EL DIABLO

Hugo Chávez ao subir à tribuna na Assembleia das Nações Unidas em Nova Iorque chamou Diabo a George W. Bush tapando o nariz pois cheirava-lhe a enxofre…
Este homem, militar de carreira, que tentou um golpe para chegar ao poder em 1992 foi preso e depois amnistiado, ganha as eleições em 1998 com o seu Movimiento V Republica e logo dissolve a Assembleia para eleger uma nova Assembleia Constituinte.
Alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, nacionalizou a indústria petrolífera, governou por decreto, sofreu contestação de todos os sectores do país, em 2002 e acabou por sofrer um golpe que o fez ir parar à prisão. Num contra golpe voltou à presidência e num referendo voltou a ganhar. Prepara-se para alterar a constituição para se eternizar no poder. Ao mesmo tempo prepara um exército com 2 milhões de homens com armas compradas aos russos . E vai fazendo os suas alianças, com Coreia do Norte, com o Irão e o seu grande companheiro, Fidel.
Tenta evangelizar toda a América do Sul para as suas teorias, assentes no conflito Norte-Sul através de uma canal de televisão.
Este ditadorzeco, com o poder que lhe advém de ser um dos maiores produtores petrolíferos, tornou-se um foco de instabilidade para o mundo.
E foram muitos como este, convencidos de que eram o Sol na Terra, que causaram muito sofrimento nos seus povos.
Se Bush é o Diabo, que poderemos dizer de Chavéz? Nos Estados Unidos, apesar de podermos não concordar com as suas políticas, sabemos que ali, a Liberdade, a Democracia, o Direito são valores intocáveis.
As Democracias Ocidentais têm que defender-se contra este tipo de ameaças. Como é que se admite esta falta de respeito por um outro membro das Nações Unidas?
E a total indelicadeza que foi de colocar cartazes com Sócrates ao lado… Este gajo é perigoso!
É contra todo o tipo de totalitarismos que eu sou. E não reconheço como Esquerda.
Saúdinha

Guerra? Não depende de nós.

Falar em Guerra de Religiões só interessa de facto aos amigos do Osama Bin Laden. Não é racional. Só os irracionais a pretendem. Foi isto dito por Bento XVI. Concordo, e gostaria de pensar que os muçulmanos também concordam. Terá o Papa sido imprudente? Talvez, mas este é o caso que se não fosse do cu era das calças. É verdade que não se deve aumentar o ressentimento. Não depende de nós, ocidentais e cristãos. O ressentimento alimenta-se a ele próprio, e pouco podemos fazer contra isso.
A questão fundamental é que a tradição de liberdade individual, da expressão do pensamento, da demanda diversa do pensar e reflectir com o agir consequente, que vem dos gregos e romanos, foi legado, mesmo na Idade das Trevas (500 a 1000 dc) aos povos europeus que, como se lê no discurso. O nosso limite é a Razão.
Os muçulmanos sentem ressentimento. Porquê? Foram a civilização dominante e com os Abácidas, e depois com os Otomanos atingiram um apogeu que é hoje visto com saudosismo. O Califado é de cerca de 680dc a 1200dc. A responsabilidade é, mesmo inconscientemente, atribuída aos ocidentais, e hoje o ódio aos americanos em particular é profundo.
A sensibilidadade com que o Ocidente trata com estas questões é ambígua. Guerra do Iraque a inquinar e a desmoralizar aquilo que foi pensado ser a libertação dos iraquianos, reféns de um regime que punha a ridículo a comunidade internacional e pior, o seu próprio povo. Democratizar e responsabilizar os seus habitantes foi o valor pelo qual os soldados invasores se bateram.
O que correu mal? Para além daquilo que é sempre mau em qualquer guerra, é que o inimigo é completamente diferente: indivíduos cujo objectivo de vida, de todos os dias é, quanto pior, melhor. Insidiosamente, de modo ignóbil, a apelaram ao sentido religioso, esta guerra é, deve ser, de todos contra o Terror. Principalmente dos muçulmanos. Depende deles, fundamentalmente, não de nós. E isso é assustador.

Um caminho irreversivel?

As criticas à publicacao dos cartoons vindas de algumas das mais proeminentes figuras da intelectualidade Ocidental deram uma indicacao do quanto nós estamos dispostos a aceitar em favor da proclamada tolerancia pelas convicoes do Islao; as muitas criticas feitas ao discurso do Papa e a falta de apoio por parte da grande maioria da populacao Ocidental (inclusive dos seus lideres) bem como os apelos à contencao e ao sentido de responsabilidade, abriram a porta para coisas como esta

Mal de nós!

Opcoes e Opinioes

Dois momentos no Prós e Contras de ontem:

Aznar acusa os governos Ocidentais de não terem manifestado nenhum apoio ao Papa por terem medo de represálias. Depois continua dizendo que o medo já consegue calar muitos escritores, artistas e um grande número de pessoas que já não ousam manifestar a sua verdadeira opinião quando esta envolve assuntos relacionados com religião ou o Islão. Depois termina dizendo que ele não tem medo! Sigamos o seu exemplo e talvez consigamos ultrapassar os dias difíceis que se advinham; sigamos o exemplo dos nossos actuais governantes e provavelmente estamos a por em causa a nossa própria civilização….

Hernâni Lopes sistematiza uma das coisas em que mais acredito: se Portugal quer ter uma identidade própria num mundo cada vez mais globalizado tem de definir esta identidade à volta do mar.
Isto significa definir uma estratégia que incentive e motive os investimentos à volta deste tema: portos, transportes marítimos, construção e reparação naval, pescas, piscicultura, energias, oceanografia, biologia marítima, desportos náuticos, turismo náutico/fluvial, investigar/divulgar a nossa história marítima, desenvolver as relações intra-atlanticas são só exemplos de um miríade de desenvolvimentos que se podem fazer em torno do mar. Atrás desta primeira linha desenvolva-se uma segunda linha de apoio: infra-estruturas, indústrias de componentes, serviços, educação nas áreas relacionadas… E depois uma terceira linha a ligar tudo isto ao resto do mundo, essencialmente através de relações estreitas, realistas e descomplexadas com a Espanha. Estou convencido que não seria necessário um grande esforço para conseguir uma convergência da generalidade da população em torno deste pólo. O sentimento de proximidade que cada Português sente pelo mar é uma realidade, e uma realidade que se poderia e deveria explorar. Afinal não é o sal do mar já em grande parte devido aos esforços dos nossos antepassados?

Um terceiro momento: Fátima tenta que Aznar fale sobre detalhes de dossiers que foram negociados com Portugal quando ele era chefe do governo. Ele responde que a sua função era definir politicas deixando implícito que os detalhes dos dossiers eram responsabilidade dos ministros. Esta coisa de que o Primeiro-Ministro tem que ter na ponta da língua os resultados da produção de aves capoeiras em percentagem do PIB é muito nosso!

A LIÇÃO DO PAPA


Já muito se falou sobre a conferência de Bento XVI. Correndo o risco de ser enfadonho, gostava de incluir um aspecto que me parece não ter sido realçado. E que está encadeado na discussão anterior sobre “estratégia”.
O Papa dissertou num meio académico numa audiência de teólogos, filósofos e outros universários. Numa academia do Saber. O que é que ele disse, basicamente?
(aproveito para informar que não sou competente para, sequer compreender em toda a sua amplitude a conferência do Papa)
- Os Homens são seres racionais, são seres de Razão, e portanto podem, e devem entenderem-se, a despeito da diferença de culturas e de religiões.
A Dignidade do Homem, a distinção entre o Bem e o Mal, não é mais do que viver segundo essa natureza racional. E esta natureza não é exclusiva do Catolicismo.
O Catolicismo é o herdeiro da cultura grego-romana e não há Fé sem Razão.
Este conflito contra o Ocidente é uma reacção dos que entendem ainda as religiões como sendo anteriores ao pensamento científico. Isto é, a religião afastada da Razão.
“Não agir com o logos é contrário à natureza de Deus”.
Ao fazer uma citação mencionou o Profeta Maomé…
Apesar de, como já disse, não alcançar este nível de discussão (o que vale é que há muitos que também o não compreendem) parece-me uma conferência fantástica. Concordo com ele.
As reacções irracionais - a dar razão ao Papa-, indignação dos ulemas, o vandalismo, chegou a haver mortes – 1 freira na Somália – causou um despertar amargo ao Bispo de Roma.
Estou profundamente convicto que Bento XVI nunca imaginou este tipo de reacções violentas. Mas devia saber o que ía acontecer, dizem uns, outros afirmam que sabia muito bem o que estava a fazer. Há quem entenda que é o inicio de Novas Cruzadas!...
Acho tudo um disparate. O que eu acho é que o Papa cometeu uma imprudência, foi pouco prudente. Só. Mais nada. Toda a sua lição pretendia unir os povos, integrando mais razão na Humanidade. Mas o Papa é também um político.
E um Papa fala com voz muito grossa. É a voz da Cristandade!
E esse é o grande pecado de Bento XVI! O facto de ter citado Maomé, a mandar espalhar a fé pela espada.
Como tenho dito o combate ao terrorismo não pode, por um lado aumentar o ressentimento das massas muçulmanas – que são manipuladas muito facilmente – e por outro deixar resvalar para a guerra das religiões.
Neste caso, infelizmente, além de não ajudar no primeiro ponto, a referência ao Profeta, fez com que o debate passasse por dois intervenientes: o Cristianismo e o Islão. E isso incrementa o perigo de ao falar em Cristianismo versus Islão, se comece a acreditar na guerra de Religiões. Quem atacou em 11 de Setembro não foi o Islão e quem foi atacado não foi o Cristianismo. Uma seita fundamentalista islâmica atacou o Ocidente. E a verdade é que cada vez o Ocidente está mais fraco, em relação a essa seita. E falar nas religiões é o que Bin Laden quer. Que ninguém tenha dúvidas.
E a crença, a Fé é imbatível. Não vamos por aí. Eu lutarei pela liberdade de pensamento, não lutarei por Cristo. Isto não tem a ver com a Fé!
Um muçulmano, não religioso (que os há) não gosta que confundam a sua religião com terrorismo.
Posto isto, pode-se condenar o Papa? Só Deus tem essa prerrogativa. E não é o Papa infalível?...
Não me interessam culpas, o que me interessa é vencer essa barbárie! E sei que não podemos ir pelo caminho da auto-censura. Mas...Não estamos em guerra? O Papa tem que ser um diplomata. João Paulo II foi ecuménico e humanista. Não acredito que Bento XVI queira alterar este rumo.
E desejo, ardentemente, que o Papa dê uma grande Lição na sua visita à Turquia.
Saudinha.

MEMÓRIAS - FAME

Série de culto, onde sonhámos ser grandes artistas.
Saúdinha

Velhas actualidades e generalidades

Por cá a “feliz coincidência” Cavaco-presidente, Sócrates-governo e Mendes-oposição tem dado alguns passos no bom sentido com saliência para o acordo da Justiça; o fundamental é perceber que há sectores que devem ser para além da Legislatura, independente do partido no poder. Na nossa Democracia, em que há (como é normal) uma matriz comum das grandes linhas políticas, a desejável alternância não pode pôr em causa sectores como a Justiça. Também a Segurança Social podia ser objecto de um acordo, mas o PS não aceita, o que diz ser a privatização; parece-me haver aqui uma luta ideológica que não é lógica. O PCP propõe que as grandes empresas descontem para a Segurança Social de forma proporcional aos lucros. De facto o financiamento da Segurança Social deve ser discutido, mas não podemos afugentar as empresas, responsáveis pela economia e, portanto pelo emprego. Na Educação medidas concretas no sentido correcto: docentes com 3 anos na mesma escola, e escolas a abrirem a tempo e horas; propostas muito interessantes do PSD, querendo dar a cada escola a responsabilidade e a possibilidade de concorrência saudável: directores e alunos / pais a escolherem as melhores escolas; boas ideias e perspectivas.
No Courrier interessante definição para Esquerda: regime de impostos altos para manter um Estado generoso. Na minha opinião falar em Esquerda-Direita hoje não faz muito sentido, como já aqui escrevi.

Lá fora crises e oportunidades. Afeganistão e Iraque, pecados apontados aos americanos e Ocidentais, não correm da forma idealizada, com a pacificação, democratização e desenvolvimento económico destas regiões. Recrudescimento dos talibãs, com o Paquistão em equilíbrio instável, no Iraque, inexplicável sucessão de atentados sobretudo entre xiitas e sunitas com os curdos na expectativa. Israel reage desproporcionalmente ao rapto de soldados e ataca o Líbano para “aniquilar” o Hezzbollah. Irão e Síria penalizados pela resolução da ONU que obriga o desarmamento e tropas fundamentalmente europeias têm papel critico e fundamental. Paralelamente, e após 1 ano da retirada unilateral de Gaza e a eleição do Hamas, alto dirigente palestiniano coloca o dedo na ferida, “Gaza é terra a ferro e fogo, de senhores da guerra e nada se fez para construir um país”; Abbas propõe Governo de unidade nacional, e (Hamas e OLP) e pede apoio a Bush, que juntamente com a União Europeia, Rússia exige que o Hamas reconheça Israel e aceite os acordos realizados no passado. Entretanto, um pouco à semelhança do que foi o processo na ONU contra o Iraque, o Conselho de Segurança exige ao Irão que interrompa os seus esforços com a energia nuclear; particularmente a União Europeia (França e Alemanha) continuam negociações impasse após impasse. Ninguém pode saber se chegaremos a algo parecido com um acordo, mas a comunidade internacional não parece disposta a permitir a ameaça da arma nuclear iraniana. 5º aniversário do 11/9, com vários debates, potenciados pela reacção, mais uma vez revelando o pior do obscurantismo, de radicais muçulmanos e não só, a um discurso do Papa que, no essencial, apelava à Razão, não se usando o nome de Deus para justificar violência. Também na Europa criticas ao Papa, pois “pôs achas na fogueira”(aqui). A luta entre a Razão e o Obscurantismo continua. Trágico são os emigrantes que arriscam tudo para chegar à Europa, e o genocídio que continua em Darfur, no Sudão, com o governo a não permitir capacetes azuis! Cómico o discurso de Chavez na Assembleia da ONU. E assim vai o mundo.

MEMÓRIAS - AD

Em 1979 não tinha ainda idade para votar, mas a AD foi uma lufada de ar fresco. Lembro-me da Alameda, cheínha, em festa.
Apesar de estar convencido que não foi um bom governo para o país, - Sá Carneiro morreu passado um ano-, alterou todo o espiríto da nossa Democracia.
Saúdinha

A TERCEIRA VIA

A propósito da comemoração do quinto aniversário do 11/09 tem havido várias discussões sobre esta guerra contra o terrorismo.
Julgo que tenho uma divergência de opinião com os co-bloggers daqui e do RdM que parte da minha convicção de que não há só duas partes neste conflito. Na minha opinião existe o fundamentalismo muçulmano que quer destruir o modo de vida ocidental, e o resto do mundo que está aterrorizado, não sabendo como pode derrotar este inimigo. A estratégia nesta guerra é conduzida pelos USA, mas, ao contrário dos meus amigos, recuso-me a aceitar que não há outras formas de combater este inimigo.
Encontrei um artigo de Fernando Madrinha no editorial do Courrier Internacional que espelha exactamente o que penso, e resolvi copiá-lo :

“ UMA GUERRA PERDIDA
Cinco anos e duas guerras depois – ou três, se contarmos também a do Líbano que, apesar das suas especifidades, pode inscrever-se de forma indirecta no grande conflito global desencadeado pelo 11 de Setembro – o mundo não está mais seguro, como ainda agora de viu em Londres. E a Al-Qaeda, ou aquilo que ela representa em termos de antagonismo ao Ocidente, com fundamento ou mero pretexto religioso e civilizacional, estará mais fraca? Pode ter sido pontualmente debilitada na sua operacionalidade. Mas ninguém tem dúvidas de que o fanatismo e o ódio ao Ocidente de que se ela alimenta e que são as suas armas essenciais, cresceram exponencialmente. Daí que a guerra declarada por George W. Bush, após o 11 de Setembro, seja uma guerra perdida.
As invasões do Afeganistão e do Iraque falharam os objectivos centrais anunciados: destruir a Al-Qaeda e prender Bin Laden, no caso afegão, eliminar as armas de destruição maciça que supostamente estariam nas mãos de Saddam Hussein – mas que, afinal não existiam - , no caso do Iraque. Pior ainda: essas invasões, longe de terem isolado a Al-Qaeda e as inúmeras organizações radicais islâmicas que pululam por esse mundo, o que fizeram foi fortalecê-las com um exército de novos simpatizantes e candidatos a terroristas.
Se bem que os USA não tenham voltado a sofrer atentados e apesar de a Europa, com excepção da Turquia, ter sido alvo de apenas dois – Madrid e Londres – ao longo destes cinco anos explodiram inúmeras bombas em todo o mundo, accionadas por indivíduos e grupos terroristas com algum tipo de relação com a “base” de Bin Laden. Isto sem contar com o Afeganistão, onde tudo indica que os talibãs voltam a dar sérias preocupações aos militares da NATO. E muito menos com o Iraque, onde a Al-Qaeda mata todos os dias, num desafio aberto e permanente às forças armadas e de segurança, tanto as estrangeiras como as nacionais. Não sabemos quantos ataques foram evitados. Mas é bem possível que tenham sido bastantes mais do que aqueles de que chegou a haver notícia e conhecimento público.
O terrorismo mantém-se, portanto, activíssimo. Mas, pior do que não ganhar uma guerra no campo de batalha é perdê-la na retaguarda. E é isso que tem vindo a acontecer desde a invasão do Iraque, quando se tornou claro que George W. Bush e Tony Blair mentiram sobre o fundamento dessa invasão: as armas de destruição maciça que estariam nas mãos de Saddam Hussein. Daí em diante – ao Iraque transformado num pântano de sangue juntam-se casos como os de Abu Grahib, de Guantánamo e dos voos da CIA, com as suas suspeitas de tortura – a autoridade moral de Washington para fazer uma guerra em nome dos grandes princípios do Ocidente não cessou de diminuir. Assumir os erros cometidos tem de ser o primeiro passo para uma mudança de estratégia. Mas isso, muito provavelmente, não vai acontecer antes de Bush sair da Casa Branca.”

Para ilustrar recordo a carta que Colin Powell escreveu ao Congresso avisando da perda da autoridade moral dos USA!
Acredito numa terceira via para ganhar esta guerra contra estes ignorantes medievais que, sob o nome de Deus, querem tirar-nos a liberdade, impedir o nosso modo de vida, e matam inocentes sem qualquer sensibilidade. Mas nesta estratégia, vamos, passo a passo, para um final muito triste.
Saúdinha

Conversas Em Trabalho

Conversa com H. (H é muçulmano)

H – Agora vem ai o Ramadão e lá vou eu ter de passar fome.
Eu – Atao mas se tu não és muito religioso porque raio vais fazer o Ramadão?
H – Olha, tu também não és um Católico dos quatro costados e também festejas o Natal!
Eu - …

Eu – Atao mas afinal qual é o objectivo do Ramadão?
H – É passares fome durante um mês para poderes sentir aquilo que sentem os que passam fome durante o ano inteiro.
Eu - …

Eu – Essas cenas da religião só servem para criar conflitos entre as pessoas.
H – Não necessariamente. Na Tunísia os meus pais têm vizinhos judeus e aos sábados, quando eles não podem acender o lume, é a minha mãe que cozinha para eles. Até serve para confraternizarem.
Eu - …

As Escolhas do Harpic

11 de Setembro de 2001: Uma série de ataques terroristas realizados com aviões de passageiros destroem as torres do World Trade Center de Nova Iorque e danificam o edifício Pentágono em Washington, fazendo cerca de 2.000 mortos.

Já lhe chamaram principio, meio e fim de muita coisa. Para mim é essencialmente o episódio que confirma que existe uma guerra entre nós e eles. Uma guerra diferente daquelas a que estávamos habituados, mas não deixa por isso de ser essencialmente uma guerra.

12 de Setembro de 1297: Assinatura do Tratado de Alcanizes, entre os reis D. Diniz de Portugal e Fernando IV de Castela. Os limites geográficos de Portugal são fixados definitivamente. Das povoações incluídas naquele tratado Portugal só não detêm actualmente São Félix de Galegos, perdida em 1640, e Olivença, perdida em 1801.

Tá bem tá, se fosse só São Félix de Galegos e Olivença…..

13 de Setembro de 1941: O exército italiano invade o Egipto, ocupado por forças britânicas, começando a sua ofensiva no Norte de África.

O importante é conquistar Tunis antes da 9 jogada!

14 de Setembro de 1960: A OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) foi criada em Bagdad.

A dependência do petróleo é um dos factores que mais influencia o actual panorama político, social e económico mundial. A próxima grande revolução (depois da agrícola e da industrial) vai ocorrer quando se começar seriamente a utilizar novas fontes energéticas.

15 de Setembro de 1765: Nascimento do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805), em Setúbal.

Sem nenhum respeito por todos esses Pinas que, assumidos ou não, andem aí, aqui fica a minha homenagem a este artista que, além de grande fodilhão, foi um grande defensor da Liberdade. E que falta fazem agora gajos como este…..

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,

Eis Bocage em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.

16 de Setembro de 1620: 102 colonos ingleses partem no navio Mayflower para a América. Chegarão em 21 de Novembro a Provincetown, no Massachusetts, e desembarcarão em 26 de Dezembro em Plymouth.

No fundo, no fundo são estes 102 malandros que são os culpados desta merda toda!

17 de Setembro de 1480: Estabelecimento do Tribunal da Inquisição em Espanha, a pedido dos Reis Católicos.

Telhados de vidro ….?

REGRESSÃO CIVILIZACIONAL


Há cinco anos iniciou-se um novo ciclo histórico. Ainda é muito cedo para fazer uma análise histórica das alterações na civilização humana provocadas pelos atentados de 11 de Setembro, mas julgo que é indiscutível que se iniciou um novo tempo histórico.
No 1º ano do 3º milénio, e ao contrário dos últimos marcos históricos que alteraram a História, sempre no sentido positivo, este fez regredir a civilização humana.
Já se falou muito dos choques de civilizações, da guerra das religiões, da intolerância, do obscurantismo e por outro lado, da luta pela posse das reservas energéticas, de vários pesos e várias medidas, de invasões em países soberanos com pretextos vários, mas não é esse o tema deste post.
Cada vez acredito menos na possibilidade da Paz. Vejo que os fundamentalistas islâmicos não pretendem nada, não querem negociações, apenas querem substituir uma sociedade livre, rica e pacífica por uma sociedade fechada, obscura e miserável. Contra isto há muito pouco a fazer. Talvez fosse possível evitar o aparecimento destes fanáticos, tirando-lhe o apoio que têm das massas muçulmanas.
É minha convicção que tal como em vários períodos na História, em 11 de Setembro de 2001, a História faz uma inversão no desenvolvimento humano.
Nunca como até aí, a Humanidade teve tanto bem estar, tanto consumo, tanto lazer, pode-se dizer mesmo tanta opulência. E esta riqueza nunca como agora chegou a tantos. A par desta riqueza (mais ou menos de acesso universal) nunca como até aí tivemos tantas liberdades, tantos direitos, tanta segurança. E é este estádio da Civilização que começou a decair em 11/Set!
Vamos empobrecer, ter menos acesso a bens e serviços, menos segurança, menos liberdade, mais medo, mais desconfiança…
Infelizmente, entrámos numa época em que as expectativas de futuros radiosos estão muito sombrias.
Só poderemos confirmar ou não esta inversão de ciclo daqui a muitas décadas, porém esta é a minha visão.
Saudinha.