Antes de discutir a localização do novo aeroporto julgo que seria mais importante tornar publica a discussão sobre que tipo de aeroporto se deve construir. É que os aeroportos devem ser construídos tendo em conta os seus principais objectivos, dotando-os das características mais adequadas ao seu tipo de funcionamento. Queremos um grande aeroporto que possa vir a tornar-se a tal placa giratória para a América do Sul,; ou queremos antes um aeroporto com custos mais baixos capaz de, através das suas taxas mais acessíveis, captar as preferências das companhias low-cost; queremos um aeroporto que sirva simultaneamente como catalizador para o desenvolvimento económico de uma determinada região; ou queremos antes um aeroporto que consolide os eixos económicos já instituídos. Enfim, julgo que há aqui matéria para tornar a discussão sobre o novo aeroporto mais permeável e interessante para o grande público e ajudar a justificar determinadas opções técnicas, como o é a localização propriamente dita.
Já disse que não sou à partida contra a construção de um novo aeroporto. Só me custa é ver avançar projectos que implicam custos enormes sem se ter (ou pelo menos não a explicam) uma ideia concreta do que se quer fazer com eles. No fundo estamos de novo a cair num erro muito recorrente na nossa gestão: falta de planeamento! Esta reportagem mostra bem que as opções tomadas para os investimentos relacionados com o Euro não foram, na minha opinião, as mais acertadas porque não tiveram em conta nenhum tipo de planeamento estratégico. Faz-se, e pronto! Também aqui não questiono se devíamos ou não ter organizado o torneio, mas se calhar podia-se ter feito a coisa por menos. Instalar uma capacidade de um lugar para cada 19 Portugueses (enquanto que a Espanha com uma liga muito mais competitiva tem uma capacidade de 1 lugar para cada 51 Espanhóis) parece-me um disparate.
E mais uma vez reforço a minha convicção de que estes grandes investimentos deveriam ser referendados. Como a peça demonstra bem, depois somos todos que pagamos pelos erros!
EXAMEX
Belmiro de Azevedo surprende toda gente com a OPA sobre a PT. Uma operação de uma dimensão nunca vista em Portugal faz mexer toda a economia. É o mercado a funcionar ! A PT, um gigante de cariz e atitude monopolista e de funcionalismo público vai ter que ser mais leve e mais eficiente e, eventualmente repartida, vai ter que oferecer melhores serviços e concorrer no mercado. É um bom sinal, independentemente da OPA ter sucesso ou não. É sinal que há investidores com capacidade e interesse a investir em Portugal.
Houvesse mais Belmiros...
REPROVADEX
Vitalino Canas deputado do PS : "Os caricaturistas e os extremistas islâmicos estão bem uns para os outros". Sem comentários.
Uma andorinha nao faz a Primavera, mas ...
No meio de tanta "merda" que para aí anda até uma noticia fantástica como esta passa despercebida...
Sweden says it aims to completely wean itself off oil within 15 years - without building new nuclear plants.
Mais aqui.
Sweden says it aims to completely wean itself off oil within 15 years - without building new nuclear plants.
Mais aqui.
Democracia Directa
Com tanta confusao por esse mundo o Democracia Directa aqui ficou um tempao sem ser actualizado.
Mas aqui está: fechamos a pergunta da Politica Europeia com um resultado esclarecedor que nos indica que 57%* dos Portugueses apoiam uma politica direccionada para o Federalismo Europeu.
A nova questao foca um dominio fundamental para o futuro do nosso País: a Educacao.
Opinai, pois, sobre que sistema de educacao quereis para os vossos filhos.
* Por uma questao de "bom senso" omitimos a margem de erro.
Mas aqui está: fechamos a pergunta da Politica Europeia com um resultado esclarecedor que nos indica que 57%* dos Portugueses apoiam uma politica direccionada para o Federalismo Europeu.
A nova questao foca um dominio fundamental para o futuro do nosso País: a Educacao.
Opinai, pois, sobre que sistema de educacao quereis para os vossos filhos.
* Por uma questao de "bom senso" omitimos a margem de erro.
A brincar a brincar....
February 14, 2006
Rocket attacks on commercial airliners are among the biggest terror risks facing the Pacific Rim, prompting a threat review by countries in the region, the Philippine external security chief said on Tuesday.
[...]
A shoulder-fired rocket was supposed to be an air defence weapon, said Defensor, a former head of the Philippine army. "But it can also be used against commercial aircraft carrying civilians," he said. "That is the bigger threat we have found."
(Reuters, via AirWise)
Chamem o Coito Pitta
O nosso MNE anda numa roda viva do disparate: declaracoes que envergonham meio pais, propostas para um novo campeonato de futebol euro-árabe, a declaracao inequivoca de que "se houver um consenso ou um princípio de consenso", "Portugal deverá estar na primeira linha dos que apoiam e subscrevem" a candidatura de Ramos Horta para proximo SG da ONU, alarvidades como "As agressões do Ocidente ao Oriente têm sido maiores que as agressões deles contra nós", enfim, ultimamente tem sido... "cada cavadela cada minhoca".
Nao será caso para "avaliação das faculdades mentais" do nosso MNE?
A CRISE DAS CARICATURAS
Assistimos, incrédulos e estupefactos, à mais grave crise internacional desde a crise do Iraque ! E esta crise vem depois da ameaça do Irão e das eleições na Palestina, razões suficientes para eu fazer um post "Uma sombra sobre o mundo". Sem dúvida que essa sombra tornou-se negra ! Umas caricaturas, que consideramos sem importância nenhuma, deram origem a uma reacção incompreensível, desproporcionada com uma violência brutal ! Essa reacção teve um retardo de cerca de 4 meses, o que demonstra que houve que preparar, organizar estruturas e meios, ou seja, é uma reacção consequência de uma estratégia. O que me leva a uma conclusão : - Existem organizações extremistas islâmicas em guerra com o Ocidente, cujo único fim é a destruição do modo de vida "decadente" das sociedades ocidentais.
O jornal Jyllands-Posten publicou umas caricaturas do profeta Maomé, para avaliar o impacto na comunidade muçulmana dinamarquesa, o que originou uma reacção bárbara contra interesses dinamarqueses por todo o mundo. A Europa teve uma resposta cautelosa, quase pedindo desculpa pelo insulto ! Na minha opinião, tinha aqui uma excelente oportunidade para demonstrar a todo o mundo que é capaz de se erguer em defesa dos seus Valores e Principios, como a Liberdade e a Tolerância, e que ninguém tem o direito de atacar esta cultura. Se o Islão quer o nosso respeito deverá respeitar a nossa cultura. Infelizmente, a Europa demonstrou mais uma vez que está dividida, fraca, incapaz de ser intransigente na defesa desses valores.
Basta ver as grandes manifestações muçulmanas por toda a Europa, ao contrário das quase nulas manifestações de apoio e solidariedade por um parceiro de União !
Daqui concluo que :
- A Europa não está preparada para combater este inimigo, pois os seus líderes e as populações não estão suficientemente motivadas para ir para a rua, gritar pela defesa do nosso modo de vida. O medo instalou-se !
Para complicar tudo, temos este inimigo dentro das nossas fronteiras. Como sabemos a Europa precisa de mão de obra e abre as portas à imigração. Hoje são milhões de muçulmanos que vivem, trabalham e são cidadãos de pleno direito e que são uma ameaça permanente. Turcos na Alemanha, Árabes em França e Paquistaneses na Inglaterra. Além disso, a demografia faz com que, mantendo as taxas de natalidade actuais, vamos ter maiorias muçulmanas em países europeus. Lembro a questão do véu e outras, em que a lei e a ordem nacional desses países foi confrontada com leis religiosas originando vários distúrbios. Aparentemente vai ser cada vez pior ! 3ªconclusão :
- Num conflito, a Europa está perante uma força capaz de causar danos enormes através de ataques suicidas e de sabotagens pois estão cá dentro, não se distinguem e é quase impossível lutar contra um inimigo assim.
Há quem esteja convencido de que o Islão, por natureza, não convive com outras religiões e que, lutarão a Jihad até destruir os infiéis. De facto, a religião muçulmana considera que Maomé é o último dos profetas e o Alcorão o último dos Livros Sagrados. Para essa religião a história acaba aí. Têm certezas absolutas, a Sharia é o que determina a vida social. As universidades na Arábia Saudita não ensinam as ciências e as tecnologias pois, segundo a lei religiosa, não precisam. A condição da mulher nessas sociedades é vergonhosa. Se chegarmos à conclusão que eles não deixam alternativa à nossa destruição então o confronto é inevitável. Deve-se agir, pondo os muçulmanos em campos vigiados e fazendo deportações em massa. Enfim, defendendo-nos. Nessa guerra temos que estar preparados para cenários de ataques a Israel, e por isso seria melhor antecipar-nos e destruir objectivos no Irão, na Arábia Saudita, na Indonésia. Se nos querem esmagar, então que os destruamos nós ! Conclusão :
- Se a guerra for inevitável, teremos que a ganhar, sob pena do mundo voltar à época medieval !
Eu quero crer que a Paz ainda é possível. Não podemos ceder nas nossas posições, as leis e os tribunais terão que ser implacáveis com qualquer muçulmano que, a pretexto da sua religião provoque qualquer distúrbio. Porque estou convencido que estes fanáticos, só param na sua escalada se sentirem que deste lado estamos fortes e determinados. Se sentirem que vamos ceder (por ex. fazer leis para muçulmanos) virão com novas exigências e a escalada acabará mal.
Temos que ter uma politica de imigração muito severa e intransigente.
Não podemos deixar que este conflito degenere na guerra das religiões. Eu, se tiver de lutar não luto pelo Cristianismo, mas pela Democracia, pela Liberdade pelo nosso modo de vida. A guerra de religiões não tem solução.
A solução, pelo contrário poderá começar (como nós fizemos) separar o Estado da religião nesses países. E aí teríamos de empregar todo o nosso poder para influenciar os dirigentes, e de promover a sociedade laica entre as populações. Fazê-los sentir que existe uma vida melhor !...
Posso parecer idealista, mas é uma causa que vale a pena. Give a peace a chance.
Saúdinha
Casamento entre homossexuais e a família
Há temas extremamente dificeis. A sociedade humana desde sempre (e falo da Pré-História) foi organizada por famílias. Embora tenha havido excepções, o facto de serem necessários pelo menos 10 anos para as crias dos humanos se tornarem independentes levou a este "contrato", o casamento para se poder formar a família. Assim era essencial que a mãe acreditasse no compromisso do pai para a alimentação e segurança a longo prazo. Esse comportamento (diria genético) levou à organização familiar: pai, mãe (em alguns casos, mães) e filhos. Numa definição, talvez simplista, mas contendo a essência, diria que a família, base das sociedades, é o pai, a mãe e os filhos.
O Estado, com grande responsabilidade na sociedade, tem a obrigação de apoiar as famílias. E tem-no feito. Existem políticas e legislação que contribuem para o bem-estar das famílias.
Por outro lado, o indivíduo tem a liberdade de escolher as suas opções sexuais e viver sem descriminação. Se alguém, para atingir a plena realização como ser humano, é homossexual, penso que o Estado não tem o direito de restringir essa liberdade. A que propósito o faria?
Naturalmente o caso é diferente quando se trata da Igreja, que tem por dever espalhar a fé e proteger as suas convicções, (e crenças). Assim percebo perfeitamente a sua posição relativamente à homossexualidade em geral (entende-o como “desvio” ou doença) e evidentemente é firmemente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nem poderia ser de outra forma. A Igreja influenciará o pensamento dos cristãos (em diferentes escalas), mas o Estado não deve tomar em consideração a posição da Igreja neste caso.
O Estado, com grande responsabilidade na sociedade, tem a obrigação de apoiar as famílias. E tem-no feito. Existem políticas e legislação que contribuem para o bem-estar das famílias.
Por outro lado, o indivíduo tem a liberdade de escolher as suas opções sexuais e viver sem descriminação. Se alguém, para atingir a plena realização como ser humano, é homossexual, penso que o Estado não tem o direito de restringir essa liberdade. A que propósito o faria?
Naturalmente o caso é diferente quando se trata da Igreja, que tem por dever espalhar a fé e proteger as suas convicções, (e crenças). Assim percebo perfeitamente a sua posição relativamente à homossexualidade em geral (entende-o como “desvio” ou doença) e evidentemente é firmemente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nem poderia ser de outra forma. A Igreja influenciará o pensamento dos cristãos (em diferentes escalas), mas o Estado não deve tomar em consideração a posição da Igreja neste caso.
Duas mulheres dirigiram-se a uma Conservatória para requerer o casamento. Os antecedentes são conhecidos: em Espanha, na Holanda e em Inglaterra, se não me engano já é possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A tendência é esta.
Na minha opinião, julgo que uma solução seria considerar a possibilidade de se criar dentro da figura Uniões de Facto (para quem não quer assumir o contrato do casamento, ou outras razões) a inclusão da União entre homossexuais. Teriam, tal como os casais, uma individualidade em termos financeiros (impostos, crédito), na comunhão de bens adquiridos, na questões de herdeiros (a ser regulamentada), mas julgo que não deve ser considerado um casamento, pois não é uma família (no sentido em que a defini) que se forma, nem para isso contribui. Já ouvi imediatamente o contra argumento (fraco) que o casamento entre um casal de 80 anos de igual forma, não forma uma família. (circunstâncias pouco vulgares, e excepcionais que não adiantam nada à discussão).
Portanto, casamento entre pessoas do mesmo sexo não; nada contribuem para a “geração” da família, e logo, o Estado, o único interesse que deve assegurar são os mesmos direitos que a qualquer outro cidadão, salvaguardando a União pública de homossexuais com direitos próprios. Sem dramas.
Na minha opinião, julgo que uma solução seria considerar a possibilidade de se criar dentro da figura Uniões de Facto (para quem não quer assumir o contrato do casamento, ou outras razões) a inclusão da União entre homossexuais. Teriam, tal como os casais, uma individualidade em termos financeiros (impostos, crédito), na comunhão de bens adquiridos, na questões de herdeiros (a ser regulamentada), mas julgo que não deve ser considerado um casamento, pois não é uma família (no sentido em que a defini) que se forma, nem para isso contribui. Já ouvi imediatamente o contra argumento (fraco) que o casamento entre um casal de 80 anos de igual forma, não forma uma família. (circunstâncias pouco vulgares, e excepcionais que não adiantam nada à discussão).
Portanto, casamento entre pessoas do mesmo sexo não; nada contribuem para a “geração” da família, e logo, o Estado, o único interesse que deve assegurar são os mesmos direitos que a qualquer outro cidadão, salvaguardando a União pública de homossexuais com direitos próprios. Sem dramas.
Islão, Freitas & Cia.- breves notas
Antes de tudo, uma nota para leitores apressados: nada do que vou escrever tem a ver com ser melhor ou pior, superioridades ou inferioridades de qualquer religião nesse estrito plano, o da Fé.
Sem querer puxar de quaisquer galões, recordo a opinião que há muito tempo defendo, contra quase tudo e quase todos, de que o que está em curso é uma guerra de civilizações (reparem que não disse guerra religiosa).
O Islão, na sua génese, foi antes de tudo um projecto político de união de tribos árabes, que usou o elemento religioso como cimento. As próprias cisões em ramos (sunitas, xiitas, etc.) post Maomé são cisões não doutrinárias, mas de poder.
A origem da religião cristã é completamente diferente, apesar de mais tarde ter sido usada também como instrumento ao serviço de várias políticas e vários poderes. O ponto é que estamos perante dois códigos genéticos que não podem ser vistos no mesmo plano, e que têm consequências.
E para quem gosta de apresentar o fanatismo islâmico como uma consequência da pobreza ou da questão palestiniana, não posso deixar de recordar que as causas das Cruzadas, tantas vezes brandidas como o exemplo dos propósitos «imperialistas» do Cristianismo, se fundamentaram na proibição pelos muçulmanos do livre acesso aos lugares santos de Jerusalém às outras religiões.
Nos nossos dias, o problema que se põe é de ordem civilizacional: o islamismo não sofreu o impacto de qualquer Reforma e, principalmente, não fez a separação entre a Igreja e o Estado. E nas diferenças de desenvolvimento que os modelos permitiram ficaram irremediavelmente mais pobres, mais fracos e internamente mais desiguais, mesmo banhados em petróleo. Diria mesmo que a matriz política destes países tem muito mais a ver com o feudalismo do que com todo o período pós revolução industrial no Ocidente, e estou conscientemente a incluir zonas negras da nossa história, como o nazismo, o fascismo ou mesmo o salazarismo.
E a uma civilização que mantém a pena de Talião, a lapidação, a mulher como um sub ser humano, a liberdade como um privilégio, etc. etc. etc. eu digo decididamente não. Não quero nem sequer respeito. Justificar com crença e Fé religiosa práticas que no século XXI têm que ser consideradas criminosas é indigno e incompatível com os mais elementares valores.
Se a ONU e a ordem mundial, , a não ingerência, o petróleo têm sido razões para alguns (quase todos) fingirem que não veêm e convivido com estas sociedades, quando eles querem mais (e digo eles propositadamente, para as boas consciências esquerdistas me catalogarem de xenófobo e assim rejeitarem em bloco o que expresso), quando por meios violentos e cobardes querem impôr o seu modo de vida ao mundo, aí temos que reagir e lutar a guerra que nos declararam.
E nada de balelas sobre o Iraque ou o Afeganistão, o 11 de Setembro foi antes disso. Bush, com as suas limitações naturais, e Blair foram dos poucos a compreender as suas consequências globais.
Mesmo falar em países árabes moderados, porque não seriam religiosamente fanáticos, faz-me alguma confusão: como é que as mulheres, a Justiça e os Direitos individuais (para não dizer humanos) aí são tratados?
A real politik pode não permitir que mudemos o Mundo, mas a partir do momento em que somos atacados temos a obrigação de defender as nossas sociedades e a nossa forma de vida. Mesmo que com custos altos. Sim, a possibilidade de haver capacidade nuclear/biológica no Iraque justificou a guerra, sim o Irão não pode desenvolver estas capacidades, sim podemos (devemos) deixar publicar cartoons que expressam opiniões (a sua admissibilidade em termos de respeitar os outros será, como em qualquer Estado de Direito, verificada pela Justiça a posteriori, punida quando caso disso).
E não, não podemos ter Ministros dos Negócios Estrangeiros que nos põem de joelhos, ridículos e que nos ridicularizam. Mas só quem não acompanhou o percurso de Freitas do Amaral estranhou.
Sem querer puxar de quaisquer galões, recordo a opinião que há muito tempo defendo, contra quase tudo e quase todos, de que o que está em curso é uma guerra de civilizações (reparem que não disse guerra religiosa).
O Islão, na sua génese, foi antes de tudo um projecto político de união de tribos árabes, que usou o elemento religioso como cimento. As próprias cisões em ramos (sunitas, xiitas, etc.) post Maomé são cisões não doutrinárias, mas de poder.
A origem da religião cristã é completamente diferente, apesar de mais tarde ter sido usada também como instrumento ao serviço de várias políticas e vários poderes. O ponto é que estamos perante dois códigos genéticos que não podem ser vistos no mesmo plano, e que têm consequências.
E para quem gosta de apresentar o fanatismo islâmico como uma consequência da pobreza ou da questão palestiniana, não posso deixar de recordar que as causas das Cruzadas, tantas vezes brandidas como o exemplo dos propósitos «imperialistas» do Cristianismo, se fundamentaram na proibição pelos muçulmanos do livre acesso aos lugares santos de Jerusalém às outras religiões.
Nos nossos dias, o problema que se põe é de ordem civilizacional: o islamismo não sofreu o impacto de qualquer Reforma e, principalmente, não fez a separação entre a Igreja e o Estado. E nas diferenças de desenvolvimento que os modelos permitiram ficaram irremediavelmente mais pobres, mais fracos e internamente mais desiguais, mesmo banhados em petróleo. Diria mesmo que a matriz política destes países tem muito mais a ver com o feudalismo do que com todo o período pós revolução industrial no Ocidente, e estou conscientemente a incluir zonas negras da nossa história, como o nazismo, o fascismo ou mesmo o salazarismo.
E a uma civilização que mantém a pena de Talião, a lapidação, a mulher como um sub ser humano, a liberdade como um privilégio, etc. etc. etc. eu digo decididamente não. Não quero nem sequer respeito. Justificar com crença e Fé religiosa práticas que no século XXI têm que ser consideradas criminosas é indigno e incompatível com os mais elementares valores.
Se a ONU e a ordem mundial, , a não ingerência, o petróleo têm sido razões para alguns (quase todos) fingirem que não veêm e convivido com estas sociedades, quando eles querem mais (e digo eles propositadamente, para as boas consciências esquerdistas me catalogarem de xenófobo e assim rejeitarem em bloco o que expresso), quando por meios violentos e cobardes querem impôr o seu modo de vida ao mundo, aí temos que reagir e lutar a guerra que nos declararam.
E nada de balelas sobre o Iraque ou o Afeganistão, o 11 de Setembro foi antes disso. Bush, com as suas limitações naturais, e Blair foram dos poucos a compreender as suas consequências globais.
Mesmo falar em países árabes moderados, porque não seriam religiosamente fanáticos, faz-me alguma confusão: como é que as mulheres, a Justiça e os Direitos individuais (para não dizer humanos) aí são tratados?
A real politik pode não permitir que mudemos o Mundo, mas a partir do momento em que somos atacados temos a obrigação de defender as nossas sociedades e a nossa forma de vida. Mesmo que com custos altos. Sim, a possibilidade de haver capacidade nuclear/biológica no Iraque justificou a guerra, sim o Irão não pode desenvolver estas capacidades, sim podemos (devemos) deixar publicar cartoons que expressam opiniões (a sua admissibilidade em termos de respeitar os outros será, como em qualquer Estado de Direito, verificada pela Justiça a posteriori, punida quando caso disso).
E não, não podemos ter Ministros dos Negócios Estrangeiros que nos põem de joelhos, ridículos e que nos ridicularizam. Mas só quem não acompanhou o percurso de Freitas do Amaral estranhou.
Islão inimigo da Razão
O braço-de-ferro actual entre a liberdade de expressão, e a ofensa sentida pelos muçulmanos e a ameaça destes, que já nos parece natural (!!), é talvez, a fundamental luta ideológica que vivemos. A história pode resumir-se: um jornal diário dinamarquês publicou uma caricatura de Maomé. Muçulmanos reagiram violentamente exigindo respeito e desculpas públicas, não só dos jornais europeus (que entretanto em solidariedade, também publicaram) mas também do Ocidente. Por exemplo, o líder do Hezbollah afirmou que ninguém ousaria insultar os muçulmanos se o édito religioso contra Salman Rushdie tivesse sido cumprido, ou seja o tivessem assassinado pelo seu livro. Em 2004 foi assassinado Theo van Gogh, cineasta holandês que se atrevera a criticar, na sua arte, a forma indigna como é tratada a mulher nalguns países do Islão.
A guerra de civilização declarada pelos radicais islâmicos, que definiram o Ocidente como inimigo, o grande Satã, está para continuar. O objectivo é repetido vezes sem conta: instituir o reino de Alá, restabelecendo o califado com a lei Sharia (recordando, os 4 primeiros califas, os autênticos, datam de cerca de 750 dc). E o mundo Ocidental parece demorar a compreender o que está em jogo: foram necessários 3 mil mortes no 11 Setembro para os americanos, a terrível explosão de Bali para os australianos, a atrocidade de Beslan para os russos, os espanhóis só o entenderam nos atentados de Madrid e os ingleses nos ataques de Londres enquanto para os holandeses bastou um assassinato.
O que não aceito é essa espécie de complexo de inferioridade intelectual que parece existir por algumas elites europeias que tecem muitas vezes louvores ridículos a tudo o que vem ou veio do Islão (ver a Recomendação 1162 “A contribuição da civilização islâmica para a cultura europeia”, de Maio de 1991, relatório da Assembleia parlamentar da União Europeia).
Não! Afirmo: O Islão é inimigo da Razão e é isto, aliás, que explica a decadência do Império Muçulmano/Otomano. E acredito nos valores Ocidentais, liberdade individual, Estado de Direito, respeito pelas minorias, e sobretudo, no primado da Razão sobre o Obscurantismo.
Será a coexistência possível? Sim, desde que nós, os Ocidentais, nos integremos nas suas leis, nos seus usos e costumes ou seja na Sharia. Porque na realidade eles, os radicais islâmicos (influenciando todos os outros, veja-se as eleições) não se querem integrar. É pelo menos este reconhecimento que devemos fazer.
Não há, assim, esperança? A via é apoiar o desenvolvimento dos moderados. Falo da Turquia, do Egipto, da Jordânia e talvez do Iraque. O desafio é imenso. Haja coragem e clarividência
A guerra de civilização declarada pelos radicais islâmicos, que definiram o Ocidente como inimigo, o grande Satã, está para continuar. O objectivo é repetido vezes sem conta: instituir o reino de Alá, restabelecendo o califado com a lei Sharia (recordando, os 4 primeiros califas, os autênticos, datam de cerca de 750 dc). E o mundo Ocidental parece demorar a compreender o que está em jogo: foram necessários 3 mil mortes no 11 Setembro para os americanos, a terrível explosão de Bali para os australianos, a atrocidade de Beslan para os russos, os espanhóis só o entenderam nos atentados de Madrid e os ingleses nos ataques de Londres enquanto para os holandeses bastou um assassinato.
O que não aceito é essa espécie de complexo de inferioridade intelectual que parece existir por algumas elites europeias que tecem muitas vezes louvores ridículos a tudo o que vem ou veio do Islão (ver a Recomendação 1162 “A contribuição da civilização islâmica para a cultura europeia”, de Maio de 1991, relatório da Assembleia parlamentar da União Europeia).
Não! Afirmo: O Islão é inimigo da Razão e é isto, aliás, que explica a decadência do Império Muçulmano/Otomano. E acredito nos valores Ocidentais, liberdade individual, Estado de Direito, respeito pelas minorias, e sobretudo, no primado da Razão sobre o Obscurantismo.
Será a coexistência possível? Sim, desde que nós, os Ocidentais, nos integremos nas suas leis, nos seus usos e costumes ou seja na Sharia. Porque na realidade eles, os radicais islâmicos (influenciando todos os outros, veja-se as eleições) não se querem integrar. É pelo menos este reconhecimento que devemos fazer.
Não há, assim, esperança? A via é apoiar o desenvolvimento dos moderados. Falo da Turquia, do Egipto, da Jordânia e talvez do Iraque. O desafio é imenso. Haja coragem e clarividência
Internacionalex
Nos anos 90 o Primeiro-ministro Britânico Tony Blair lançou uma campanha de “rebranding”do Partido Trabalhista (Labour Party) introduzindo o modelo do “New Labour”.
Em linhas gerais, esta nova politica advogava a adopção de uma Terceira Via (Third Way) que seria um ponto de encontro entre o tradicional socialismo do Partido Trabalhista e o capitalismo liberal da Sra.Thatcher.
Para dar consistência ideológica ao novo conceito, Blair convidou um número de académicos e outros intelectuais e pediu-lhes que organizassem um debate sobre as ideias que poderiam fundamentar a aplicação de uma Third Way na política Britânica.
Os organizadores do debate optaram por utilizar os meios electrónicos para a troca de argumentos e criaram uma mailing list que durante um mês foi sendo alimentada com os pontos de vista de cada um.
No final Tony Blair afirmou "Let me applaud the energy and intellect of the people who make up Nexus, Britain's first virtual think-tank. Nexus has a crucial role in sustaining the momentum of progressive politics..."
Tony Blair, at the Nexus/Guardian conference, March 1, 1997
Porque é que em Portugal não se fazem coisas destas, de uma forma séria?
Em linhas gerais, esta nova politica advogava a adopção de uma Terceira Via (Third Way) que seria um ponto de encontro entre o tradicional socialismo do Partido Trabalhista e o capitalismo liberal da Sra.Thatcher.
Para dar consistência ideológica ao novo conceito, Blair convidou um número de académicos e outros intelectuais e pediu-lhes que organizassem um debate sobre as ideias que poderiam fundamentar a aplicação de uma Third Way na política Britânica.
Os organizadores do debate optaram por utilizar os meios electrónicos para a troca de argumentos e criaram uma mailing list que durante um mês foi sendo alimentada com os pontos de vista de cada um.
No final Tony Blair afirmou "Let me applaud the energy and intellect of the people who make up Nexus, Britain's first virtual think-tank. Nexus has a crucial role in sustaining the momentum of progressive politics..."
Tony Blair, at the Nexus/Guardian conference, March 1, 1997
Porque é que em Portugal não se fazem coisas destas, de uma forma séria?
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