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Nos anos 90 o Primeiro-ministro Britânico Tony Blair lançou uma campanha de “rebranding”do Partido Trabalhista (Labour Party) introduzindo o modelo do “New Labour”.

Em linhas gerais, esta nova politica advogava a adopção de uma Terceira Via (Third Way) que seria um ponto de encontro entre o tradicional socialismo do Partido Trabalhista e o capitalismo liberal da Sra.Thatcher.

Para dar consistência ideológica ao novo conceito, Blair convidou um número de académicos e outros intelectuais e pediu-lhes que organizassem um debate sobre as ideias que poderiam fundamentar a aplicação de uma Third Way na política Britânica.

Os organizadores do debate optaram por utilizar os meios electrónicos para a troca de argumentos e criaram uma mailing list que durante um mês foi sendo alimentada com os pontos de vista de cada um.

No final Tony Blair afirmou "Let me applaud the energy and intellect of the people who make up Nexus, Britain's first virtual think-tank. Nexus has a crucial role in sustaining the momentum of progressive politics..."
Tony Blair, at the Nexus/Guardian conference, March 1, 1997

Porque é que em Portugal não se fazem coisas destas, de uma forma séria?

5 comentários:

El Ranys disse...

Mas, oh Harpic, foi isso, justamente, que o Guterres fez, antes de ser eleito, com os "Estados Gerais". Deu no que deu...

Anónimo disse...

Tens razao! Desculpem-me a injustica de nao ter referido os Estados Gerais (nao conheco muito bem o modelo porque nao acompanhei - foi precisamente na altura em que me exilei).

"Deu no que deu..."? Nao tenho ideia que os Estados Gerais tenham sido uma coisa má! Lá que os capangas do partido nao lhe perdoaram a "cunfia" que ele deu aos independentes...isso já é outra história; mas aí volatmos sempre ao mesmo problema.

De qualquer forma julgo que, hoje, era imporatnte que se discutissem as bases ideológicas do rumo que Portugal deve tomar, e só depois procurar na prática as politicas mais condizentes. Ou seja, um top-down aproach.

manolo disse...

A Third Way podem ser aqueles que se adaptam à mudança, com medo mas coragem. À aqui uma outra luta ideológica que será entre "O Poder e o Lucro" são o pecado capital ou são a alavanca para o bem estar? Sem extremismos, inclino-me mais para a 2ª alternativa. Será o tal Centrão?

Alex disse...

Outro exemplo de discussão foi a do Compromisso Portugal.
E temos a SEDES as Fundações ...
O problema maior são os partidos. São, hoje em dia, quase, apenas agências de cargos e empregos.
Mesmo assim estou um nada confiante no governo Sócrates. Ainda agora apresentou 10 medidas para a simplificação administrativa e promoveu 18 protocolos entre a Administração pública e a Microsoft. É com a desburocratização e com o aumento de produtividade da Administração a par com a evolução na sociedade do conhecimento e com a qualificação das pessoas que se conseguirá saír da cepa torta. Esperemos que continue neste rumo.
Quanto à questão ideológica posta pelo Manolo, não se pode colocar dessa forma. O poder e o Lucro são importantes para criar riqueza, mas a distribuição dessa riqueza é também muito importante. Eu sou pelo Lucro, mas sou contra os velhos não terem uma velhice digna, as crianças morrerem de fome e das guerras, a doença a dizimar continentes... Esta é que é a questão.
Saúdinha

Alex disse...

Quero corrigir um aspecto do meu anterior comentário. O problema não são só os partidos. São fundamentalmente as pessoas. As pessoas, ou porque não acreditam, ou por uma questão de falta de hábito de discutirem os problemas (preferem dizer que "eles" são uns ladrões), talvez devido aos 48 anos de silêncio, não discutem, apenas olham para o seu umbigo.
E estou-me a incluir nesse tipo. Quanto a isto a minha opinião foi expressa num post anterior, em opinex I.
Saúdinha