O braço-de-ferro actual entre a liberdade de expressão, e a ofensa sentida pelos muçulmanos e a ameaça destes, que já nos parece natural (!!), é talvez, a fundamental luta ideológica que vivemos. A história pode resumir-se: um jornal diário dinamarquês publicou uma caricatura de Maomé. Muçulmanos reagiram violentamente exigindo respeito e desculpas públicas, não só dos jornais europeus (que entretanto em solidariedade, também publicaram) mas também do Ocidente. Por exemplo, o líder do Hezbollah afirmou que ninguém ousaria insultar os muçulmanos se o édito religioso contra Salman Rushdie tivesse sido cumprido, ou seja o tivessem assassinado pelo seu livro. Em 2004 foi assassinado Theo van Gogh, cineasta holandês que se atrevera a criticar, na sua arte, a forma indigna como é tratada a mulher nalguns países do Islão.
A guerra de civilização declarada pelos radicais islâmicos, que definiram o Ocidente como inimigo, o grande Satã, está para continuar. O objectivo é repetido vezes sem conta: instituir o reino de Alá, restabelecendo o califado com a lei Sharia (recordando, os 4 primeiros califas, os autênticos, datam de cerca de 750 dc). E o mundo Ocidental parece demorar a compreender o que está em jogo: foram necessários 3 mil mortes no 11 Setembro para os americanos, a terrível explosão de Bali para os australianos, a atrocidade de Beslan para os russos, os espanhóis só o entenderam nos atentados de Madrid e os ingleses nos ataques de Londres enquanto para os holandeses bastou um assassinato.
O que não aceito é essa espécie de complexo de inferioridade intelectual que parece existir por algumas elites europeias que tecem muitas vezes louvores ridículos a tudo o que vem ou veio do Islão (ver a Recomendação 1162 “A contribuição da civilização islâmica para a cultura europeia”, de Maio de 1991, relatório da Assembleia parlamentar da União Europeia).
Não! Afirmo: O Islão é inimigo da Razão e é isto, aliás, que explica a decadência do Império Muçulmano/Otomano. E acredito nos valores Ocidentais, liberdade individual, Estado de Direito, respeito pelas minorias, e sobretudo, no primado da Razão sobre o Obscurantismo.
Será a coexistência possível? Sim, desde que nós, os Ocidentais, nos integremos nas suas leis, nos seus usos e costumes ou seja na Sharia. Porque na realidade eles, os radicais islâmicos (influenciando todos os outros, veja-se as eleições) não se querem integrar. É pelo menos este reconhecimento que devemos fazer.
Não há, assim, esperança? A via é apoiar o desenvolvimento dos moderados. Falo da Turquia, do Egipto, da Jordânia e talvez do Iraque. O desafio é imenso. Haja coragem e clarividência
A guerra de civilização declarada pelos radicais islâmicos, que definiram o Ocidente como inimigo, o grande Satã, está para continuar. O objectivo é repetido vezes sem conta: instituir o reino de Alá, restabelecendo o califado com a lei Sharia (recordando, os 4 primeiros califas, os autênticos, datam de cerca de 750 dc). E o mundo Ocidental parece demorar a compreender o que está em jogo: foram necessários 3 mil mortes no 11 Setembro para os americanos, a terrível explosão de Bali para os australianos, a atrocidade de Beslan para os russos, os espanhóis só o entenderam nos atentados de Madrid e os ingleses nos ataques de Londres enquanto para os holandeses bastou um assassinato.
O que não aceito é essa espécie de complexo de inferioridade intelectual que parece existir por algumas elites europeias que tecem muitas vezes louvores ridículos a tudo o que vem ou veio do Islão (ver a Recomendação 1162 “A contribuição da civilização islâmica para a cultura europeia”, de Maio de 1991, relatório da Assembleia parlamentar da União Europeia).
Não! Afirmo: O Islão é inimigo da Razão e é isto, aliás, que explica a decadência do Império Muçulmano/Otomano. E acredito nos valores Ocidentais, liberdade individual, Estado de Direito, respeito pelas minorias, e sobretudo, no primado da Razão sobre o Obscurantismo.
Será a coexistência possível? Sim, desde que nós, os Ocidentais, nos integremos nas suas leis, nos seus usos e costumes ou seja na Sharia. Porque na realidade eles, os radicais islâmicos (influenciando todos os outros, veja-se as eleições) não se querem integrar. É pelo menos este reconhecimento que devemos fazer.
Não há, assim, esperança? A via é apoiar o desenvolvimento dos moderados. Falo da Turquia, do Egipto, da Jordânia e talvez do Iraque. O desafio é imenso. Haja coragem e clarividência
5 comentários:
Muito Bom post Manolo.
O Merdex associa-se assim a todos aqueles que preferem defender a liberdade de expressao.
Se ainda existiam duvidas de que estamos em plena guerra civilizacional entre o Islao e o Ocidente (lembro-me bem desta discussao no grupo do 475 por altura do 11/9) episodios como este vem, na minha opiniao, clarificar bem em que pé estao as nossas relaçoes com aqueles senhores.
Coexistencia? Também nao acredito!
No Expresso: "os partidos islâmicos estão melhor organizados [...] e beneficiam de um espectacular poder mobilizador por parte das mesquitas". Como os diversos totalitarismos (Hitler, Estaline, Mao Tse Tung, Hirohito) também beneficiaram. Agora temos o presidente do Irão, também com "um espectacular poder mobilizador".
Na coluna da esquerda, Daniel Oliveira: "se os ocidentais descobriram que é divertidíssimo fazer chacota com os profetas dos outros, não vejo porque não podem os muçulmanos responder à letra.[...] Porque se tornou tão usual caricaturar os muçulmanos, a sua fé e os seus hábitos? Qual é a fronteira exacta entre a crítica ao fundamentalismo religioso e o insulto gratuito e permanente a uma cultura?". Meu caro Daniel, você é precisamente a caricatura daquela esquerda histórica que está orfã de ideologia e cuja posição é a tal de "quanto pior melhor". Será que também acha que os muçulmanos responderam à letra relativamente aos Versos Satânicos, ou ao filme de Theo van Gogh. A liberdade de expressão ficou na gaveta? Quem nos livra desta intelectualidade?
Não vejo esta questão da mesma forma. Julgo que a questão não é religiosa mas sim civilizacional; isto é, o problema não está na essência do islão mas sim no radicalismo, fanatismo, fundamentalismo.
E esses itens existem e/ou existiram, em maior ou menor grau, em diversas religiões.
O que creio que Daniel Oliveira quis expôr à evidência é que também "deste" lado da barricada há radicais, também há gente que fica chocada com acções que coloquem em causa "vacas sagradas". Estou a lembrar-me da Última Tentação de Cristo, do Evangelho Segundo Jesus Cristo, de Je Vous Salue Marie, de uma BD humorística sobre JC, de Gerhard Haderer que foi proibida na Grécia - já em pleno séc XXI!! - eu tenho em casa, se alguém quiser pedir emprestado...
Claro que os radicais muçulmanos reagem de forma mais violenta. Penso que isso se deve, mais uma vez, a questões económicas, políticas e não exclusivamente religiosas.
A solução? É expurgar o radicalismo. Como? Dando possibilidades aos muçulmanos "moderados" de o continuarem a ser. Isto significa dar-lhes uma mão. À Turquia, Egipto, Jordânia e talvez Iraque, sim. Mas também a Marrocos, Argélia, Tunísia, etc.
A solução é económica e, essencialmente, política.
Existe neste momento um nítido confronto de civilizações.
Não acho graves as caricaturas de Maomé, de João Paulo II, ect.
Acho-as só de mau gosto. Eu não desenharia ou publicaria a maioria daquelas caricaturas, porque devo ter a consciência de que estaria a ofender alguém nas suas convicções mais profundas.
Outra questão terá a ver com a reacção a essas mesmas caricaturas: ela tem sido, por parte dos islamitas, completamente radical e totalmente desproporcionada. Violenta e condenável.
Ou seja, essencialmente, o que está em causa, para mim, não é o bom gosto das caricaturas. O que está em causa são as reacções às mesmas, o radicalismo islâmico, vs as sociedades moderadas e democráticas ocidentais.
E eu sei de que lado da barricada estou. E não peço desculpa por isso.
(Também escrevi no Revisão da Matéria sobre isto, seria simpático comentarem lá também)
Bom post.
Paira uma sombra sobre o mundo.
É incompreensível as reacções do mundo muçulmano às caricaturas. Como chamar à responsabilidade os dirigentes desses países perante os danos causados ?
Fica evidente as nossas diferentes modos de ver o mundo. O mundo Ocidental é baseado na Liberdade, na Lei, nos Direitos Individuais. E isto é inegociável.
Quanto à questão das caricaturas parece-me que :
- A Liberdade, e concretamente a liberdade de expressão, o direito à diferença, é um valor intocável.(custou muito a consegui-lo).
- A Liberdade termina quando afecta a Liberdade de outros.
- Toda a crença religiosa é respeitável e não deve ser objecto de insulto e desprezo.
- As reacções bárbaras do mundo muçulmano deviam ser castigadas conforme a lei.
- O mundo Ocidental não deve, não pode, pedir desculpa por haver Liberdades na sua cultura (até porque, ao pedir desculpa, pode ser admitir que insultou a religião muçulmana).
E este caso representa para mim mais um passo na tal guerra civilizacional ou religiosa de que falámos. Aliás, não tenho dúvida que os chefes islâmicos extremistas pretendem esta guerra, basta ver que estas caricaturas saíram em Setembro e que só depois de muita pressão é que a Arábia Saudita (aliado !) veio exigir estas desculpas. Ou saber que chefes muçulmanos saíram da Dinamarca com fotocópias dessas caricaturas para as distribuir pelas massa em vários países muçulmanos...Eles estão em guerra !
E sei que cada ano que passa o cenário vai ficando pior, o que significa que não estamos a conseguir parar esta ameaça.
A minha grande dúvida é :
Ainda há esperança de Paz ou vamos preparar-nos para a Guerra ?
Saúdinha
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