OPINEX - PRESIDENCIAIS E REGIME


Não vou votar nas Presidenciais. Reconheço que é uma posição confortável. A verdade é que decidi isto antes das autárquicas (em que também não votei) e só votarei num eventual referendo ao aborto.
Portanto a minha posição não tem a ver com os candidatos (embora o conhecimento deles não me faça, antes pelo contrário, alterar a minha posição). Sempre fui defensor do dever do voto. Mas a politítica e os políticos tem-me desiludido imenso. Desde a saída do Guterres, que me parece que teve um bom primeiro mandato, em minoria, que veio contrapor o diálogo ao "deixem-me trabalhar" do homem do leme, com a paixão da Educação, com a Reforma da SS do Ferro, a entrada no euro com Sousa Franco, enfim com uma maneira nova de estar na política, que depois acabou no queijo limiano, e na fuga para não se atolar no pântano, passando pelo Durão Barroso que conseguiu uma maioria, para desistir porque no outro lado tá-se muito melhor... Depois os "episódios" do Santana, até à maioria do PS e de Sócrates, que começou por quebrar uma promessa solene...
Não vale a pena... Não tem remédio...
Já escrevi as razões porque não quero Soares e também não quero Cavaco. Alegre, no meio disto, teria a sua piada.
Mas a eleição presidencial tem este problema : A cada cinco anos o país divide-se quando há eleições. Depois une-se em torno do Presidente ? Tem sido, mas pode não acontecer. E para quê tanta guerra por causa do Presidente ? Afinal quem governa o país é o governo !
Eu, au contrer, de El Ranys, não sou monárquico assumido. Mas a verdade é que Portugal foi uma das Monarquias da Europa mais antigas. A verdade é que o orgulho que nos rebenta no peito quando cantamos o Hino, não tem que ver com o presente. Nós fomos grandes. Os maiores. No tempo dos Descobrimentos, reinado de D. João II, fomos, tecnologicamente e cientificamente, os primeiros do Mundo. África, América do Norte e do Sul, India, China e Japão, Austrália... Não existe um povo tão pequeno mas tão enorme nos seus feitos. E essa é a ideia do Portugal. Desde aí que temos vindo a caír, com algumas subidas como a entrada na UE, mas que já se perdeu... Como devolver o orgulho, a esperança, o reencontro com a História ?
Porque não debater a questão da Monarquia ? Não estou a pensar no Rei, mas na Monarquia. Há regime mais estável ? Eu só proponho a realização de um referendo. Não é Democrático ?
A República tem feito muito por Portugal ?
Repare-se nas Monarquias Europeias.
Saúdinha

3 comentários:

El Ranys disse...

Real, Real, Real, viva el-Rey de Portugal!
Grande alex. Quem tem medo do referendo?

manolo disse...

Eu apoio um referendo com a questão: " Deve ter Portugal uma Monarquia, com familia real e rei?". Para mim, a resposta é não; defendo a República. Tenho também orgulho da nossa História, e todas as nossas dinastias têm o seu importante papel que deve ser recordado pelos Portugueses. Mas um grande avanço na civilização foi dado pelo advento da República: o chefe de Estado ser escolhido pelo povo soberano. E mais: as eleições presidenciais são, de facto uma oportunidade de discutir ideias e regimes e de fazer escolhas. E para mim isto é o fundamental: A soberania é do Povo e ele deve escolher o chefe de Estado, que no nosso regime é talvez um prémio de final de carreira, sobretudo prestigiante mas muito importante quando surgem crises. Daqui o meu "louvor" aos Presidentes da Democracia, cada qual com o seu contributo: Eanes, Soares e Sampaio.

Rantas disse...

Sou republicano, laico e socialista. Não necessariamente por esta ordem. Ser republicano significa não só o que o
Manolo escreveu (e que eu subscrevo) mas uma dificuldade prática: como pensar em monarquia sem pensar no rei? E como pensar, quando se olha para o projecto de rei que temos?