto, deve-se estudar e definir que níveis e que poderes), haveria uma cota de mulheres. Durante uns anos veríamos mais mulheres no parlamento, no governo, nas autarquias, nas Direcções-Gerais, nas Administrações, etc.
Porque não ?
Saúdinha
QUE PORRA É ESTA ?
O que é que se passa ? Saíu num diário, uma reportagem afirmando, com provas documentais (disquetes), a existência de escutas a muitas pessoas com cargos públicos, no âmbito do processo Casa Pia ! Inclusivé o nosso insigne Procurador-Geral !
Será verdade ?
O Presidente chama de urgência o Procurador, que emite uma nota ao fim da tarde dizendo que é mentira, e que o envelope nove apenas contém disquetes das chamadas do telefone fixo do Paulo Pedroso...
O Presidente faz uma comunicação ao país exigindo o esclarecimento deste caso. Logo a seguir, o gabinete do Primeiro-Ministro emite um comunicado exigindo celeridade no inquérito...
Mas que porra é esta ? Quem controla isto ? Sr. Procurador-Geral da República, só tem uma coisa a fazer (e que já vem tarde), ... obviamente, demita-se !
P.S. Apenas o Manuel Alegre teve uma posição clara : Demitia-o !
Saúdinha
TRIBUTO A GARCIA PEREIRA
Garcia Pereira, líder do MRPP é candidato a Presidente apoiado pelo seu partido. Se não me engano é a terceira vez.
Não gosto dele. É seboso e tem voz de cana rachada. Não gosto das ideias dele. (Quais são? será ele um Maoísta?)
Mas, pergunto-me, o que o faz correr?
Consta que foi um aluno brilhante na faculdade de Direito (inclusivé mais brilhante que o companheiro desses tempos, hoje presidente da Comissão Europeia), é um Advogado renomado, especialista em Direito do Trabalho, aparentemente podia ter uma vida sossegada...
Afinal o que é que ele quer ? Ser conhecido ? Dar entrevistas ? Lutar por um mundo melhor ?
Acabar com a miséria e a pobreza ? Ganhar dinheiro, contratos, bens, títulos e honrarias ?
Não sei. Não consigo perceber. Mas presto-lhe o meu tributo pois é raro alguém dedicar-se a uma causa sem interesse próprio.
Saúdinha
I'M IN
Dear Mr. Rodrigues,thank you very much for your e-mail.
We hereby acknowledge the receipt of your payment. We will process your order, and your tickets will be shipped 6-8 weeks before the opening of the FIFA World Cup Germany 2006 to the address provided by you.
We kindly request our customers to keep their details up-to-date in the "Customer Self Service"-section of our website.
You will receive more information with the delivery of your tickets for the preliminary matches.
We hope this information was helpful for you.
Yours sincerely
Your 2006 FIFA World Cup (TM) Ticketing Center
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O sofisma da civilização ocidental por José Leon Machado
"Há a concepção assente de que a sociedade ocidental, e em especial a europeia, deve a sua existência à civilização romana e ao cristianismo. Quase todos os historiadores e estudiosos das sociedades e culturas concordam neste ponto. Porém, é uma concepção tão duvidosa quanto falseadora. Afirmamos primeiro que a civilização romana em nada contribuiu para o desenvolvimento de novas ideias e de novas tecnologias. Tudo aquilo que os gregos haviam inventado, descoberto, criado e recolhido entre os séculos VI e IV a. C. foi imitado e aproveitado pelos romanos sem o mínimo de acrescento ou criatividade. Sendo este povo profundamente conservador, fixou-se nos valores da terra, da pátria e da família e os seus horizontes ficaram limitados. Deu-se uma involução desde o período áureo grego até ao Império de Roma. As mentalidades abespinharam-se, as técnicas (de construção, metalurgia, navegação e defesa) e as artes permaneceram sem alterações de fôlego durante sete séculos. Nada mais se criou. Quando muito, permaneceu-se.
O Cristianismo, com a sua moralidade rígida e o seu culto monoteísta, impediu o desenvolvimento das ideias e consequentemente levou à estrangulação da liberdade de escolha. Deixaram de existir opções: havia apenas um deus a adorar, um senhor a quem servir: a obediência ou o inferno. Os horizontes fecharam-se ainda mais e a obrigação de adorar um deus único, absoluto e vingador foi peremptória. O que não o fizesse estava de fora: ou aceitava, ou morria.
Esta mentalidade perdurou pela Idade Média. Todo aquele que, por arte e engenho, se esforçava por dar o seu contributo para o melhoramento da vida, era tomado como bruxo e herético. A fogueira, o exorcismo contra o demónio da curiosidade. A moralidade rígida, apenas para os "leigos", aliada à visão curta do mundo, ao fanatismo ardoroso e a ideia doentia de mundo cristão levaram a uma paragem que se saldou em mil e quinhentos anos de atraso mental e tecnológico.
Só com o Renascimento italiano e o início da expansão marítima se fez uma ligação com o antigo mundo maravilhoso dos gregos. As suas ideias, artes e técnicas eram discutidas e postas em prática pelo homem ocidental. O centro do mundo deixa de ser Deus para se tornar o próprio Homem. A criatividade regressa: descobre-se a imprensa, a pólvora, o papel (inventados pelos chineses), modernizam-se técnicas de navegação (adaptadas dos árabes). Cada homem começa a ter a liberdade de escolher o deus que lhe convém, ou pelo menos de lhe prestar culto, não segundo os cânones impostos por uma Igreja cada vez mais decadente, mas segundo os interesses e a predisposição interior. Liberalizam-se as crenças, afrouxam-se os costumes.
Todavia, novo revés sofre a civilização com a Contra Reforma, as perseguições da Inquisição e o absolutismo real. Foram mais duzentos e cinquenta anos de terror e repressão. Só com o Iluminismo e com a Revolução Francesa se extirparão quase em definitivo as tendências reaccionárias duma civilização que teimava em caminhar para o futuro. Depois, foi uma questão de minutos: a máquina a vapor, a electricidade, as ondas rádio, o automóvel, o avião, a penicilina, os micro-organismos, a genética, a informática e a astronáutica.
Estou convencido de que teríamos tudo isto por volta do século V depois de Cristo, se a civilização romana o não tivesse impedido e se Cristo não tivesse nascido ou pelo menos as suas palavras não tivessem criado efeitos tão radicais. Na verdade, desde o século IV a.C. até ao século XV d.C., quase não houve evolução, não só a nível científico, mas também nas ideias. Tiremos-lhe esses séculos que as tendências actuais teimam em não chamar de "trevas" e eis o século XX e até o XXI no século V, com o homem a ir à lua e por aí adiante.
Os gregos não tinham já a concepção de que a terra era redonda, a matéria formada por átomos? Não inventaram a máquina a vapor e formularam as leis da física e da lógica? Sem esquecer a medicina, a zoologia, a botânica, as técnicas de construção adaptadas de povos orientais. Tudo isto se perdera em dois mil anos de civilização "ocidental".
Algo de positivo se ressalva: fora adiado o atentado transformador e destruidor do homem perante a natureza. Porque a cultura e a civilização é a guerra do ser humano contra o ambiente que lhe deu vida e lha tira."
O Cristianismo, com a sua moralidade rígida e o seu culto monoteísta, impediu o desenvolvimento das ideias e consequentemente levou à estrangulação da liberdade de escolha. Deixaram de existir opções: havia apenas um deus a adorar, um senhor a quem servir: a obediência ou o inferno. Os horizontes fecharam-se ainda mais e a obrigação de adorar um deus único, absoluto e vingador foi peremptória. O que não o fizesse estava de fora: ou aceitava, ou morria.
Esta mentalidade perdurou pela Idade Média. Todo aquele que, por arte e engenho, se esforçava por dar o seu contributo para o melhoramento da vida, era tomado como bruxo e herético. A fogueira, o exorcismo contra o demónio da curiosidade. A moralidade rígida, apenas para os "leigos", aliada à visão curta do mundo, ao fanatismo ardoroso e a ideia doentia de mundo cristão levaram a uma paragem que se saldou em mil e quinhentos anos de atraso mental e tecnológico.
Só com o Renascimento italiano e o início da expansão marítima se fez uma ligação com o antigo mundo maravilhoso dos gregos. As suas ideias, artes e técnicas eram discutidas e postas em prática pelo homem ocidental. O centro do mundo deixa de ser Deus para se tornar o próprio Homem. A criatividade regressa: descobre-se a imprensa, a pólvora, o papel (inventados pelos chineses), modernizam-se técnicas de navegação (adaptadas dos árabes). Cada homem começa a ter a liberdade de escolher o deus que lhe convém, ou pelo menos de lhe prestar culto, não segundo os cânones impostos por uma Igreja cada vez mais decadente, mas segundo os interesses e a predisposição interior. Liberalizam-se as crenças, afrouxam-se os costumes.
Todavia, novo revés sofre a civilização com a Contra Reforma, as perseguições da Inquisição e o absolutismo real. Foram mais duzentos e cinquenta anos de terror e repressão. Só com o Iluminismo e com a Revolução Francesa se extirparão quase em definitivo as tendências reaccionárias duma civilização que teimava em caminhar para o futuro. Depois, foi uma questão de minutos: a máquina a vapor, a electricidade, as ondas rádio, o automóvel, o avião, a penicilina, os micro-organismos, a genética, a informática e a astronáutica.
Estou convencido de que teríamos tudo isto por volta do século V depois de Cristo, se a civilização romana o não tivesse impedido e se Cristo não tivesse nascido ou pelo menos as suas palavras não tivessem criado efeitos tão radicais. Na verdade, desde o século IV a.C. até ao século XV d.C., quase não houve evolução, não só a nível científico, mas também nas ideias. Tiremos-lhe esses séculos que as tendências actuais teimam em não chamar de "trevas" e eis o século XX e até o XXI no século V, com o homem a ir à lua e por aí adiante.
Os gregos não tinham já a concepção de que a terra era redonda, a matéria formada por átomos? Não inventaram a máquina a vapor e formularam as leis da física e da lógica? Sem esquecer a medicina, a zoologia, a botânica, as técnicas de construção adaptadas de povos orientais. Tudo isto se perdera em dois mil anos de civilização "ocidental".
Algo de positivo se ressalva: fora adiado o atentado transformador e destruidor do homem perante a natureza. Porque a cultura e a civilização é a guerra do ser humano contra o ambiente que lhe deu vida e lha tira."
DEMOCRACIA DIRECTA
Os resultados da primeira sondagem do Democracia Directa mostram que 75% da populacao Portuguesa* acha que o Governo deve reduzir os impostos sobre as empresas.
Já está publicada a nova sondagem. Desta vez queremos saber a opiniao dos Portugueses sobre a intervencao do Estado na economia.
* Margem de erro omitida!
Já está publicada a nova sondagem. Desta vez queremos saber a opiniao dos Portugueses sobre a intervencao do Estado na economia.
* Margem de erro omitida!
QUANDO ERAS CRIANÇA HAVIA O CANAL PANDA ?
Esta foi uma pergunta da filha de 7 anos. Questão que fez este intrépido repórter ter uma vertigem.
Estou velho, pensei. Eu tinha dois canais, melhor, um e meio e a preto e branco. E, de repente, tenho a noção da velocidade da mudança. Desde o tempo da Gabriela, o que isto mudou ! Lembro-me dos Natais dos hospitais, do festival da canção, dos Pequenos Vagabundos, do Wickie, do HomemRico Homem Pobre...
O nosso quotidiano, hoje em dia é tão diferente. Hoje, lembrar-mo-nos do 1984 do George Orwell ou do 2001, Odisseia no espaço é perder-mo-nos nas memórias de um passado longínquo. E no entanto, ao tempo, aquilo era o futuro ! E quem não se lembra do Spectrum ?...
Isto mudou tão depressa que nem nos apercebemos da diferença que era há 20 anos.
No nosso tempo não tínhamos a coca-cola nem o Mac Donalds, hoje as crianças vão ao Toys r Us, onde há tudo o que faz sonhar. É impressionante a diferença, e aterrador se tentarmos perceber como vai ser o quotidiano dos filhos dos nossos filhos.
Hoje já me custa a ligar a televisão, tenho cinco comandos, um da televisão, um do video, outro da TV Cabo, mais um para o DVD e ainda outro não sei bem para quê !!
No meu tempo havia o on/off!
Na minha opinião houve duas grandes revoluções, uma o aparecimento do cartão Multibanco e a outra o telemóvel.
Hoje coisas tão banais nos nossos dias mas que passando a cassete atrás, são duas alterações no nosso modo de vida assombrosas. E depois a Internet !
Quem quer tentar adivinhar o que aparecerá mais para mudar as nossas vidas ? É que vão aparecer e cada vez mais rápidas.
Estava este vosso repórter a pensar nisto, aguardando o sinal verde para peões, numa rua muito movimentada da capital, quando verificou que mais de 90% dos automóveis apenas transportam os condutores. É impressionante ! Convido os leitores a fazer essa experiência. E um dos males deste futuro é o espaço fisico que vai sendo pouco para tantos automóveis. Seria possível incentivar/obrigar as pessoas a andarem com pelo menos duas pessoas no automóvel ?
Como ?
Deixo-vos com esta minha máxima : tudo o que ainda aí vem é melhor do que o tempo que passou, pois este já passou...
Saúdinha
Relação com o cão
Muita gente tem um cão. Eu tenho um cão. Não “era” para ter. Vivia num 7º andar na Póvoa de Sto Adrião. A filha mais velha de oito anos gostava de animais e de cães em particular. A minha mulher, por acaso, teve conhecimento de uma ninhada de Golden Retriever e desafiou-me. Aceitei, pois a mudança iminente para a Margem Sul permitia-me ter um cão. Passaram já seis anos.
Chama-se Blinky. Foi escolhido e votado de uma grande lista. Sugerido pelas crianças (são três) parece que era uma personagem de desenhos animados (um koala). A vida de um cão é como a nossa: são bebés, crianças a aprender, jovens e até agora, como adultos. O Blinky tem certos direitos: alimentação, veterinário, sítio para dormir, passeios regulares, tem que fazer as suas necessidades e, infelizmente tem as suas relações com outros animais, nomeadamente cães e gatos.
Muitos episódios se poderiam contar, mas interessa-me apenas sublinhar esta relação que se estabelece entre o cão e o seu dono. Em minha opinião esta relação poderia ser definida assim: o cão tem sempre toda a confiança no dono; este por sua vez, tenta não trair essa confiança. É um pacto permanente. Mas só o dono tem poder de veto. E de voto.
Chama-se Blinky. Foi escolhido e votado de uma grande lista. Sugerido pelas crianças (são três) parece que era uma personagem de desenhos animados (um koala). A vida de um cão é como a nossa: são bebés, crianças a aprender, jovens e até agora, como adultos. O Blinky tem certos direitos: alimentação, veterinário, sítio para dormir, passeios regulares, tem que fazer as suas necessidades e, infelizmente tem as suas relações com outros animais, nomeadamente cães e gatos.
Muitos episódios se poderiam contar, mas interessa-me apenas sublinhar esta relação que se estabelece entre o cão e o seu dono. Em minha opinião esta relação poderia ser definida assim: o cão tem sempre toda a confiança no dono; este por sua vez, tenta não trair essa confiança. É um pacto permanente. Mas só o dono tem poder de veto. E de voto.
Razões de um voto triste em Cavaco
- 1- A Democracia Portuguesa está ainda a “amadurecer”. O sistema político desenhado pela nossa Constituição com os diversos órgãos de soberania é bom e não deve sofrer alterações. Os poderes do Chefe de Estado são de representação, de influência, e acima de tudo imparcialidade no seu relacionamento com outros órgãos e partidos. Significa que, se não houver problemas, mal se dá por ele. Em caso de grave crise o seu papel é da máxima importância: a chamada bomba atómica. Assim na minha opinião, o sistema está arquitectado de forma a que o cargo de Presidente, é uma espécie de prémio de final de carreira política. Para isso a eleição é pessoal e pode obrigar a 2ª volta. Mas a maioria presidencial esgota-se no dia da eleição. Os anteriores presidentes, Mário Soares e Jorge Sampaio definiram bem este Órgão de Soberania.
- O voto é um direito e um dever. Deve obrigar a escolhas. Que fazer, quando as nossas posições não são reflectidas por nenhuma das candidaturas? Simplesmente não votar, como Alex, ou optar por escolher alguém que se desconhece, que certamente não representa o sistema nem o irá influenciar, como El Ranys? Sem pôr em causa minimamente estas opções, alinho mais por uma escolha efectiva, diria construtiva. Resumindo devo votar para escolher o próximo Presidente da República. Posto isto, penso que qualquer dos principais candidatos desempenharia a função sem problemas de maior. (Para mim Mário Soares tem um lugar assegurado na História da Democracia em Portugal. A sua vida está bem descrita no post do Rantas. Gosto muito mais da sua figura política do que a de Cavaco Silva).
- A História vive de ciclos; e o que se pede aos portugueses neste tempo de mudança, de reformas difíceis que exigem sacrifício e originam sofrimento é que escolham o melhor para Portugal. Não tenho dúvidas que esse sinal é dado muito mais por Cavaco. Os portugueses (bem ou mal) ao escolherem Cavaco estão a aceitar a necessidade destas reformas. E é isso que Portugal precisa nesta altura. A mensagem da eleição de Cavaco será: mais trabalho, rigor e honestidade. Atenção, que não afirmo que Cavaco tenha estas qualidades; simplesmente essa é a mensagem que passa, o “desígnio” que fica estabelecido. E eu voto nisso.
- Por outro lado, penso exactamente (ver posts anteriores) que os candidatos de “esquerda”, onde muitos se sentem representados, são precisamente os obstáculos à mudança; não parecem entendê-la, normalmente manifestam-se anti-globalização (!), fazem da conservação dos direitos “adquiridos” a sua bandeira, etc, e por essa razão, em coerência não posso votar neles. É, reconheço, um voto triste em Cavaco, mas para mim a melhor escolha nesta altura para o País.
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