Outra vez Israel e o sofrimento dos inocentes

Amargurado e injustiçado povo inocente da Palestina, que sofre a má-sorte de realmente, ninguém por ele se interessar. Aos inocentes (e também indignados) digo que eles foram os fundadores da futura Pátria.

Apanhados na curva da História este povo ficou reduzido a um projecto de Estado. Dominados por vários impérios (desde o Antigo Egípcio até ao Otomano e protectorado britânico, passando pelos cruzados e outros europeus), tiveram a grande oportunidade, quando Israel se tornou Estado, por força do Direito Internacional, de se tornarem numa Nação independente.

Passados 60 anos, desespero de ambos os lados leva a guerra a Gaza. Qual a intenção de Israel? Destruir o Hamas, que está disposto a prolongar ad-eterno a sua luta até à vitória final que será a extinção total do país dos judeus.




Tudo se passa no xadrez internacional, com o povo palestiniano a sofrer, Israel a não conseguir resolver esta espinha que é o "Pecado Original", e países árabes que não aceitam menos que a vitória moral total, mesmo à custa do sofrimento desumano dos inocentes e usam a retórica sem querer resolver o problema. Israel tem de cumprir esta penitência de culpa eterna, que alguns acham que é sua obrigação até à Eternidade, por não terem o direito a existir, como Povo e, consequentemente, a ser um país geograficamente na Palestina.

A luta de milénios, primeiro, de existirem como pessoas entre iguais e de existirem como um povo, com memória colectiva, que foi a história dos judeus, sempre subjugados à humilhação e desonra, à perseguição e à fogueira, até à tentada aniquilação final, continua. E no entanto a sua contribuição para a nossa civilização, para o melhor que ela tem, foi imensa, na Cultura, Ciência, em todos os domínios.


Nos finais do sec XIX os judeus tiveram uma visão: a Terra Prometida. Em 1896, no Congresso Sionista de Basileia, Theodor Herzl, escrevia:

Em toda a parte temos tentado integrarmo-nos na comunidade que nos rodeia, e só conservar a fé dos nossos pais. Porém isto não é permitido. Em vão temos sido, em muitos lados, bons patriotas, até destacados; em vão oferecemos os mesmos sacrifícios, em bens e em sangue, que os nossos concidadãos, e em vão nos esforçamos por aumentar a fama das nossas pátrias, tanto na arte como na ciência, e por incrementar a sua riqueza mediante o comércio. Nas Pátrias onde vivemos desde há séculos consideram-nos como estrangeiros, e insultam-nos… Somos pois, em toda a parte valentes patriotas como o foram os huguenotes, os quais se viram forçados a emigrar. Ultimamente têm-nos deixado em paz; porém creio que não o farão por muito mais tempo, como sempre.
Somos um povo: o inimigo a isso nos obriga, contra a nossa vontade, como sempre aconteceu na História. Mantemo-nos unidos na desgraça, e é então que nos apercebemos da nossa força. Sim, temos força para constituir um Estado, e um Estado modelo…”


Engraçado que na altura foi considerado uma utopia e mesmo os amigos se riram dele. Conhecendo agora os acontecimentos posteriores, e dando de barato que só na Palestina é que, com honestidade intelectual, podia ser Israel (ou haveria outro lugar?), embora reconhecendo a injustiça que se abateu sobre os inocentes já falados, só com má-fé se pode dizer que a catástrofe em que se transformou Israel e Palestina se deve sobretudo aos israelitas. Pelo Estado dos judeus, Israel, já existiria o Estado da Palestina há muito.

Os que nunca puseram sequer em discussão a possibilidade de coexistirem 2 países juntos, foram aqueles que mais se dizem amigos, os países árabes que em nome duma ideologia e também de anti-semitismo, nunca pensando no futuro desses mal-amados da história, os palestinianos, que não resistiram à demagogia do Grande Mufti, (também e ver) a Jordânia (agora numa “paz podre”,) ao Egipto, (Anuar Sadate, assassinado, fez uma paz mais verdadeira), e sobretudo a Síria, a Arábia Saudita, e mais ao longe Irão e Afeganistão, todos eles condenaram a esta guerra, o povo que dizem que apoiam na sua luta. Mas esta luta não é propriamente para construir uma relação de igual para igual, parceiros e vizinhos entre os Palestinianos no seu Estado e Israelitas em Israel. Não, essa luta, que é explicitamente defendida por estes países muçulmanos, defensores dos palestinianos, a que demagogicamente aspiram não tem solução, e, aliás seria muito mais injusta, essa luta, dizia é a extinção de Israel e dos judeus como povo.

Parafraseando Inês Pedrosa, (“Os mísseis do Hamas são de chocolate”, in Expresso Revistaúnica), “não é por causa de Israel que a paz se afigura impossível”; e também sei que a guerra é terrível, mas não o pior dos males; se assim fosse não se tinha vencido Hitler, pois o cessar-fogo e tréguas, dariam um poder aos nazis, que os fariam hoje senhores do Universo. Ou a abolição da escravatura teria sido conseguida sem guerra? Os verdadeiros inimigos da paz são os anti-semitas “genocidas”, (não se riam porque sempre os houve, digo desde os tempos biblícos e ao longo de toda a história, sempre houve anti-semitismo). O Hamas e o Hezzbollah representam essa “linha ideológica” suportados pelos lideres da República Islâmica do Irão.

A verdade é os inocentes sofrem injustamente. Da mesma forma que é injusto para os tibetanos, os curdos, os hutus e tantos outros povos. Mas merecem ter o seu Estado. Só há uma solução, está descrita em “Que futuro para Israel?” de Shlomo Bem-Ami em 2001. Foi o culminar das negociações iniciadas em Oslo 1992 que abortaram na derradeira acção de Bill Clinton, em que partes cederam aquilo que puderam, chegando a um acordo abortado porque Arafat só podia viver para a luta, não teve a coragem de assumir a paz a construção de um melhor futuro para o seu povo. Foi o início da 2ª intifada.

“Os nossos irmãos mais velhos”, como se referiu aos judeus, W. Churchill, vão continuar a tentar, hoje com poder que nunca teve, a ser ser um Estado, cometendo erros e atrocidades que deviam evitar. Israel que construíram e que não vão perder aquilo que tanto, e durante tantas gerações, custou a alcançar. Justiça a 100% só Deus.

2009. A II GRANDE DEPRESSÃO?


2009 entra com grandes receios até que ponto a famosa crise vai afectar as nossas vidas.


A verdade é que a única coisa certa é que tudo é incerto!


A deblace financeira, o terror do desemprego o crescimento da insegurança mundial faz prever o pior.


O que eu penso é que estamos a viver uma grande mudança civilizacional. Acho que depois disto, a Economia, as Ideias, o Trabalho e a Sociedade vão sair com outra cara.


Muita gente falou da "queda do muro" do capitalismo. Houve seminários sobre Marx. No congresso do PCP, Jerónimo quis dizer: Afinal nós tínhamos razão! O Capitalismo morreu!

Estão enganados. A história não se repete. A História avança. E o que está a acontecer é uma reacção a uma Economia muito baseada no Capital de origem fundamentalmente financeiro.

Se o acesso ao Capital for fácil, a Economia, cresce, e há mais riqueza. Só que, como se nota melhor quando a coisa não corre tão bem, existem alguns que se safam melhor que outros e isso, como é evidente, gera conflitos. Se olharmos para o que acontece nas manifestações na Grécia, vemos que aquilo é um sentimento de revolta, de indignação de descrença no seu futuro.

E é evidente para todos, que apesar do aumento brutal da riqueza, as diferenças entre os mais pobres e os mais ricos do planeta é qualquer coisa absolutamente absurda! Quantos milhões de seres humanos vivem com menos de 1 Euro por dia?


E se 2009 for o ano do ínicio da II Grande Depressão é a primeira depressão na era da Globalização. E a verdade é que a reacção à crise foi também feita a nível global. Será que vão evitar o efeito de uma crise demolidora? Não sei, e ninguém sabe. O grande problema é o desemprego. Como evitar que ele aumente?


Não sei. Mas continuo a pensar que o mercado é o que gera mais riqueza. O mercado em livre concorrência. Acredito que aquilo que tem dono é melhor gerido. Que todo o ser humano tem direito à felicidade e a viver bem, com acesso à Educação, Saúde, Justiça, Segurança e Cultura.

Mas também acredito que cada Homem é o primeiro responsável pela sua Vida. Mas isto é para outro post.


Relativamente a este, que já vai longo, acredito que se taxarmos brutalmente o capital financeiro, a economia teria um valor mais real e outras formas mais imaginativas de criação de capital surgiriam. Os excedentes poderiam ser capitalizados mas, a taxas fixas de longo prazo. Qual o preço a pagar? Um crescimento mais lento. Um outro tipo de consumismo.


2009 poderá ser o ínicio da II Grande Depressão, mas fará parte do processo da Revolução. Estamos a assistir à História.


Saúdinha