OUTRA PERSPECTIVA

Estando este repórter no barbeiro, ouviu uma discussão acerca de uma noticia do Correio da Manhã :
Uma prostituta brasileira de Bragança (?), morreu com SIDA. Tinha tido 1300 relações sexuais no último ano. Tinha grande procura pois fazia ao natural, sem preservativo.
Matutei naquilo. Não na questão da produtividade da senhora, que embaraçaria muitos Belmiros, pois descontando os fins de semana seriam despachados cerca de 5 clientes por dia, nem na forma como foram contabilizadas as ditas relações (imagino um consciente guarda-livros a assentar no caderninho as cambalhotas do dia...), nem sequer quero pensar nos cavalheiros, de certeza representando as forças vivas da região, a irem buscar o resultado do exame ao HIV...
Pensei o que pode levar uma pessoa a espalhar o vírus, como se de uma vingança se tratasse.
E, noutra perspectiva, se eu, ou tu, ou alguém, digamos, sem assumir comportamentos de risco, fosse infectado com o HIV. É possível, na barbearia, no hospital, eu sei lá, acontece.
Ninguém consegue entrar na intima solidão do sentimento de alguém a quem isso acontece. E até que ponto é que haverá gente que perversamente, nestas condições, diga : Não vou sózinho. Não sei se foi o que aconteceu à gaja de Bragança, nem me interessa, quero chegar é ao sentimento de revolta.
E desfocalizando, extrapolando a questão a outros dominios direi que há muitos revoltados de tantas revoltas.
Saúdinha

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