Ontem tive o prazer de rever o filme “O Caçador” (no canal Hollywood).
Confirmei que este filme está definitivamente no meu Top (interpretacoes, cenários, narrativa, personagens,.... tudo!) e continuo a achar que é um dos filmes mais “pesados” que já vi.
E depois há aquela música fabulosa dos Shadows….
Grande Filme!
Isso do TLEBS não é o Pretérito Perfeito do verbo “isto tá tudo doido…”
Só no outro dia me dei conta da enormidade que é esta história da “Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário” (TLEBS).
Estou sem palavras!
Alguém sabe de alguma petição que esteja por aí a circular contra esta proposta?
Estou sem palavras!
Alguém sabe de alguma petição que esteja por aí a circular contra esta proposta?
Catch 22
Na entrevista ao Expresso Kofi Annan diz que cada país tem os lideres que merece.
Esta é uma frase recorrente em Portugal, usada normalmente para apontar as características do povo Português como a causa principal do atraso que levamos em relação a outros países Europeus.
Quer isto dizer que estamos condenados a viver com esta “pescadinha de rabo-na-boca”? Será mesmo que não temos líderes capazes de nos indicar o caminho mas também não somos capazes de os gerar…..?
PS: Na mesma entrevista também gostei de ler sobre a "Responsabilidade de Proteger". O tema já tinha sido aqui abordado pelo Manolo mas confesso que nao sabia que estava assim tao institucionalizado.
Esta é uma frase recorrente em Portugal, usada normalmente para apontar as características do povo Português como a causa principal do atraso que levamos em relação a outros países Europeus.
Quer isto dizer que estamos condenados a viver com esta “pescadinha de rabo-na-boca”? Será mesmo que não temos líderes capazes de nos indicar o caminho mas também não somos capazes de os gerar…..?
PS: Na mesma entrevista também gostei de ler sobre a "Responsabilidade de Proteger". O tema já tinha sido aqui abordado pelo Manolo mas confesso que nao sabia que estava assim tao institucionalizado.
Arrogancia Intelectual
O Rantas e o Ranys apontam aqui o dedo à arrogância de uma certa elite intelectual que olha com presunção a malta que não tem capacidades para compreender aquilo que eles dizem.
Mas não será esta uma atitude algo característica entre os Portugueses? O que dizer do desdém com que se houve falar da música pimba, onde estão incluídos alguns dos artistas com mais discos vendidos em Portugal? O que pensar da sobranceria com que se fala da Floribela, que é um dos programas de televisão mais visto em Portugal? O que concluir da atitude depreciativa com que se abordam os livros da Margarida Rebelo Pinto, que é uma das autoras contemporâneas que mais livros vende em Portugal?
Não serão também todas estas formas da tal arrogância intelectual? É que uma coisa é a atitude crítica e a outra é o achincalhanco vulgar e barato que nos faz “parecer” uns verdadeiros intelectuais.
PS: Já por várias vezes tive enormes dificuldades ao tentar explicar o conceito de música pimba noutras línguas. Para eles a definição cai sempre na música popular.
COM AMIGOS DESTES...
Grande show televisivo com as entrevistas em simultâneo de Cavaco e Santana Lopes.
Apenas vi, com pouca atenção, a de Santana. O que retirei da entrevista é que Santana, quando saiu do governo ficou pendurado. Por isso não perdoa a Marques Mendes e a Carmona. Um homem tem a sua vida, um homem tem filhos e ficar de repente, assim…sem nada! Não se faz. Santana que ganhou a Figueira para o partido, que ganhou sozinho, contra todas as previsões a Câmara de Lisboa para o partido, um homem que aguentou um governo acossado para manter o poder para o partido…E depois…qual foi a paga que o partido lhe deu? Tirou-lhe a sua Câmara de Lisboa, atirou-o para a vida real… E ele avisou: volta à política, mas com a sua “vida” tratada.
Cavaco apoiou de uma forma inequívoca o Governo de Sócrates. De uma forma surpreendente, estas entrevistas deram um grande balão de oxigénio a Sócrates, que nunca pensou em ganhar tanto pois estas entrevistas deram cabo de Marques Mendes. Como é possível fazer oposição a Sócrates quando os ex-líderes do seu partido o defendem melhor que ninguém? (Santana ao afirmar que o que Sócrates faz já ele estava a fazer, está a concordar com o Governo de Sócrates). Com amigos destes…
Saúdinha.
Previsoes de Tráfego Aéreo
Estas são as previsões de tráfego para os três maiores aeroportos Portugueses feitas no novo estudo do EUROCONTROL/STATFOR.
[em milhares de movimentos]
Estas previsões parecem confirmar as previsões em que a NAER se baseou nos estudos para o novo aeroporto da OTA (entre três cenários, cada um com duas variantes, o valor mais alto apresentado era de 254.0).
Curioso reparar que em 2025 o aeroporto de Faro poderá ultrapassar o aeroporto do Porto em termos de movimentos; o que para mim faz todo o sentido!
[em milhares de movimentos]
Estas previsões parecem confirmar as previsões em que a NAER se baseou nos estudos para o novo aeroporto da OTA (entre três cenários, cada um com duas variantes, o valor mais alto apresentado era de 254.0).
Curioso reparar que em 2025 o aeroporto de Faro poderá ultrapassar o aeroporto do Porto em termos de movimentos; o que para mim faz todo o sentido!
Oh Amelinha Vamos Embora Que Isto Aqui é Tudo uma Grande Palhacada
Carmona aprova obra proibida pelo Governo, Diário Notícias de 23-11-2006
Câmara de Lisboa autoriza urbanização para a zona da futura linha do TGV. O executivo vai tomar medidas para impedir construção, mas o empreendedor poderá pedir indemnização de 60 milhões de euros. A Câmara de Lisboa aprovou loteamento que poderá colidir com o traçado do TGV e da nova ponte sobre o Tejo, alegando que o Governo não tinha decretado medidas preventivas.
(mais aqui)
Câmara de Lisboa autoriza urbanização para a zona da futura linha do TGV. O executivo vai tomar medidas para impedir construção, mas o empreendedor poderá pedir indemnização de 60 milhões de euros. A Câmara de Lisboa aprovou loteamento que poderá colidir com o traçado do TGV e da nova ponte sobre o Tejo, alegando que o Governo não tinha decretado medidas preventivas.
(mais aqui)
Questoes de Bom-Senso
Estou a tirar a carta de Patrão de Costa (ou equivalente!) onde aprendo as regras básicas que regulamentam o tráfego marítimo.
Um capítulo importante é o das as regras da prioridade: que barcos tem prioridade sobre outros, qual o barco que é obrigado a mudar de rota em caso de se encontrarem em rota de colisão, etc.…
Enquanto nos ensina as regras descritas no manual o instrutor vai dizendo repetidamente: “as regras são muito bonitas mas acima de tudo utilizem o bom-senso”
Até que ponto é possível deixar dependentes do bom-senso as decisões a tomar por cada individuo em caso de potencial conflito? Deve-se tentar restringir este espaço de manobra ao mínimo ou antes pelo contrário alargá-lo até aos seus limites? E quais são esses mínimos e esses limites?
Um capítulo importante é o das as regras da prioridade: que barcos tem prioridade sobre outros, qual o barco que é obrigado a mudar de rota em caso de se encontrarem em rota de colisão, etc.…
Enquanto nos ensina as regras descritas no manual o instrutor vai dizendo repetidamente: “as regras são muito bonitas mas acima de tudo utilizem o bom-senso”
Até que ponto é possível deixar dependentes do bom-senso as decisões a tomar por cada individuo em caso de potencial conflito? Deve-se tentar restringir este espaço de manobra ao mínimo ou antes pelo contrário alargá-lo até aos seus limites? E quais são esses mínimos e esses limites?
Trigo do joio
"Mentes limitadas, desprovidas de imaginação. Intolerância, teorias desfasadas da realidade, terminologia barata, ideias dogmáticas, sistemas rígidos, essas é que são as coisas que realmente me assustam. É isso que eu mais temo e mais detesto nesta vida. Claro que a questão de saber o que está certo e o que está errado é muito importante. Todos nós cometemos erros de julgamento que podem eventualmente ser corrigidos. Desde que tenhamos coragem para reconhecer que errámos, as coisa podem compor-se. Agora, espíritos tacanhos e intolerantes, são como parasitas que transformam o hospedeiro, mudam de forma, sobrevivem e vingam. São uma causa perdida, e eu não quero vê-los aqui por perto"
"Kafka à beira-mar" de Haruki Murakami.
Subscrevo na íntegra.
Nacionalistas, Traficantes e Terroristas
Quais são as diferenças entre um fundamentalista islâmico que incita à violência contra o Ocidente, um partidário da Frente Nacional que defende a pureza da raça ou um traficante de droga que promove o consumo de heroína?
Na sua essência, nenhuma!
Este género de aberrações faz parte do que de pior existe na natureza humana e qualquer tentativa para erradica-las definitivamente estará sempre condenada ao fracasso.
Eu acredito que o combate a este tipo de ameaças não deve ser feito a montante mas sim a jusante. Isto é, o principal do esforço posto no combate a estas ameaças não se deve direccionar para as suas origens mas antes para as formas de reduzir o impacto que elas possam ter.
Em vez de atacar os discursos dos partidários da Frente Nacional dever-se ia antes lutar para que os Portugueses continuem a privilegiar os valores da tolerância e do respeito pelos outros para que estes discursos não ganhem mais receptividade;
Em vez de andar a tentar apanhar traficantes de droga dever-se-ia investir esse esforço a ensinar aos jovens os efeitos que a droga pode ter no seu futuro e a mostrar-lhes alternativas para que cada vez haja menos pessoas a sentirem-se tentadas a recorrer a essa via;
Em vez de atacar directamente as fontes do fundamentalismo islâmico dever-se-ia redireccionar grande parte desse esforço e investi-lo na educação das populações dos países menos desenvolvidos, fazendo com que os argumentos utilizados nesses discursos façam cada vez menos sentido.
Na sua essência, nenhuma!
Este género de aberrações faz parte do que de pior existe na natureza humana e qualquer tentativa para erradica-las definitivamente estará sempre condenada ao fracasso.
Eu acredito que o combate a este tipo de ameaças não deve ser feito a montante mas sim a jusante. Isto é, o principal do esforço posto no combate a estas ameaças não se deve direccionar para as suas origens mas antes para as formas de reduzir o impacto que elas possam ter.
Em vez de atacar os discursos dos partidários da Frente Nacional dever-se ia antes lutar para que os Portugueses continuem a privilegiar os valores da tolerância e do respeito pelos outros para que estes discursos não ganhem mais receptividade;
Em vez de andar a tentar apanhar traficantes de droga dever-se-ia investir esse esforço a ensinar aos jovens os efeitos que a droga pode ter no seu futuro e a mostrar-lhes alternativas para que cada vez haja menos pessoas a sentirem-se tentadas a recorrer a essa via;
Em vez de atacar directamente as fontes do fundamentalismo islâmico dever-se-ia redireccionar grande parte desse esforço e investi-lo na educação das populações dos países menos desenvolvidos, fazendo com que os argumentos utilizados nesses discursos façam cada vez menos sentido.
SOCIALISMO DE DIREITA?!
Ségolène Royal disputa a investidura no PSF para ser candidata à Presidência da República.
No Expresso desta semana, de 11 de Novembro, é afirmado que Ségolène “…regressará ao contacto com as bases, tentando recentrar o perfil, conotado com um ‘socialismo de direita’.”
Socialismo de direita? Será que faz algum sentido falar em socialismo de direita?
Na minha opinião isto significa duas coisas: hoje é cada vez mais difícil demarcar o que separa a esquerda e a direita e a ideia de socialismo já não significa nada.
No fundo, demonstra-se que as ideias políticas estão em grande mudança, as ideologias já não são o que eram.
A grande separação ideológica actual é entre os que percebem a mudança e os que são anti-mudança.
Saúdinha
ABSURDEX
Conheço alguém que tem uma empresa e há uns dias recebeu uma carta das finanças. Bens à penhora. Não soa nada bem! Ligou imediatamente ao contabilista pois era ele que falava com as Finanças. Havia um processo a correr há mais de ano referente a uma falta de um Pagamento por conta, datado a Julho de 2005. Varias cartas haviam sido recebidas na empresa que eram invariavelmente remetidas para a contabilidade. O sr. Ferreira (fictício) sempre descansou o meu conhecido pois era um erro das Finanças que estava a ser resolvido.
E finalmente, qual fora o erro? Esse tal Pagamento por conta, havia sido feito dentro do prazo legal mas, desafortunadamente, quem introduziu esse pagamento, trocou um digito no número de contribuinte e o pagamento foi atribuído a outra empresa! E foi o Sr. Ferreira que, após ter recebido a primeira notificação para pagamento descobriu o erro das Finanças, identificou a empresa beneficiada e entregou uma carta, comprovadamente explicando tudo, e que deu entrada no respectivo bairro fiscal, em Setembro de 2005. Está solucionado? Isso é que era bom. As cartas notificação continuavam chovendo.
Mais uma deslocação do Sr. Ferreira à repartição onde escutou o conselho de enviar e-mails aos serviços centrais. Oito e-mails foram enviados para vários endereços dos serviços fiscais, entre Setembro e o Outubro desse ano.
Até hoje, a resposta que conseguiu, foi: Penhora de bens!
Hoje, a deslocação ao Bairro Fiscal com intenção de resolver a coisa de uma vez por todas. Os funcionários ficam embasbacados. Ninguém pode explicar, ninguém pode fazer nada… Mandem uma carta registada… Mas, para quê? Já mandámos tantas! O melhor será ir lá pessoalmente… Mas “eles” não recebem ninguém…Têm é que ir ao terceiro andar para tentar suspender a execução da penhora…É que aqui não temos nada a ver com isso, não conseguimos parar o processo…
Subiram dois andares, o Sr. Ferreira já arfava, era tanto o calor, dirigiram-se à secção das execuções fiscais. Mais uma vez a incredulidade no rosto…Mas, como é possível? Os senhores deviam ter vindo logo cá. O processo nunca parou, continuou a andar. Mas, nós viemos cá, mandaram-nos escrever e-mails, respondia o meu conhecido e o Sr. Ferreira. Que fazer agora? Já está aqui – olhando para o monitor – um carro para penhora! Têm que escrever uma carta com tudo explicado e com fotocópias de todo o processo. E ao mesmo tempo têm que, no IRC pedirem para corrigir o pagamento que está em falta, pois só com o ofício de lá é que aqui, nas execuções, podemos fechar o processo.
Que dizer a isto? Como explicar isto? Falta de responsabilidade? Falta de brio? Falta de motivação? País de brincadeira? País de merda? Não é necessário avaliação de desempenho? Não é necessário controle de processos? Não são necessárias sanções? Não há responsável? O cidadão não tem defesa contra esta Administração Pública?
Ou será apenas, uma excepção?
É verdade, hoje foi dia de greve, mas aquela repartição estava a cem por cento!
Saúdinha
Até hoje, a resposta que conseguiu, foi: Penhora de bens!
Hoje, a deslocação ao Bairro Fiscal com intenção de resolver a coisa de uma vez por todas. Os funcionários ficam embasbacados. Ninguém pode explicar, ninguém pode fazer nada… Mandem uma carta registada… Mas, para quê? Já mandámos tantas! O melhor será ir lá pessoalmente… Mas “eles” não recebem ninguém…Têm é que ir ao terceiro andar para tentar suspender a execução da penhora…É que aqui não temos nada a ver com isso, não conseguimos parar o processo…
Subiram dois andares, o Sr. Ferreira já arfava, era tanto o calor, dirigiram-se à secção das execuções fiscais. Mais uma vez a incredulidade no rosto…Mas, como é possível? Os senhores deviam ter vindo logo cá. O processo nunca parou, continuou a andar. Mas, nós viemos cá, mandaram-nos escrever e-mails, respondia o meu conhecido e o Sr. Ferreira. Que fazer agora? Já está aqui – olhando para o monitor – um carro para penhora! Têm que escrever uma carta com tudo explicado e com fotocópias de todo o processo. E ao mesmo tempo têm que, no IRC pedirem para corrigir o pagamento que está em falta, pois só com o ofício de lá é que aqui, nas execuções, podemos fechar o processo.
Que dizer a isto? Como explicar isto? Falta de responsabilidade? Falta de brio? Falta de motivação? País de brincadeira? País de merda? Não é necessário avaliação de desempenho? Não é necessário controle de processos? Não são necessárias sanções? Não há responsável? O cidadão não tem defesa contra esta Administração Pública?
Ou será apenas, uma excepção?
É verdade, hoje foi dia de greve, mas aquela repartição estava a cem por cento!
Saúdinha
Curtex
Turquia
A forma com estão a ser conduzidas as negociações para a integração da Turquia na União Europeia não estão propriamente a ajudar muito à causa do entendimento entre o Ocidente e os muçulmanos. Seria melhor definir de uma vez por todas se “sim ou sopas”!
Corrupção
O João Cravinho continua a sua cruzada contra a corrupção concretizando as suas acusações sem recurso a subentendidos e meias-palavras. Um relatório da Transparency International colocou-nos como um dos países da União Europeia com um mais elevado índice de corrupção. O Presidente da Republica também já se manifestou sobre o assunto. Será que é desta que a denuncia deste “cancro” que fustiga o país se vai tornar num desígnio nacional? E o Governo, o que diz?
Eleições nos Estados Unidos
A vitória dos Democratas é uma boa notícia para todos. É meio caminho para retirar a América de uma trajectória que não estava propriamente a visar a procura de soluções para enfrentar os grandes desafios mundiais. O outro meio espera-se que venha daqui a dois anos com a eleição de um presidente Democrata e com a diminuição da influência dos neo-conservadores (Barack Obama!)
Aquecimento Global
Acredite-se ou não mas ainda anda por ai muita gente a achar que esta coisa das alterações climáticas, e o catano, são coisas de esquerdalhos pintados de verde que nem sequer sabem dar um no de gravata!
Julgamento de Saddam Hussein
Só para que fique registado eu sou contra a condenação à morte do Saddam. Por duas razoes: primeiro, e mais importante, porque sou contra a pena de morte. Segundo porque acho que esta sentença não vai ajudar nada na resolução dos problemas do Iraque.
PS: O facto de a sentença ter sido dada dias antes das eleições americanas é bem demonstrativo do que para aí vai!
A forma com estão a ser conduzidas as negociações para a integração da Turquia na União Europeia não estão propriamente a ajudar muito à causa do entendimento entre o Ocidente e os muçulmanos. Seria melhor definir de uma vez por todas se “sim ou sopas”!
Corrupção
O João Cravinho continua a sua cruzada contra a corrupção concretizando as suas acusações sem recurso a subentendidos e meias-palavras. Um relatório da Transparency International colocou-nos como um dos países da União Europeia com um mais elevado índice de corrupção. O Presidente da Republica também já se manifestou sobre o assunto. Será que é desta que a denuncia deste “cancro” que fustiga o país se vai tornar num desígnio nacional? E o Governo, o que diz?
Eleições nos Estados Unidos
A vitória dos Democratas é uma boa notícia para todos. É meio caminho para retirar a América de uma trajectória que não estava propriamente a visar a procura de soluções para enfrentar os grandes desafios mundiais. O outro meio espera-se que venha daqui a dois anos com a eleição de um presidente Democrata e com a diminuição da influência dos neo-conservadores (Barack Obama!)
Aquecimento Global
Acredite-se ou não mas ainda anda por ai muita gente a achar que esta coisa das alterações climáticas, e o catano, são coisas de esquerdalhos pintados de verde que nem sequer sabem dar um no de gravata!
Julgamento de Saddam Hussein
Só para que fique registado eu sou contra a condenação à morte do Saddam. Por duas razoes: primeiro, e mais importante, porque sou contra a pena de morte. Segundo porque acho que esta sentença não vai ajudar nada na resolução dos problemas do Iraque.
PS: O facto de a sentença ter sido dada dias antes das eleições americanas é bem demonstrativo do que para aí vai!
ROSTOS DA NÃO MUDANÇA
Coincidiram no mesmo dia ter temas da comunicação social que me fizeram ver três rostos da não mudança.
Foi fundada a CSI, a nova Confederação Sindical Internacional por fusão de duas grandes confederações a CMT (cristã) e a CISL (reformista e laica) representando 168 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Destina-se a falar em nome do Trabalho com as organizações mundiais, defendendo os trabalhadores, neste tempo de Globalização. A FSM (marxista) não entrou falando na Globalização Capitalista.
As nossas Confederações tiveram destinos diferentes: a UGT está lá e a CGTP não.
Julgo que Carvalho da Silva é um rosto da anti-mudança. Não admite prescindir de nada. Não percebe a mudança. Quer conservar o que conseguiu e não entende o futuro!
Fui apanhado por outra notícia de que me congratulo. Finalmente alguém mexe em coisas tão obviamente distorcidas a todos os níveis. O arredondamento correcto do spread. Não pode ser doutra maneira. Um arredondamento é um arredondamento! É Matemática. Sabem com certeza que os bancos arredondavam para o quarto superior! É um roubo! E ficavam impunes. Outra alteração fantástica de tão simples: as datas- valores de um depósito em cheque e portanto a sua disponibilidade é o primeiro dia útil a seguir ao seu depósito Nada de mais natural. Se o dinheiro sai de uma conta tem que entrar noutra. Por onde pairava nos 4 ou 5 dias da “compensação”?
João Salgueiro presidente da Associação dos Bancos nem pestanejou: Não vem mal ao mundo. Aumentamos os spreads. A Banca não pode ficar a perder!
Julgo que João Salgueiro é um rosto da anti-mudança. Não admite prescindir de nada. Não percebe a mudança. Quer conservar o que conseguiu e não entende o futuro!
À noite, grande espectáculo televisivo: grande entrevista com o Dr. Alberto João Jardim. Tiro o chapéu à sua cábula cheia de percentagens… Ao não aceitar a nova lei das finanças regionais que causa uma redução de transferências, representa todo o Estado Gordo que queremos emagrecer. Ao não querer discutir o aumento de escalão dentro das regiões europeias, o facto de ser a segunda região mais rica per capita do país, mostra-nos a ferocidade daqueles que defendem os seus privilégios.
Julgo que Alberto João Jardim é um rosto da anti-mudança. Não admite prescindir de nada. Não percebe a mudança. Quer conservar o que conseguiu e não entende o futuro!
Saúdinha
Portugueses; a nossa identidade que temos que atacar
“Devagar, que tenho pressa” disse-me, uma vez o meu avô, há muitos anos. Engraçado que existe já uma cultura do slow. Imagine-se que há empresas que dão regalias com pequeno-almoço incluído e espreguiçadeiras. E são classificadas “A Melhor Empresa para Trabalhar”! Em Portugal o Clube das Sestas vai de vento em popa. È o futuro.
Qualquer pessoa a quem seja entregue responsabilidade e capacidade de decisão, lhe seja reconhecido o mérito e se consigam atingir resultados, parece poder agarrar essa possibilidade, mesmo com graus de exigência elevados. Mas a vontade individual faz a diferença. Participar, assumir, ter empenho, aceitar a evidência do “Quem mexeu no meu Queijo”, é a condição “sine qua non(!)” de ter um bom destino na História,
“a civilização ocidental deu à humanidade o único sistema económico que funciona, uma tradição racionalista que por si só nos permite ter progresso material e tecnológico, a única estrutura politica que garante a liberdade do individuo, um sistema de ética e uma religião que trazem à tona o melhor da humanidade – e a prática de armas mais letal possível. Esperemos pelo menos poder entender esse legado. Tratando-se de uma herança pesada e algumas vezes ameaçador que não devemos negar nem da qual devemos sentir vergonha – devemos, isso sim, insistir para que a nossa maneira mortal de fazer a guerra sirva para fazer avançar, e não para enterrar, nossa civilização” (1)
Esta cultura, civilização ocidental sempre dependeu dos indivíduos, das pessoas. De repente lembrei-me de um livro antigo que li (e reli) onde um americano (Nobel da Física) dava aulas no Brasil e ficou embasbacado:
“Era uma espécie de competição em que ninguém sabe o que se passa e rebaixa os outros como se soubesse. Fingem todos que sabem e, se um aluno admite por um momento que alguma coisa o confunde, fazendo uma pergunta, os outros tomam uma atitude arrogante, fazendo de conta que não é nada confuso e dizendo-lhe que está a fazê-los perder tempo.
Expliquei como é útil trabalhar em conjunto, discutir as perguntas, debater o assunto, mas eles também não queriam fazer isso, porque estariam a desprestigiar-se se tivessem de perguntar a outra pessoa. Fazia pena! Pessoas inteligentes faziam todo o trabalho, mas tinham-se colocado naquele estranho estado de espírito, esta espécie esquisita de “educação” de autotransmissão, que não faz sentido absolutamente nenhum!” (2)
A grande questão para nós é: os Portugueses, nós, somos piores que os outros? Fazer as coisa bem feitas, à primeira, sempre. Reconhecer o mérito é-nos difícil e fácil é contribuir para o problema, não para a sua solução. O pessimismo, a passividade, a inveja e o dizer mal são nossos? O Medo de existir…
Não resisto a transcrever da anciã História concisa:
“Pertence à classe média fictícia, que vive como um cogumelo, à custa da verdadeira e que acabará por formar uma classe com características próprias: ociosa, pobretana, pedinchona de empregos, dependente dos grandes, servil em relação a quem quer que tenha o poder. De todo o País milhares de jovens afluem à corte. […] Das várias sátiras que ficaram desse tipo de aprendiz de fidalgo, nenhuma alude ao trabalho. Um clérigo que viera de Brabante onde o trabalho era a vida de toda a gente, surpreende-se com o que vê em Portugal e escreve: “Esta gente prefere ter de suportar tudo a ter de aprender algum oficio” […] A nova estrutura do Estado estava na origem da onda do parasitismo. Gil Vicente dava-se perfeitamente conta disso. A análise vicentina inclui muitos outros aspectos: a nobreza riquíssima e fútil a fazer pressão sobre o paço para que lhe suba as rendas já enormes, o clero que cobiça os bispados novos das ilhas, ..
Mais do que os pormenores, é a ideia geral que deve apreender, porque ela exprime as consequências sociais da economia da expansão: um Estado rico numa nação pobre, onde a riqueza vinda de fora quebrara a coluna vertebral do trabalho interno e provocava o crescimento de uma falsa classe média que nada fazia e que, como uma corcunda enorme, ia crescendo à custa do resto do corpo do País e atrofiando com o seu peso as classes produtivas que já quase se limitam aos camponeses.” (3)
Vivemos a mudança. A globalização da selecção dos melhores e mais fortes. De cada um de nós depende agarrá-la ou não. E tudo parte do individuo. Por isso tanto depende da formação das pessoas. Que começa e é produto da família, escola, da sociedade … Tudo nós, portugueses! Ataco a nossa identidade como um desafio. Como Estado e nação, os portugueses estão a definir o seu futuro.
“Satisfação do dever cumprido”, definia o meu avô como prioridade primeira. Velha sabedoria.
Ler é uma bela preguiça. E motivo de conversa. E de dizer aquilo que se quer.
(1) “Porque o Ocidente venceu” de Victor Davis Hanson
(2) “Está a brincar Sr. Feynman!” de Richard P. Feynman
(3) “História concisa de Portugal”, de José Hermano Saraiva
Qualquer pessoa a quem seja entregue responsabilidade e capacidade de decisão, lhe seja reconhecido o mérito e se consigam atingir resultados, parece poder agarrar essa possibilidade, mesmo com graus de exigência elevados. Mas a vontade individual faz a diferença. Participar, assumir, ter empenho, aceitar a evidência do “Quem mexeu no meu Queijo”, é a condição “sine qua non(!)” de ter um bom destino na História,
“a civilização ocidental deu à humanidade o único sistema económico que funciona, uma tradição racionalista que por si só nos permite ter progresso material e tecnológico, a única estrutura politica que garante a liberdade do individuo, um sistema de ética e uma religião que trazem à tona o melhor da humanidade – e a prática de armas mais letal possível. Esperemos pelo menos poder entender esse legado. Tratando-se de uma herança pesada e algumas vezes ameaçador que não devemos negar nem da qual devemos sentir vergonha – devemos, isso sim, insistir para que a nossa maneira mortal de fazer a guerra sirva para fazer avançar, e não para enterrar, nossa civilização” (1)
Esta cultura, civilização ocidental sempre dependeu dos indivíduos, das pessoas. De repente lembrei-me de um livro antigo que li (e reli) onde um americano (Nobel da Física) dava aulas no Brasil e ficou embasbacado:
“Era uma espécie de competição em que ninguém sabe o que se passa e rebaixa os outros como se soubesse. Fingem todos que sabem e, se um aluno admite por um momento que alguma coisa o confunde, fazendo uma pergunta, os outros tomam uma atitude arrogante, fazendo de conta que não é nada confuso e dizendo-lhe que está a fazê-los perder tempo.
Expliquei como é útil trabalhar em conjunto, discutir as perguntas, debater o assunto, mas eles também não queriam fazer isso, porque estariam a desprestigiar-se se tivessem de perguntar a outra pessoa. Fazia pena! Pessoas inteligentes faziam todo o trabalho, mas tinham-se colocado naquele estranho estado de espírito, esta espécie esquisita de “educação” de autotransmissão, que não faz sentido absolutamente nenhum!” (2)
A grande questão para nós é: os Portugueses, nós, somos piores que os outros? Fazer as coisa bem feitas, à primeira, sempre. Reconhecer o mérito é-nos difícil e fácil é contribuir para o problema, não para a sua solução. O pessimismo, a passividade, a inveja e o dizer mal são nossos? O Medo de existir…
Não resisto a transcrever da anciã História concisa:
“Pertence à classe média fictícia, que vive como um cogumelo, à custa da verdadeira e que acabará por formar uma classe com características próprias: ociosa, pobretana, pedinchona de empregos, dependente dos grandes, servil em relação a quem quer que tenha o poder. De todo o País milhares de jovens afluem à corte. […] Das várias sátiras que ficaram desse tipo de aprendiz de fidalgo, nenhuma alude ao trabalho. Um clérigo que viera de Brabante onde o trabalho era a vida de toda a gente, surpreende-se com o que vê em Portugal e escreve: “Esta gente prefere ter de suportar tudo a ter de aprender algum oficio” […] A nova estrutura do Estado estava na origem da onda do parasitismo. Gil Vicente dava-se perfeitamente conta disso. A análise vicentina inclui muitos outros aspectos: a nobreza riquíssima e fútil a fazer pressão sobre o paço para que lhe suba as rendas já enormes, o clero que cobiça os bispados novos das ilhas, ..
Mais do que os pormenores, é a ideia geral que deve apreender, porque ela exprime as consequências sociais da economia da expansão: um Estado rico numa nação pobre, onde a riqueza vinda de fora quebrara a coluna vertebral do trabalho interno e provocava o crescimento de uma falsa classe média que nada fazia e que, como uma corcunda enorme, ia crescendo à custa do resto do corpo do País e atrofiando com o seu peso as classes produtivas que já quase se limitam aos camponeses.” (3)
Vivemos a mudança. A globalização da selecção dos melhores e mais fortes. De cada um de nós depende agarrá-la ou não. E tudo parte do individuo. Por isso tanto depende da formação das pessoas. Que começa e é produto da família, escola, da sociedade … Tudo nós, portugueses! Ataco a nossa identidade como um desafio. Como Estado e nação, os portugueses estão a definir o seu futuro.
“Satisfação do dever cumprido”, definia o meu avô como prioridade primeira. Velha sabedoria.
Ler é uma bela preguiça. E motivo de conversa. E de dizer aquilo que se quer.
(1) “Porque o Ocidente venceu” de Victor Davis Hanson
(2) “Está a brincar Sr. Feynman!” de Richard P. Feynman
Porque Amanha é Sexta!
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