Ocidente, manter o Poder



O Homem não sobrevive se não fôr em comunidade. Devido a esse facto, surge o poder de alguns mandarem e outros obedecerem. Esta interrelação é aquilo que chamamos Política. A autoridade de deter o poder, a aceitação ou não de se obedecer, gera a luta, que desde sempre, existiu pelo Poder. É a origem de todas as revoluções, todos os impérios, guerras, etc.




Após milénios de História, hoje é a civilização Ocidental que detém o poder, conquistado nos últimos milénios (desde os Gregos e Romanos), e atingiu o apogeu naquilo que se chama " a Pax Americana". Quero aqui dizer que espero que o nosso modo de vida, a civilização Ocidental continue a ter o Poder.




A força que tornou possível esta realidade, o triunfo do nosso modo de vida, é a possibilidade de cada um pensar pela sua própria cabeça. Onde esta capacidade é incentivada, a de ter e expressar livremente opiniões próprias, eu sinto-me bem.




Politicamente, com todos os seus defeitos o sistema Ocidental funciona muito bem quando comparado com outros. Isto é inegável. Funcionar, significa, para mim, que o sistema apura, selecciona os melhores (a todos os níveis), aprende com o erro, e tem a capacidade de mudar, de melhorar.




Após a queda do Muro de Berlim, toda a ideologia socialista revolucionária, demonstrou estar errada. Nem todas as pessoas eram iguais, e sobretudo a sua individualidade era negada. O colapso económico foi esmagador.




A Guerra Fria marcou de forma profunda a Esquerda. O idealismo que acreditava poder transformar, para melhor, o mundo foi-se tornando intolerante, cada vez mais dogmático até que actualmente, ser de Esquerda é quase sinónimo se se proclamar anti-americano, ou ainda anti-ocidental.




Se o Poder foi (é) do Ocidente durante tanto tempo, o futuro é uma incógnita. O Planeta é hoje multi-polar com diversos pólos de Poder, não apenas os Estados, mas também organizações internacionais, grandes empresas, ONG's, igrejas, os medis, etc, etc. As mudanças tremendas que se estão a viver, exponenciadas pelos inimaginéveis efeitos da internet (desaparece a condicionante tempo-espaço), causam uma revolução no modo de vida de tal forma, que estou convencido que, não a conseguiríamos reconhecer nas próximas décadas.




Há quem se adapte à Mudança, que não se fará sem sacrificios, e a luta pelo Poder, a política, nunca irá parar. Atingido o apogeu do poder do Ocidente, significa que a curva será descendente; a questão é quem vai agarrar o Poder, já que este nunca fica "abandonado". A previsão geral é que a civilização dominante do futuro será a China.




Assim, a nossa civilização com todos os valores que defendo, será submetida por outros que infelizmente não dão mostras de partilhar aquilo que é fundamental: liberdade de pensar, capacidade de errar e renovar, direitos individuais e liberdades colectivas.




Por isso o meu lamento, já tantas vezes dito: já não há Esquerda e Direita, apenas os que compreendem a Mudança e se adaptam, e os outros que são contra a Mudança, que travam, adiam, permanecem irredutíveis naquilo que tomam por direitos, mesmo pondo em causa o futuro. E a minha crítica vai sobretudo à Esquerda que não contribuindo para a solução dos problemas, torna-se ela própria o problema.




A ideologia do "quanto pior, melhor" foi-se instalando, e os ataques sistemáticos à civilização Ocidental, protegendo, simultaneamente as outras civilizações que sucessivamente pisam os nossos valores, não contribui em nada para o nosso futuro.




A invasão ao Iraque, as relações Israel-Palestina são dois dos principais pontos de clivagem. Embora saiba qual o "meu lado", é hoje fácil verificar que os métodos usados foram um erro e baseados na mentira. Sempre aqui apoiei a resolução que obrigava Sadamm a cumprir as exigências da ONU. Os interesses envolvidos explicam como Bush, mesmo sem o apoio do Conselho de Segurança (França, Alemanha e Rússia) decidiu avançar (era já estratégia anterior ao 11 / Set). E o pós-guerra é a desgraça que se conhece. Mesmo assim se os iraquianos quiserem, têm uma oportunidade única de se transformarem numa potência económica local, onde haja "direitos, liberdades e garantias" do tipo ocidental e onde se possa viver em paz, finalmente.




Bush é o alvo a abater. Se tivesse sido outro as coisas provavelmente teriam sido diferentes, embora a responsabilidade de assegurar o acesso à Energia seja uma obrigação para qualquer político no Poder. É certo e sabido que o Presidente dos Estados Unidos vai mudar. É a tal capacidade de renovar, de corrigir, alterar, intrínseca ao modo de vida Ocidental.




A estratégia continuará a mesma: manter o Poder, sempre.




E nós, União Europeia, e nós Portugal, devemos lutar por essa estratégia; querer que o Poder seja renovável, sem Revoluções, aprendendo com os erros; o desafio é esse; lutar, defendendo o nosso modo de vida, pelo que o Poder continue a ser Ocidental. E a "velha Esquerda" tem de saltar para o lado da civilização Ocidental.