Estou a tirar a carta de Patrão de Costa (ou equivalente!) onde aprendo as regras básicas que regulamentam o tráfego marítimo.
Um capítulo importante é o das as regras da prioridade: que barcos tem prioridade sobre outros, qual o barco que é obrigado a mudar de rota em caso de se encontrarem em rota de colisão, etc.…
Enquanto nos ensina as regras descritas no manual o instrutor vai dizendo repetidamente: “as regras são muito bonitas mas acima de tudo utilizem o bom-senso”
Até que ponto é possível deixar dependentes do bom-senso as decisões a tomar por cada individuo em caso de potencial conflito? Deve-se tentar restringir este espaço de manobra ao mínimo ou antes pelo contrário alargá-lo até aos seus limites? E quais são esses mínimos e esses limites?
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6 comentários:
Acho que aqui, Harpic, o Alex tem uma palavra especial a dizer.
Mas a carta de patrão de costa? Em que costa?
Eu estava a tentar ser um pouco mais profundo e provocar reflexao sobre a questao geral dos limites das margens da legislacao em contraponto com o que deve ser deixado ao bom-senso.... mas a palavra especial do Alex será certamente ouvida com muita atencao.
Eu percebi, eu percebi. E eu estava a tentar ser um pouco mais "terra a terra"...hum...bom, "mar a mar".
Ainda assim, a palavra do Alex será sempre especial ;-)
Só não me disseste em que costa queres ser "patrão".
Por mais irónico que pareca a prática da Vela e o desenvolvimento de toda a industria que lhe está associada (marinas, escolas, cosntrucao e reparacao, etc.) em países como a Bélgica ou a Holanda está muitos furos acima do que se faz em Portugal. E no grupo dos grandes velejadores da actualidade é raro ver Portugueses mas frequente ver Belgas, Holandeses e até mesmo Suicos.....
Isto para mim é triste e tem a ver com a falta da vontade de ter uma verdadeira estratégia para o Mar que tem caracterizado os nosso dirigentes e que na minha opiniao é um erro tremendo (como aqui já o disse várias vezes).
Para responder à tua pergunta: nao tenho muitas mais alternativas do que usar aqui o Mar do Norte; uma água que até dá medo só de pensar que podemos cair borda-fora!
Cá vai a palavra do Alex.
É uma grande questão caro Harpic. Aliás, várias boas questões. Como se deve resolver (arbitrar) os conflitos. Primeiro yemos que dividir os vários tipos de conflito (os tais limites). A minha opinião é que se deve transferir muito da arbitragem de conflitos para a esfera individual, numa primeira fase onde grande parte das questões se poderiam resolver. Mas só funcionaria se houvesse uma decisão, posterior à arbitragem entre as partes, que solucionasse, sem demora e sem recurso, o conflito entre partes (Julgados de Paz?).
Julgo que deve haver várias questões que no cumprimento da lei se vai arrastando, gastando tempo, dinheiro, processos mais importantes parados...
Bom senso o que é? Toda a gente sabe o que é, mas a verdade é que com bom senso as coisas resolviam-se e as coisas não se resolvem...
Harpic, ouvi no outro dia um gajo a falar de um estudo que se está a fazer há anos sobre a Nova Economia do Mar, onde se falava de muita coisa interessante.
Boas Navegações. Quando compreres o iate não te esqueças deste pobre escriba...
Saúdinha
Um bom ponto: tornar os tribunais arbitrais mais acessiveis e vulgares ajudaria a definir o que é esta coisa do bom-senso porque as pessoas nao teriam medo de ir dirimir os seus argumentos diante de um terceiro independente.
A experiencia que tenho é uma factura que nao quis pagar porque achei que o servico estava mal feito. Depois de 3/4 meses a trocar cartas com o fornecedor este pos-me um processo em cima e passados outros 2 meses lá fomos os dois a um tribual arbitral. Num dia ficou tudo resolvido. E nao houve custos de processo. Paguei a factura mas nao paguei os juros de mora; o fornecedor corrigiu o servico que me prestou.
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