Dois momentos no Prós e Contras de ontem:
Aznar acusa os governos Ocidentais de não terem manifestado nenhum apoio ao Papa por terem medo de represálias. Depois continua dizendo que o medo já consegue calar muitos escritores, artistas e um grande número de pessoas que já não ousam manifestar a sua verdadeira opinião quando esta envolve assuntos relacionados com religião ou o Islão. Depois termina dizendo que ele não tem medo! Sigamos o seu exemplo e talvez consigamos ultrapassar os dias difíceis que se advinham; sigamos o exemplo dos nossos actuais governantes e provavelmente estamos a por em causa a nossa própria civilização….
Hernâni Lopes sistematiza uma das coisas em que mais acredito: se Portugal quer ter uma identidade própria num mundo cada vez mais globalizado tem de definir esta identidade à volta do mar.
Isto significa definir uma estratégia que incentive e motive os investimentos à volta deste tema: portos, transportes marítimos, construção e reparação naval, pescas, piscicultura, energias, oceanografia, biologia marítima, desportos náuticos, turismo náutico/fluvial, investigar/divulgar a nossa história marítima, desenvolver as relações intra-atlanticas são só exemplos de um miríade de desenvolvimentos que se podem fazer em torno do mar. Atrás desta primeira linha desenvolva-se uma segunda linha de apoio: infra-estruturas, indústrias de componentes, serviços, educação nas áreas relacionadas… E depois uma terceira linha a ligar tudo isto ao resto do mundo, essencialmente através de relações estreitas, realistas e descomplexadas com a Espanha. Estou convencido que não seria necessário um grande esforço para conseguir uma convergência da generalidade da população em torno deste pólo. O sentimento de proximidade que cada Português sente pelo mar é uma realidade, e uma realidade que se poderia e deveria explorar. Afinal não é o sal do mar já em grande parte devido aos esforços dos nossos antepassados?
Um terceiro momento: Fátima tenta que Aznar fale sobre detalhes de dossiers que foram negociados com Portugal quando ele era chefe do governo. Ele responde que a sua função era definir politicas deixando implícito que os detalhes dos dossiers eram responsabilidade dos ministros. Esta coisa de que o Primeiro-Ministro tem que ter na ponta da língua os resultados da produção de aves capoeiras em percentagem do PIB é muito nosso!
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2 comentários:
Não vi, mas concordo com Aznar, tal como com Blair e mesmo Barroso, que na Europa foram os principais apoiantes de Bush no Iraque. Já tenho afirmado várias vezes que a força do Direito internacional perdeu muito quando a França e também a Alemanha "roeram a corda", Mas Aznar foi "sacrificado" pelo atentado terrorista do 11 Março em Madrid. E a reacção de Zapatero de retirar od militares espanhóis não orgulharam, na minha opinião, nuestros hermanos. E Aznar não merecia.
Os dois momentos são 3.
- No primeiro estou totalmente em desacordo, embora a expressão "actuais governantes" pudesse alterar todo o sentido da coisa, mas julgo que a alternativa não é aquela que Aznar propõe.
(É anedótico quando diz que nunca quis desculpas dos muçulmanos que ocuparam a Espanha durante oito séculos).
Naturalmente que também concordo que não podemos ter medo, essa é a estratégia do inimigo, MAS também não podemos, mesmo que inadvertidamente, acender um rastilho de pólvora.
É isto que eu entendo, e que é uma discussão que vai continuar.
- No segundo totalmente de acordo. Uma pergunta: limita-se o déficit?
- Quanto ao terceiro está bem apanhado. Bem visto quando um espanhol, respondendo quanto à formalidade dos portugueses, diz que somos o país do senhor doutor e da senhora doutora.
Saúdinha
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