Por influência dos monárquicos (assumidos e não assumidos) que escrevem aqui nesta quadratura de blogs, pus-me a pensar na possibilidade de Portugal poder voltar a ser uma monarquia. E não é que comecei a achar uma boa ideia…..
A figura do PR no nosso regime está muito próxima daquela que normalmente é hoje a figura dos reis das monarquias europeias modernas. A única grande diferença que existe é no método de ‘selecção’.
Aqui exponho algumas das minhas razoes:
O Rei não está sujeito a factores que, na minha opinião, podem influenciar negativamente a actuação do Chefe de Estado: as recandidaturas e as influencias partidárias.
Esta campanha eleitoral tem-nos mostrado o quão difícil é para os candidatos justificar porque são eles os mais indicados para ocupar o lugar de PR. Esta dificuldade advém essencialmente do facto de não fazer sentido apresentar um programa para o cargo de Chefe do Estado. O Chefe do Estado tem uma actuação muito mais reactiva do que pró activa e será o curso dos acontecimentos que determinará em grande parte a sua actuação. Em contrapartida o Rei não necessita de justificar a sua sucessão e não causa, como diz o Alex, estes períodos de divisão entre os Portugueses.
Porque a História de Portugal é uma inquestionável riqueza do nosso país (e que pode e deve ser utilizada como mais-valia em muitas situações) julgo que a figura do rei, porque mais ligada a esse passado, pode dar um maior contributo na interacção Estado/Nação.
E finalmente, porque julgo que este tipo de mudança e os movimentos cívicos que ela iria necessariamente originar poderiam, por si só, ser um factor decisivo na aglutinação dos esforços dos vários componentes da nossa sociedade em prol do pacto social que, na minha opinião, é peça fundamental para que consigamos ultrapassar os tempos difíceis que se avizinham. Seria como que uma resposta da sociedade à crescente falta de credibilidade dos políticos e a manifestacao de uma vontade de mudanca.
PS: Apesar de não puder servir como argumento (por falta de sustentação) também dá que pensar que no top do ranking dos países com maior pib per capita estão essencialmente monarquias.
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5 comentários:
Um post que me deixa feliz.
De facto, esta discussão, se não é urgente, é, pelo menos, importante.
Alargar o debate, fazer com que se pense na hipótese, modificar a nossa anti-democrática constituição (proíbe a realização de referendo sobre esta questão), são passos fundamentais.
Para que a monarquia resulte em Portugal, não vale a pena dar passos apressados. Pouco a pouco, devagar, creio que a ideia irá fazendo o seu caminho. E um dia, para bem de todos, talvez possamos voltar a reencontrar-nos na história e no que somos actualmente, através da figura de um Rei que é como nós.
O regime semi-presidencialista tem várias práticas. Dá alguns poderes ao Presidente em tempo de crise, mas fora isso, é digamos, um observador atento com influência. Há a prática francesa que em certas áreas tem mais poder executivo, como na Politica Externa e na Defesa. Se o presidente é eleito por sufrágio universal, julgo que deveria ser mais influente (é a vontade do povo) que um mero observador.
Além disso provém sempre de uma área politica.
A Monarquia não tem esses problemas. Na minha opinião o Rei deve ter apenas poderes protocolares. Não tem uma ideia para o país. Não deve querer ter. Ele representa Portugal, todos os Portugueses. A politica é para os politicos, as escolhas do governo são do povo, o Rei une os Portugueses.
É uma boa discussão. Gostaria que houvesse o debate. Voto pelo referendo.
Saúdinha
Penso que um referendo com a pergunta "deveria Portugal ser uma Monarquia?" era possível, não tenho nada contra, mas também não é uma questão assim tão premente. Como já afirmei, o passo histório da instauração da República, foi uma boa transformação. A soberania pertence ao povo e o chefe de Estado deve ser por ele escolhido. O facto de haver debates de ideias a propósito de cada eleição Presidencial não é negativa, e a divisão que cria pode ser salutar, desde que os diferentes visões possam ser discutidas. "Só estou bem onde não estou" parece ser a máxima.
Soares é fixe.
Já quanto ao filho não digo o mesmo.
A escolha entre Monarquia e República é prioritária. Estará no mínimo como sendo 7.582ª prioridade do País, neste momento...
atao diz lá quais sao as outras 7.581....vá... diz lá!
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