Paz Israelo-Palestina; um desejo para 2006


“Martin Luther King once said that "There comes a time that people get tired."
For the peoples of the Middle East, Mr. President - all the peoples of the Middle East - that time has come. The people of the Middle East are tired, tired of bloodshed and tired of violence. They are tired of terrorism, tired of despotism, and tired of hatred. They are tired of corrupt leaderships that do nothing to foster harmony, yet do all that they can to stifle it. They are tired of the adoption of anachronistic and one-sided resolutions that are as disconnected from reality as they are from the noble ideals upon which this organization was founded."

Começa assim a declaração à Assembleia Geral das Nações Unidas do Embaixador permanente de Israel em 30 Novembro de 2004. Foi há um ano. Profunda crítica a Arafat, “they never miss an opportunity to miss an opportunity”. Apelava a lideres do outro lado, porque a história não é só passado, também deve ser presente e futuro. “The voices of those looking for the opportunities provided by democracy and respect for human rights, and ready to live in peace with their neighbors”. O caminho seria “to empower the moderates

Manifestava a posição oficial “Israel has offered an outstretched hand to those genuinely committed to peace, and we have proved ready to follow the path of mutual recognition and mutual compromise” Dá os exemplos de paz conseguida com Egipto e Jordânia; elogia os “courageous Arab leaders”. Faz um historial dos processos e progressos conseguidos “It is important that the international community, and this Assembly, support those working towards a peaceful resolution, by empowering the peace-makers” votaria contra pois justificava que a resolução defendia os que “promoting acrimony and divisiveness instead of constructive dialogue,”, assim “Unfortunately, the resolutions presented to the assembly on the agenda items discussed in the last two days follow this tired and harmful pattern. Accordingly, Israel will be compelled to vote against them".
Toda a declaração é muito interessante, A História escreve-se em todos os momentos e o problema de Israel-Palestina está na origem e justificação de profundos e graves problemas. Desde a emigração, pobreza, corrupção, e naturalmente o terrorismo. Tudo temas actuais.
Apoiar as negociações de paz, reconhecer dois Estados com as limitações e problemas inerentes (territórios ocupados, Jerusalém, forças armadas, refugiados, segurança) condicionadas pela História injusta para palestinianos, mas justa para Israel; reconhecer que o fundamental é a aceitação da existência de Israel que ainda não há por parte dos árabes e muçulmanos (veja-se o Irão) e não condenar para sempre o futuro dos povos do Médio Oriente.
Passado um ano daquela declaração (posso postá-la na íntegra) termina assim: “We call on all our neighbors to accept our goodwill and return it in kind. All of us are tired of pain and violence, and it is high time that the Middle East, known in history as the "cradle of civilization," reclaimed that legacy.”

Com a morte de Arafat queremos acreditar numa luz ao fundo do túnel, e os meus desejos de Ano Novo vão para que durante o próximo ano, de 2006, se dê passos seguros em direcção ao futuro na resolução do problema israelo-palestiniano e com ele se ajude a muitos outros. A nossa contribuição será sempre apoiar e responsabilizar os árabes e muçulmanos moderados e “combater” os regimes mais extremistas.
Bom Ano Novo, e tudo a correr bem no próximo ano.

4 comentários:

Rantas disse...

Eu diria combater não só os regimes mais extremistas como as pessoas/organizações/partidos mais extremistas. Independentemente da sua religião ou nacionalidade. Porque extremismos existem de ambos os lados, há que não esquecer...

Alex disse...

Ouvi uma opinião bastante catrastrófica.
Com o desaparecimento de Ariel Sharon, com as eleições à porta e não havendo nenhuma maioria clara, com a retirada unilateral da Cisjordânia que implica o desalojamento de cerca de 80000 colonos, Israel pode sofrer bastante instabilidade e aumentar o terrorismo, com a eminência de uma guerra civil no Iraque, entre Shiitas e Sunitas, com o Irão a continuar com o seu programa nuclear depois de já nem falar com a Agência Mundial Atómica, com o Bush a ser incapaz de estabilizar o Iraque e a ser pressionado por Israel a atacar o Irão, estão já identificados 90 alvos para serem destruídos antes do Verão.
Dizia o comentador que isto é o que 2006 tem para oferecer. Um médio Oriente a ferro e fogo.
Saúdinha

manolo disse...

É de facto o pior possível. Provavelmente não terá razão daqui a um ano mas despertou atenções, afinal o que interessa. Israel sempre deparou com situações dificeis. E a História nem sempre esteve a favor. Se o Hamas ganhar as eleições na Palestina, se os xiitas do Iraque se juntarem ao Irão (rejubilaram com a iminente morte de Sharon) e provocarem uma guerra entre muçulmanos, mesmo assim Israel continuará a sua viagem de longo curso para a Paz. Se estes cenários não acontecerem, então podemos ser optimistas, sob reservas

Rantas disse...

Nesse cenário catastrófico falta ainda, infelizmente, uma variável alucinante: a Síria. Depois de estabelecida a conivência síria, ao mais alto nível, no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, as coisas não andam pacíficas. E os americanos também andam de olho em cima de Damasco...