A TERCEIRA VIA

A propósito da comemoração do quinto aniversário do 11/09 tem havido várias discussões sobre esta guerra contra o terrorismo.
Julgo que tenho uma divergência de opinião com os co-bloggers daqui e do RdM que parte da minha convicção de que não há só duas partes neste conflito. Na minha opinião existe o fundamentalismo muçulmano que quer destruir o modo de vida ocidental, e o resto do mundo que está aterrorizado, não sabendo como pode derrotar este inimigo. A estratégia nesta guerra é conduzida pelos USA, mas, ao contrário dos meus amigos, recuso-me a aceitar que não há outras formas de combater este inimigo.
Encontrei um artigo de Fernando Madrinha no editorial do Courrier Internacional que espelha exactamente o que penso, e resolvi copiá-lo :

“ UMA GUERRA PERDIDA
Cinco anos e duas guerras depois – ou três, se contarmos também a do Líbano que, apesar das suas especifidades, pode inscrever-se de forma indirecta no grande conflito global desencadeado pelo 11 de Setembro – o mundo não está mais seguro, como ainda agora de viu em Londres. E a Al-Qaeda, ou aquilo que ela representa em termos de antagonismo ao Ocidente, com fundamento ou mero pretexto religioso e civilizacional, estará mais fraca? Pode ter sido pontualmente debilitada na sua operacionalidade. Mas ninguém tem dúvidas de que o fanatismo e o ódio ao Ocidente de que se ela alimenta e que são as suas armas essenciais, cresceram exponencialmente. Daí que a guerra declarada por George W. Bush, após o 11 de Setembro, seja uma guerra perdida.
As invasões do Afeganistão e do Iraque falharam os objectivos centrais anunciados: destruir a Al-Qaeda e prender Bin Laden, no caso afegão, eliminar as armas de destruição maciça que supostamente estariam nas mãos de Saddam Hussein – mas que, afinal não existiam - , no caso do Iraque. Pior ainda: essas invasões, longe de terem isolado a Al-Qaeda e as inúmeras organizações radicais islâmicas que pululam por esse mundo, o que fizeram foi fortalecê-las com um exército de novos simpatizantes e candidatos a terroristas.
Se bem que os USA não tenham voltado a sofrer atentados e apesar de a Europa, com excepção da Turquia, ter sido alvo de apenas dois – Madrid e Londres – ao longo destes cinco anos explodiram inúmeras bombas em todo o mundo, accionadas por indivíduos e grupos terroristas com algum tipo de relação com a “base” de Bin Laden. Isto sem contar com o Afeganistão, onde tudo indica que os talibãs voltam a dar sérias preocupações aos militares da NATO. E muito menos com o Iraque, onde a Al-Qaeda mata todos os dias, num desafio aberto e permanente às forças armadas e de segurança, tanto as estrangeiras como as nacionais. Não sabemos quantos ataques foram evitados. Mas é bem possível que tenham sido bastantes mais do que aqueles de que chegou a haver notícia e conhecimento público.
O terrorismo mantém-se, portanto, activíssimo. Mas, pior do que não ganhar uma guerra no campo de batalha é perdê-la na retaguarda. E é isso que tem vindo a acontecer desde a invasão do Iraque, quando se tornou claro que George W. Bush e Tony Blair mentiram sobre o fundamento dessa invasão: as armas de destruição maciça que estariam nas mãos de Saddam Hussein. Daí em diante – ao Iraque transformado num pântano de sangue juntam-se casos como os de Abu Grahib, de Guantánamo e dos voos da CIA, com as suas suspeitas de tortura – a autoridade moral de Washington para fazer uma guerra em nome dos grandes princípios do Ocidente não cessou de diminuir. Assumir os erros cometidos tem de ser o primeiro passo para uma mudança de estratégia. Mas isso, muito provavelmente, não vai acontecer antes de Bush sair da Casa Branca.”

Para ilustrar recordo a carta que Colin Powell escreveu ao Congresso avisando da perda da autoridade moral dos USA!
Acredito numa terceira via para ganhar esta guerra contra estes ignorantes medievais que, sob o nome de Deus, querem tirar-nos a liberdade, impedir o nosso modo de vida, e matam inocentes sem qualquer sensibilidade. Mas nesta estratégia, vamos, passo a passo, para um final muito triste.
Saúdinha

10 comentários:

T.C. disse...

And you think this is a bad thing? Get'em all riled up, put in one place so we don't have to waste time looking for the pigs befor we kill them all.

Rantas disse...

Alex,
Olha, este senhor não concordou contigo...

Bom, eu concordo com quase todo o texto do Madrinha - concordo que o Mundo está mais inseguro, a al-qaeda está mais forte, estamos a perder a guerra. E se a estamos a perder é porque ela está a ser mal conduzida. Enfim, digo que a estamos a perder, não chego ao ponto de dizer (ainda) que "é uma guerra perdida".

Eu confesso que comecei a olhar para esta questão de uma forma nova (para mim, claro) depois do que se passou em Inglaterra no dia 10 de Agosto. Nesse dia houve algumas coisas que, para mim, ficaram claras - a guerra não pode ser entre "eles" e os americanos mais os ingleses. A guerra tem de ser travada por todo o Ocidente e todos nós temos um lado. Negá-lo significa colocar umas pálas nos olhos (maldito relativismo!). Aceitá-lo significa várias coisas - apoiar a utilização da base das Lajes como apoio logístico aos nossos aliados (EUA, Israel).
Significa fechar temporariamente os olhos a alguns dos nossos principios. A liberdade de imprensa não tem de ser um valor acima de todos os outros! É verdade que há falhas enormes do "nosso" lado - Abu Ghraib, Guantánamo, etc. Devem ser punidas e corrigidas. Não devem ser publicitadas, porque isso só penaliza o nosso lado e fortalece o deles.
A imprensa tem de ter uma posição, e essa posição não deverá ser a de publicarem tudo ignorando as consequências. Por vezes ocorrem situações limite em que os princípios que defendemos se sobrepõem e se tornam incompatíveis. Há que escaloná-los e hierarquizá-los. A liberdade de imprensa deve estar acima de tudo ou deve ser sobreposta pelo interesse público, nesta luta em que todo o Ocidente e a nossa forma de vida estão em jogo?
Posso estar a explicar-me mal. Exemplifico para me tentar explicar melhor - com a imprensa que temos nos dias de hoje, imagino a manchete dos jornais no início de Junho de 1944 - Desembarque vai ser na Normandia! É exagero? Veja-se o circo que foi a chegada dos marines americanos à Somália, com a CNN à espera!

Estamos a chegar a um ponto em que temos de ter tino e bom-senso. Temos de limar algumas arestas entre o nosso lado (a impunidade de Israel, a falta de senso dos EUA, a falta de união da Europa, a falta de investimento da Europa em defesa, etc). São muito importantes, mas perto da ameaça do fundamentalismo islâmico, tornam-se acessórias.

manolo disse...

O comentário aqui de cima é assustador. A estratégia seguida não foi a melhor... o que vier a seguir a Bush é que é..., a guerra não acabou porque o inimigo (que tu descreves no teu parágrafo) continua (porque iniciou uma guerra no 11/9). O F. M. apresenta uma série de factos. O que diz é verdade, mas falta-lhe sublinhar o que tem sido feito para combater o terrorismo; todas as frentes de combate estão a funcionar, apesar dos atropelos. Relativamente à guerra do Iraque, militarmente atingiu todos os objectivos; e naquela altura (à semelhança, forçada talvez, dos que aceitem uma guerra com o Irão para evitar a posse de uma bomba nuclear), o povo americano, e também largas maiorias na Europa, esteve de alma e coração no combate a Saddam e ao regime iraquiano. É claro que afinal não havia ADM, e a credibilidade baixou e Bush vai pagar por isso, embora a politica internacional não mude muito. A guerra que "eles", travam, sempre que podem; a verdadeira guerra será se a vontade da maioria dos iraquianos é construir um país para o futuro, ou se essa maioria prefere ajustar contrar entre "familiares desavindos à 1300 anos". Esta loucura do terrorismo, por ser também uma luta contra o Ocidente (parece que foram humilhados), não tem o repúdio que devia ter das comunidades muçulmanas. A estratégia foi derrubar e tomar o país rapidamente, controlar recursos, e entregar aos representantes do Iraque (eleições, Constituição, Referendo) e retirar para casa, esperando que a região se desenvolva economicamente enquanto se transforme em Democracia. Isto era o conto de fadas, mas era (é?) a estratégia. Claro que os espinhos e também os patinhos feios são Israel e a Palestina. A invasão do Líbano, à margem de tudo, pelo rapto e morte de soldados, é, parece-me, não sei, desproporcional (também a 2ª Intifada devido à visita mediática à Esplanada das Mesquitas por Sharon). 34 dias de guerra. Desarmar o Hezzbolah (são parte do inimigo? tendo obras meritórias apoiam o terrorismo, ou seja, planear matar gente que não espera, inocente, e com o objectivo final e sagrado de acabar com Israel. Têm grandes responsabilidades, para com a Humanidade e para com o seu povo. A Terceira Via (??) O Papa hoje, parafraseando o Corão, disse exactamente o mesmo: Usar Deus para a violência é "blasfémia"; a reacção foi semelhante às caricaturas, ao assassinato do cineasta na Holanda; aqui não haverá 3ª via. Eles, mesmo que nós não queiramos, querem a guerra pois esse é o seu objectivo.

Alex disse...

Rantas, parece que estamos de acordo em quase tudo. Eu também sei que estamos em guerra, e devemos dar guerra sem quartel. O que eu digo é que o nosso lado tem diversas formas de conduzir esta guerra. A guerra conduzida pelos USA, nomeadamente a invasão ao Iraque não foi positivo. Aumentou a ameaça. E não alterando esta escalada de acção-reacção vamos caminhando para o abismo. Eu concordo com limitações aos direitos em função das necessidades de segurança, defendo mais controlo de movimentos, defendo uma guerra económica e financeira e acima de tudo uma guerra de persuação, de demonstração de um modo de vida contra o fanatismo e obscurantismo. O caminho que se tem tomado tem resultado no aumento do ódio das massas muçulmanas que é o pior que pode acontecer. O que acontece é que o inimigo vai tendo cada vez mais apoio e no Ocidente cada vez mais gente desaprova o que se tem feito. É a perda da autoridade moral que nos faz perder esta guerra. E com isto não estou a dizer que eles têm qualquer tipo de autoridade moral. Nem querem ter. Mas nós temos. E devemos mantê-la. Por isso considero completamente errado ter invadido o Iraque, com a devastação, morte de inocentes, torturas...
E acho que há outra maneira de fazer esta guerra. Se não concordas, ok, temos uma divergência de opinião.
Manolo, consideras que todos os objectivos na invasão do Iraque foram cumpridos... Estou completamente em desacordo. Hoje o Iraque sofre quotidianamente atentados dos xiitas contra os sunitas, os americanos estão com vontade de saír, o Iraque tornou-se um barril de pólvora e não a Democracia que se pretendia.´
É exactamente nas frentes sombra que se deve combater esta guerra. Não se pode dar motivos para eles recrudescerem os seus ódios e humilhações. Eu não digo que não esteja a ser feito, o que digo é que não devia ter sido feito é uma invasão a um país utilizando falsos pretextos e contra as NU. É que dessa forma subimos um degrau nesta escalada e vamos, passo a passo, para a tal regressão civilizacional. Felizmente, no nosso cantinho ainda não chegou nada. Mas a minha tese é de que, nesta guerra, do resto do mundo contra, cada vez mais muçulmanos fanáticos, não há só uma maneira de os combater. Eu não posso dizer que sim a tudo o que os americanos (Adm. Bush) faça. Há outras opções.
Tu achas. Ok. Não estamos de acordo.
Rantas, eu não disse que FM estava de acordo comigo. Escreveu um artigo com o qual eu concordo a 100%.
Saúdinha

Rantas disse...

Alex, a invasão do Iraque foi um erro. Como te deves lembrar, eu também a considerei um erro, na altura - aliás, assim como a França e a Alemanha.

Mas isso agora é acessório. Não se deve chorar sobre leite derramado, o mal já está feito. Temos é de ver o que fazer agora, que a guerra continua e a estamos a perder.

A vitória tem de ser nossa e não será uma vitória militar - o verdadeiro combate é na defesa intransigente do nosso modo de vida, da nossa tolerância, do nosso humanismo. O irónico é que tudo indica que, para isso, tenhamos de ser, no meio do processo, intolerantes e desumanos. Isso é bom? Não não é. Mas creio que é inevitável.

A intolerância dos muçulmanos é chantagista, é terrorista, é bárbara. A reacção aos cartoons e às declarações (perfeitamente equilibradas!) do Papa, levam-me a pensar que o verdadeiro combate é ao nível das convicções filosóficas e religiosas. A religião era o ópio do povo. Neste momento, está a tornar-se numa droga muito mais pesada - cocaína, heroína, o que seja. Não devemos tentar entender e relativizar as tonterias dos muçulmanos quando eles vão para a rua gritar, queimar bandeiras e rebentar igrejas quando algo lhes faz mal ao ego. Não podemos relativizar, desculpabilizar, transigir - quem arma uma fatwa sobre um escritor (Salman Rushdie) por causa do que ele escreveu, quem se exalta por causa de cartoons e de declarações - razoáveis e obviamente bem intencionadas - de Bento XVI, prepara o terreno para quem joga aviões contra prédios, bombas contra comboios, etc. Contra isso tudo, o Ocidente deve ser intolerante. Contra as madrassas na Europa que educam bombistas, contra os xeques exilados políticos que advogam o ódio, o Ocidente deve ter apenas uma atitude - reprimir.

Anónimo disse...

Eu não acredito que exista uma estratégia para ganhar esta guerra. Não foi nenhuma estratégia que terminou com a Guerra-Fria. Foi sim a acção das pessoas, o desejo de liberdade que é natural em cada homem (e mulher também!). E nesta nova guerra, onde nem sequer sabemos muito bem quem é e onde está o inimigo, esta é a única atitude que nos pode levar a vencer de novo estas ameaças ao nosso modo de vida: manter o nosso modo de vida e manter-mo-nos fiéis aos nossos valores!

Quando falam em aceitar calculados limites à liberdade e responder à intolerância com a intolerância, são sinais preocupantes dos avanços dos nossos inimigos; Quando vislumbram sinais do fim do mundo ou de retrocessos da civilização estão a colocar o conflito sob os termos de referência deles. Afinal é mesmo isso que eles querem: meter-nos medo para que nós alteremos o nosso comportamento.

Temos que aprender a viver com o perigo, mesmo que com isso o estejamos a potenciar.

Coragem rapazes que no final é sempre o cowboy bom que fica com a miúda!

Rantas disse...

I´m a poor lonesome cowboy
And a long way from home

Alex disse...

Quero agradecer a todos os comentadores. Há que tempos que ninguém contestava os meus posts e já estava a ficar complexado.
Concordo contigo Harpic em que devem ser as pessoas, individualmente, a rejeitar a barbárie. Mas já discordo quando dizes que não houve estratégia para vencer a Guerra Fria. O que eu acredito é que devemos demonstrar aos povos que vivem sob os regimes islâmicos que podem ser mais felizes noutro tipo de sociedade. É evidente que isto não é fácil de fazer, mas utilizemos os media, o marketing, programas de formação, sei lá. Acredito que só o próprio povo pode alterar estes líderes terroristas.O que me parece fundamental é não darmos motivos para esses povos se unirem contra o Ocidente. E também não deixarmos resvalar para uma guerra de religiões. Os dogmas não são racionais.
Rantas, o passado é passado. Certo. Está aí o processo do Irão. Na minha opinião não pode ser igual ao Iraque. Toda a atitude que tomarmos tem que ser no seio da ONU. E existem vários passos a ser dados: sanções económicas, embargos, etc. O Irão não pode ter a bomba (apesar de poder por-se em causa a legitimidade de quem a tem, não deixar os outros desenvolverem-na), pois poria em risco o planeta. Mas devemos seguir a via diplomática até não termos hipótese.
Tenho esperança que, apesar de tudo, sejam tropas da União Europeia a irem para o Líbano. Pode ser uma oportunidade de haver outro tipo de relacionamento.
Saúdinha

Anónimo disse...

"...quando dizes que não houve estratégia para vencer a Guerra Fria."
Dito assim parece realmete uma afirmação um pouco leviana e extremamente injusta. É claro que houve diversas estratégias que foram utilizadas durante a Guerra Fria, e é graças a elas que se conseguiu evitar um conflito de larga escala (e neste campo, desculpem lá os detractores do oncle Sam, mas é aos americanos que devemos a paz!). O que eu quis dizer foi que em ultima analise não foi nenhuma estratégia pré-elaborada que fez com que aparecesse o Sr. Gorbatchov e com que as suas ideias atingissem a aceitação que elas acabaram por ter com as consequências que todos sabemos. O que fez com que isso acontecesse foi precisamente, como tu o dizes, a vontade natural que as pessoas têm em ser mais felizes.

No caso deste novo conflito de ideias, entre os ideais de Liberdade que nós defendemos e os conceitos fundamentalistas que dominam certas franjas do mundo muçulmano, julgo que é a mesma coisa. Provavelmente vamos ter de penar um bocado até que apareça um qualquer Sr. Albatchov que consiga mostrar aos amigos muçulmanos que se calhar podem viver melhor se suavizarem um bocadinho certas e determinadas ideias! E só isso é que pode fazer com que estas franjas deixem de ter o impacto que agora têm.

"o que me parece fundamental é não darmos motivos para esses povos se unirem contra o Ocidente". Se com isto queres controlar a nossa imprensa e censurar os discursos do Papa, estou completamente em desacordo. Não é a condicionar o nosso comportamento em função dos conceitos fundamentalistas que alguns defendem que nós podemos convencer todos de que os nossos ideais é que estão certos. Deixar que isso aconteça é implicitamente admitir que nós estamos errados (e que não devemos publicar cartoons sobre o Maomé ou que não podemos dizer evidencias históricas só porque isso pode ser considerado como uma ofensa às virtudes dalgum profeta).

Estou convencido de que uma pretensa união do Islão contra o Ocidente não existe e não é mais do que uma inteligente manipulação que alguns países árabes estão a usar para tirar vantagens. Por isso quer-me parecer que em relação às nossas ofensas vamos sempre ser presos: quer por blasfemar quer por não blasfemar!

Quanto à ameaça do terrorismo é de facto uma ameaça à nossa segurança. Como o é o tráfico de droga, o crime organizado, o tráfico de pessoas, a corrupção, e por ai em diante. Como tal é um caso de polícia e como tal deve ser tratado.

O problema do Irão é grave. Não sei qual é a melhor solução. Os embargos julgo que não teriam qualquer efeito (não há embargo sério contra um dos maiores produtores de petróleo) e uma intervenção militar não resolveria nada (como não resolveu no Iraque). Concordo que a via diplomática é agora a melhor opção. E se por acaso não resultar, pois olha… é mais um! Não vejo onde é que o facto do Irão ter armas atómicas é mais ameaça do que o Paquistão, a Correia do Norte ou qualquer eijão que não teve certamente dificuldade em deitar mão a bocaditos do arsenal soviético que por ali ficou desamparado. Como nota curiosa fica a notícia (Times) de que o Farsi é somente a 28a língua mais falado no mundo mas é agora a 2a mais utilizada em blogs; e esta hein!

Alex disse...

Ganda Harpic. Este comentário dava um post! Fez quinze anos agora do golpe de 19 de Agosto de 1991, onde Gorbatchov, que tinha o acordo com as Repúblicas para assinar e foi aprisionado pela auto nomeada Comissão para o estado de emergência. De repente o povo veio à rua e Ieltsin chegou ao poder, acabando com o Império soviético. A História é feita de pequenos passos, que muitas vezes se tornam em verdadeiras revoluções. E seria bom que aparecesse alguém no mundo islâmico que pusesse o povo na rua a gritar por liberdade.
Também concordo que a auto censura é um caminho para a nossa derrota. Tenho é uma pequena divergência. Acho que há alturas para gritar as nossas liberdades e há ocasiões em que não podemos originar estas reacções bárbaras. Por exemplo, nas caricaturas deveríamos ter gritado bem alto a nossa liberdade de imprensa e agora o Papa não devia ter feito a tal citação.
E não pode haver uma discussão de religiões. Estas não se discutem.
Temos que ganhar esta guerra, pelos nossos filhos e netos!
Saúdinha