O desafio da "solução final"



Quando era criança “os judeus” era um nome feio, chamar judeu era insultar. Não sabia o que significava. As leituras da adolescência deram-me a conhecer o Holocausto. A crueldade infame contra judeus, o metódico processo de exterminação, a homens, mulheres e crianças aguçou-me a curiosidade. E muito novo fui à procura: quem são estes judeus, qual a sua história e como é que se chegou a este ponto? “A História do povo Judeu” de Werner Keller, convenceu-me que “é a história de um povo fora do comum, a que nenhum outro na Terra se pode comparar”. Assim, desde aí que leio tudo o que posso relativo ao assunto.

A questão palestiniana é uma grande injustiça para o povo palestino. Mas acho, convictamente, que maior injustiça seria não dar direito de existência a um Estado que os judeus considerem como seu. A solução não é fácil, e só será possível se ambas as partes acreditarem que sim, que é possível. Os caminhos estão há muito definidos. Do lado de Israel percebo uma vontade de resolver o problema, o mesmo não digo do lado palestiniano até pela dificuldade “insuperável” de aceitar a injustiça. Mas o processo, cheio de armadilhas e obstáculos, está a fazer o seu caminho.

Por tudo o que pode representar na convivência entre culturas diferentes, e civilizações de costas voltadas, “a solução final”, a paz com honra e reconhecimento mútuo (verdadeiramente só assim será Paz) é o grande desafio da nova Administração americana, com a intervenção da Europa, Rússia e sempre enquadrada pela O.N.U. Esta paz desencadearia soluções para os mais graves problemas que a humanidade enfrenta.

O BUSÍLIS DA QUESTÃO


Está na ordem do dia a avaliação do desempenho dos professores. Depois da guerra da nova carreira docente (além das outras), os professores estão novamente em luta, convictamente, pelos seus ideais de "ser professor".

O Governo quer ter um sistema de avaliação que diferencie os professores e que essa diferenciação tenha consequências.

Os professores querem um sistema de avaliação, mas que não seja injusto e incentive a cooperação entre os professores.

Depois do memoradum de entendimento, espécie de tratado de paz, onde o Governo recuou, ao admitir que, para já, as avaliações negativas não teriam repercussões, no ínicio deste ano lectivo, ao definirem os objectivos individuais, os professores recusaram o processo. A avaliação depender do aproveitamento dos alunos era coisa perversa, além de que os avaliadores não perceberem da matéria dos avaliados não tinha pés nem cabeça e ainda, não tinham tempo para passar a vida a preencher fichas e a ter reuniões para a avaliação.

E com isto, chegámos à manifestação de 120 000 professores. Impressionante!

A ministra lá andou numa lufa lufa e admitiu os erros e aceitou as queixas dos professores. Os avaliadores são da mesma área, as notas dos alunos não contam (para já) e acabaram as fichas.

Os professores? Não aceitam este modelo. Só aceitam a SUSPENSÃO. Os professores querem a avaliação. Mas não este modelo. Os professores lutam, como nunca lutaram, pela suspensão deste modelo de avaliação.

Vi os prós e contras e raramente um programa destes foi tão elucidativo, na minha opinião.

No fim do programa, quando a Fátima perguntou ao secretário de Estado se estava preparado para alterar o modelo de avaliação e ele respondia que desde que não fossem alterados os principios de diferenciação e de consequências, ouvia-se Mário Nogueira: nunca foi regulamentado! nunca foi regulamentado! Referia-se ao anterior modelo de avaliação.

Hoje, nas reuniões entre o governo e os sindicatos, que não deu em nada, a não ser a exigência "formal" pela Fenprof da demissão da ministra, Mário Nogueira ía preparado, caso a ministra anunciasse a suspensão, com o modelo alternativo: baseado na auto avaliação e ponderação dos Conselhos de Escola.



O busílis da questão são as cotas! É só isso. O governo quer as cotas, os professores não admitem as cotas. E aqui está, na verdade toda a diferença entre um sistema de avaliação sério ou... ficarmos na mesma.

Eu sou de opinião, e perdoem-me os professores mas tenho direito a opinião, que só escolhendo os melhores se melhora o desempenho dos professores e com isso a educação dos nossos filhos.

E o que me agonia é ver e ouvir todos os partidos da oposição cavalgar esta onda contra o governo e os argumentos não passarem de: este modelo não! Somos a favor da avaliação mas com outro modelo! Este modelo tem que ser suspenso! Não passa disto! É de vómitos.

Mas, em ano de eleições, é uma guerra com consequências imprevisiveis.

Ontem, em Setúbal, numa manifestação de professores, alguém disse: temos que continuar unidos e em luta, numa altura em que estamos quase a dar a estocada final e, perdoem-me a expressão, vamos cortar um rabo e duas orelhas! Fino.

Quarta feira há greve. A luta continua.

Saúdinha

Apenas a História


Somos o produto da nossa História. Somos assim, tal como os outros são como são, através da história comum e particular dos povos. Da memória. As “virtudes e defeitos” tiveram raízes no tempo e nas circunstâncias históricas. Inegável.

Todos vamos morrer um dia. Não há volta a dar-lhe. Alguma coisa perdurará do nosso ser, depois de mortos? Através dos nossos filhos e de todas as pessoas que connosco viveram de perto, deixaremos alguma memória, influenciaremos (muito ou pouco) as futuras gerações.

Hoje quase ninguém sabe qual foi a vida dos seus bisavós. E o sintoma do desconhecimento das raízes, da História, faz adivinhar que no próximo futuro, esta memória colectiva e individual se transforme de tal modo, que seja só objecto de investigação e interesse de poucos de nós. Ou não…

Não questionamos as grandes transformações do modo de vida dos humanos; a revolução da agricultura (a maior parte do tempo da humanidade), a “recente” revolução industrial, foram alterações que fizeram milhões de pessoas mudarem a forma de viver, os valores de vida mudaram de forma profunda e inimaginável antes delas. Embora, haja simultaneamente pessoas que vivem ainda na “1ª vaga”, as pessoas da 2ª vaga, nas últimas centenas de anos foram aumentando e fizeram, praticamente, o pleno.

Ainda há muita gente, hoje, que não acredita verdadeiramente que estamos a viver o início de uma nova era. A todos os níveis as coisas estão a mudar e rapidamente; o sentido é fácil de perceber: a 3ª vaga, um modo de vida completamente diferente dos anteriores, está a crescer irresistivelmente. Todos os dias ouvimos e lemos notícias que nos mostram esta realidade.

Imaginem que há 25 anos, não existia o Windows da Microsoft! Qual será o efeito da explosão da Internet, que acaba com o tempo e o espaço, que potencia a inteligência comum de milhões de humanos ligados, daqui a 20 anos? Não é possível prever. Novas áreas de interesse estão a nascer, quase sempre baseadas no conhecimento e na criatividade (estou a falar na bio-medicina, bio-genética, nas energias e no ambiente, na comunicação global); vejam-se a quantidade de empresas que aparecem ligadas a estas áreas.

Esta revolução de 3ª vaga já começou. Podemos gostar ou não, chamar-lhe Globalização ou outra coisa, mas é uma vaga de fundo que temos a obrigação de compreender e aproveitar a oportunidade para melhorar a nossa forma de viver. Ou não. Mas ela é imparável e haverá povos que a agarrarão, outros que não, tais como houve povos que se opuseram à industrialização.

Por isso somos apenas o produto da nossa História. Quando morrermos, a civilização humana continuará e, apesar de tudo, haverá uns mais felizes que outros. É claro que mesmo a civilização humana é insignificante face ao profundo Universo. É nada, como 1ª aproximação. Só ficará a História. Entretanto, as opções que forem sendo escolhidas ditarão o futuro das próximas gerações.

Espírito do tempo (Zeitgeist)

A Grande Conspiração. Quando ouvia falar neste movimento, ou corrente de opinião, soou-me sempre ao Protocolo dos Sábios de Sião*, conhecem?, documentos “autênticos” forjados, que culpavam os judeus de quererem dominar o mundo (escrito por um espião russo, plagiado de um panfleto filosófico francês, para influenciar o Czar russo, nos finais do séc. XIX.
Vi um filme que me trouxe dúvidas. Terá sido o 11 Setembro, a destruição das Twin Towers, parte de um plano global, que dura há muitos anos, que pretende o domínio absoluto, o poder absoluto incluindo, se necessário, a escravização humana?

É bastante forte, mas esta teoria da Conspiração tem imensos seguidores especialmente nos USA. O filme “Zeitgeist, the movie” (desde 2007) inspira movimentos como o 9/11 Truth. Tem uma primeira parte interessante sobre a religião e astrologia, relacionando mitos do Cristianismo com toda a cultura religiosa ancestral, pré-cristã.

A segunda parte mostra que muitos factos só podem ser explicados pela Teoria da Conspiração. O ataque ao Pentágono, sem destroços, com a bizarra explicação de tudo de ter vaporizado (incluindo as turbinas de tungsténio), o fenómeno intrigante da “demolição” do WTC 7, um arranha-céus nas redondezas que se abate em segundos, sem causa aparente. Aliás, foi a queda das Twin Towers, praticamente à velocidade da queda livre (em segundos, as gigantescas torres desfazem-se em pó, de forma perfeitamente simétrica) que não me largou a mente.

Há muito mais, no filme. Afirma-se que a Reserva Federal (que emite moeda e pode eventualmenmte retirar moeda de circulação) é controlada por privados, Rockfeller e amigos, que pretendem semear guerras, provocar crash para dominar o Planeta, chegando ao cúmulo de nos escravizar a todos, enfiando-nos um chip e controlando todos e cada um de nós. É o “1984” de Orwell, mas pelo outro lado da Guerra Fria, o Big Brother americano.

Simultaneamente a América elege com grande vantagem, Barack Obama, primeiro presidente negro, que emocionou milhões de pessoas em todo o mundo. Muitos esperavam (ansiavam?) pela derrota do democrata, só para “terem razão” e confirmarem que os americanos são os mais racistas do mundo e nunca elegeriam um preto.

Não acredito nesta maléfica e diabólica Conspiração, não quero acreditar, mas não tenho argumentos que tornem plausível aquela “demolição” das Twin Towers. Se tiverem explicações partilhem. É que as implicações são tão vastas e demolidoras, que assustam. A guerra total ao terrorismo faz parte deste “monstro”?

Coincidência ou não, hoje, Obama teve uma sessão especial onde recebeu um briefing dos Serviços Secretos sobre todos os dossiers correntes… Terá ficado surpreendido?


* inicialmente publicados na Rússia, em 1905, esta fraude grosseira pretendia provar uma conspiração judaica contra a civilização. Esta mentira tornou-se uma verdade aceite internacionalmente e foi adoptada por muitos grupos e organizações. Continua a ser fonte de anti-semitismo por todo o mundo, mesmo após as inúmeras demonstrações da falsidade.