A CRISE DAS CARICATURAS


Assistimos, incrédulos e estupefactos, à mais grave crise internacional desde a crise do Iraque ! E esta crise vem depois da ameaça do Irão e das eleições na Palestina, razões suficientes para eu fazer um post "Uma sombra sobre o mundo". Sem dúvida que essa sombra tornou-se negra ! Umas caricaturas, que consideramos sem importância nenhuma, deram origem a uma reacção incompreensível, desproporcionada com uma violência brutal ! Essa reacção teve um retardo de cerca de 4 meses, o que demonstra que houve que preparar, organizar estruturas e meios, ou seja, é uma reacção consequência de uma estratégia. O que me leva a uma conclusão : - Existem organizações extremistas islâmicas em guerra com o Ocidente, cujo único fim é a destruição do modo de vida "decadente" das sociedades ocidentais.
O jornal Jyllands-Posten publicou umas caricaturas do profeta Maomé, para avaliar o impacto na comunidade muçulmana dinamarquesa, o que originou uma reacção bárbara contra interesses dinamarqueses por todo o mundo. A Europa teve uma resposta cautelosa, quase pedindo desculpa pelo insulto ! Na minha opinião, tinha aqui uma excelente oportunidade para demonstrar a todo o mundo que é capaz de se erguer em defesa dos seus Valores e Principios, como a Liberdade e a Tolerância, e que ninguém tem o direito de atacar esta cultura. Se o Islão quer o nosso respeito deverá respeitar a nossa cultura. Infelizmente, a Europa demonstrou mais uma vez que está dividida, fraca, incapaz de ser intransigente na defesa desses valores.
Basta ver as grandes manifestações muçulmanas por toda a Europa, ao contrário das quase nulas manifestações de apoio e solidariedade por um parceiro de União !
Daqui concluo que :
- A Europa não está preparada para combater este inimigo, pois os seus líderes e as populações não estão suficientemente motivadas para ir para a rua, gritar pela defesa do nosso modo de vida. O medo instalou-se !

Para complicar tudo, temos este inimigo dentro das nossas fronteiras. Como sabemos a Europa precisa de mão de obra e abre as portas à imigração. Hoje são milhões de muçulmanos que vivem, trabalham e são cidadãos de pleno direito e que são uma ameaça permanente. Turcos na Alemanha, Árabes em França e Paquistaneses na Inglaterra. Além disso, a demografia faz com que, mantendo as taxas de natalidade actuais, vamos ter maiorias muçulmanas em países europeus. Lembro a questão do véu e outras, em que a lei e a ordem nacional desses países foi confrontada com leis religiosas originando vários distúrbios. Aparentemente vai ser cada vez pior ! 3ªconclusão :
- Num conflito, a Europa está perante uma força capaz de causar danos enormes através de ataques suicidas e de sabotagens pois estão cá dentro, não se distinguem e é quase impossível lutar contra um inimigo assim.

Há quem esteja convencido de que o Islão, por natureza, não convive com outras religiões e que, lutarão a Jihad até destruir os infiéis. De facto, a religião muçulmana considera que Maomé é o último dos profetas e o Alcorão o último dos Livros Sagrados. Para essa religião a história acaba aí. Têm certezas absolutas, a Sharia é o que determina a vida social. As universidades na Arábia Saudita não ensinam as ciências e as tecnologias pois, segundo a lei religiosa, não precisam. A condição da mulher nessas sociedades é vergonhosa. Se chegarmos à conclusão que eles não deixam alternativa à nossa destruição então o confronto é inevitável. Deve-se agir, pondo os muçulmanos em campos vigiados e fazendo deportações em massa. Enfim, defendendo-nos. Nessa guerra temos que estar preparados para cenários de ataques a Israel, e por isso seria melhor antecipar-nos e destruir objectivos no Irão, na Arábia Saudita, na Indonésia. Se nos querem esmagar, então que os destruamos nós ! Conclusão :
- Se a guerra for inevitável, teremos que a ganhar, sob pena do mundo voltar à época medieval !

Eu quero crer que a Paz ainda é possível. Não podemos ceder nas nossas posições, as leis e os tribunais terão que ser implacáveis com qualquer muçulmano que, a pretexto da sua religião provoque qualquer distúrbio. Porque estou convencido que estes fanáticos, só param na sua escalada se sentirem que deste lado estamos fortes e determinados. Se sentirem que vamos ceder (por ex. fazer leis para muçulmanos) virão com novas exigências e a escalada acabará mal.
Temos que ter uma politica de imigração muito severa e intransigente.
Não podemos deixar que este conflito degenere na guerra das religiões. Eu, se tiver de lutar não luto pelo Cristianismo, mas pela Democracia, pela Liberdade pelo nosso modo de vida. A guerra de religiões não tem solução.
A solução, pelo contrário poderá começar (como nós fizemos) separar o Estado da religião nesses países. E aí teríamos de empregar todo o nosso poder para influenciar os dirigentes, e de promover a sociedade laica entre as populações. Fazê-los sentir que existe uma vida melhor !...

Posso parecer idealista, mas é uma causa que vale a pena. Give a peace a chance.
Saúdinha

9 comentários:

Rantas disse...

Alex,

Estou sem palavras.
Vou usar as tuas, apenas para melhor exprimir a minha perplexidade:

"Posso parecer idealista, mas é uma causa que vale a pena."

"Deve-se agir, pondo os muçulmanos em campos vigiados e fazendo deportações em massa. Enfim, defendendo-nos."

Tens a certeza que não queres refrasear?

El Ranys disse...

Estava a dar uma volta pelos blogues antes de me ir deitar e dei com...isto!?!
Já é muito tarde para comentar como deve ser, mas acho, Alex, que te esticaste.
Volto depois.

Anónimo disse...

A minha opiniao sobre os muculmanos é muito influenciada pelo facto de viver num país onde esta comunidade já conseguio uma tal influencia que já obrigou a sociedade a fazer diversas concessoes completamente desproporcionais (exemplos como o dos cursos de natacao que já referi num post e os privilégios dos trabalhadores muculmanos durante o Ramadao sao mesmo só exemplos porque casos há muitos). A comunidade muculmana nao tem nada a ver com qualquer outra comunidade imigrante; a sua atitude generalizada (digo mesmo generalizada!) é extremamente arrogante, nao demonstrando qualquer interesse em fomentar uma coabitacao pacifica (excepto nas alturas de exigir beneficios que tambem eles sao completamente desproporcionais). Além disso a Belgica é reconhecidamente um dos principais centros de recrutamento e logistica de celulas terroristas muculmanas. Tudo isto já conseguio criar um clima de medo onde as pessoas já nao tem vontade de manifestar a sua opiniao. Aqui a liberdade de expressao há muito que é condicionada por este medo!

Já discuti isto com muitos Belgas (longe de poderem ser considerados radicais) e o sentimento geral é de incompreensao (o medo nao deixa manifestar a revolta). Já ouvi vários casos de pessoas que estao a preparar-se para se irem embora da Bélgica porque nao estao para aturar isto. Confesso que com o acumular destas conversas o meu multiculturalismo foi dando de si.

"Deportacoes em massa..."! Talvez por tudo o que disse em cima o post do Alex nao me choque tanto como ao Rantas e ao Ranys..... felizmente que ainda existem sitios como o Merdex onde ele pode escrever o que quer!

(picardia: porque para publicar este post no RdM ele pelos vistos tinha de ser "refraseado", a bem do bom senso, claro!)

obelix disse...

No essencial estou de acordo, embora deva fazer algumas clarificações:
- Devemos separar bem o plano da civilização do da religião, o que me choca é a organização das sociedades, não as crenças. A interpretação literal da Bíblia também me levaria a caminhos turtuosos (e há quem a faça). Lá por os países onde maioritariamente se professa a religião muçulmana terem aproximadamente a mesma iníqua organização social não é a Fé que devo combater. Seria possível acreditar em Alá e viver numa sociedade justa. É do interesse dos regimes no Poder nesses países que o problema se ponha em termos religiosos, pois é uma condição para a sua sobrevivência. E com isso não quero alinhar.
- Continuo a pensar que a intervenção no Afeganistão contribui para a resolução do problema, e que, se as informações realmente disponíveis para quem tomou a decisão eram as conhecidas, a intervenção no Iraque se justifica. Espanta-me, ou nem por isso, a posição tão «Chamberlainista» de tanta gente, mesmo aqui. A guerra tem que ser travada para defesa do nosso modo de vida, e se Churchill tivesse sido tão complacente como alguns destes comentadores, hoje a nossa vida seria bem diferente. E se os Americanos, como quase sempre, se revelaram uns fracassos na preparação do pós-guerra iraquiano, não nos devemos esquecer também das responsabilidades europeias com o xadrez que jogaram na zona aquando do traçado de fronteiras. Só olhar para a História que nos convém é intelectualmente desonesto...
-Penso que com «Deve-se agir, pondo os muçulmanos em campos vigiados e fazendo deportações em massa» te esticaste e espalhaste, pois é justamente do meu modo de vida e da minha Liberdade que eu não quero abdicar. Isso é o que eles querem. A solução do problema da Imigração passa por políticas de admissão bem restritivas, em função das necessidade e da capacidade de integração. A recusa desta, ou a prática de ilícitos deverá ser apreciada nos mecanismos dum Estado de Direito democrático, sem tibiezas nem complexos. E julgo que tem sido o politicamente correcto que nos (fundamentalmente à Europa) tem impedido de internamente agir em defesa das nossas sociedades, criando e alimentando o problema, o que inclusivé desperta na opinião pública (e tu pareces-me quase a ir por esse caminho) sentimentos xenófobos.
- Uma última nota para o comentário do Rantas: afinal parece que o lápis azul não anda assim tão longe das suas ideias. Faço minhas as palavras do Harpic: «felizmente que ainda existem sítios como o Merdex onde ele pode escrever o que quer! porque para publicar este post no RdM ele pelos vistos tinha de ser "refraseado", a bem do bom senso, claro!»

manolo disse...

É de facto uma qualidade do mundo ocidental a discussão livre de ideias; esta dinâmica tem dado frutos no passado e estou convencido que é a melhor forma de evoluir. Nas sociedades islâmicas não se discutem opiniões, a não ser teológicas. (a percentagem de Doutoramentos nas Universidades muçulmanas em estudos Teológicos é superior a 70%). Penso que o que Alex quis dizer é que todos os cenários devem ser previstos. Em Portugal ainda não houve (felizmente) nenhum atentado. Nos Estados Unidos, Austrália, Espanha, Inglaterra, Holanda, etc, nas desordens em França as pessoas estarão talvez mais preparadas para o confronto, e em países com larga imigração muçulmana (como refere o Harpic), a população percebe melhor quando verifica o regojizo dos islâmicos cada vez que acontece um acto terrorista. O facto de ligarem este "combate" à religião e pressupôrem que Deus (Alá) está do seu lado origina aquilo que chamo o obscurantismo. Que fazer se a onda de atentados tornar o nosso modo de vida completamente impossível? Fugir como parece na Bélgica? Ou tornar-mo-nos quase estados policiais cadastrando todos os Muçulmanos e controlando todos os seus passos?. Em Israel está instalado com os recolheres obrigatórios e os postos de controle. Com o agravamento do conflito a segurança comum deixar-nos-à pouca margem. Entretanto o Papa visita a Turquia. Atitude corajosa e emblemática. Em conclusão acho que a guerra deve ser evitada, mas fazendo perceber ao outro lado que estamos preparados para nos defendermos, mesmo militarmente numa guerra de "longa duração".

Rantas disse...

Urge fazer algumas rectificações/esclarecimentos.

Primeiro, o meu comentário:
Julgo que ao se afirmar como "idealista" e simultaneamente propôr campos de concentração e deportações em massa sugere que o Alex não se expressou como quereria.
Ou alguém aqui pensa que estes termos são compatíveis?

Segundo, o comentário do Harpic:
Uma picardia leva-se com um sorriso, principalmente quando se sabe, e se sabe que o outro sabe, que se está a reinar.
Não vale a pena responder a uma picardia com uma outra picardia.

Terceiro, o comentário do Obelix:
Não vale a pena responder a uma picardia com uma outra picardia... mas se insistem e se colocam a jeito, o que vou eu fazer?
Caro Obelix, sugerir ao Alex que ele deva refrasear o que escreveu, por me parecer incompatível, é boa educação.
Invocar um lápis azul mas ao mesmo tempo discordar também do que o Alex escreveu ("te esticaste e espalhaste"), é uma picardia inútil. Certo?
Acima de tudo, bom senso!

obelix disse...

Caro Rantas, não tenho que explicar o mundo de distância que vai entre a discordância e a censura, entre o exercício democrático de opinião e o impedimento dessa expressão. «Refrasear» era exactamente o que faziam os media a ver se conseguiam passar alguma coisa pela Comissão de Censura. E muita da actividade desta também era exercida em nome de pretensas boa educação e moral.

Rantas disse...

Obelix,

Não poderia concordar mais com o que escreveste.

Eu não censurei e muito menos impedi o Alex de se expressar!

Isso és tu a refrasear o que eu escrevi!!
Acho que andas a ver fantasmas. Picardia por picardia, esta, mais do que inútil, já me parece uma picardia daquelas "à Petit", quando o adversário demonstra melhor futebol.

Não te considero propriamente um adversário, mas tenho verificado uma propensão da tua parte de saltares em defesa do que quer que seja que imagines que eu esteja a atacar. Será pela forma como saudei a tua entrada na blogosfera? Olha que a fotografia até é gira :-D

obelix disse...

Ó Rantas, isso já é
1)complexo de perseguição: só por tu atacares eu saltaria em defesa?
2) complexo de culpa: a forma como saudaste a minha entrada?
3)falta de atenção: o core destas minhas objecções está em algumas expressões que usaste e que, na minha muito modesta opinião, são perigosas - «más leituras» (e logo o direito de as classificar), «não queres refrasear» (e logo o oferecimento de uma superioridade generosa que faz ver aos cábulas o caminho). Mal ou bem, identifico esta postura com um pretensioso autoconvencimento de certa esquerda sobre a sua superioridade moral, e tendo a reagir, sempre numa boa e até divertido.

E são estas trocas de ideias e experiências, picardias e coisas sérias que me atraiem na blogosfera.
Não há troféus nem competição, não vejo como neste âmbito poderá haver adversários (incapacidade minha, concerteza).