O MAL DO MUNDO


Mais uma vez o Obélix (Harpic chama novamente o nosso correspondentex!) disse-me algo que me pôs a matutar…

“ Toda a relação humana, excepto a amizade, é uma luta pelo Poder, inclusive o Amor”

Será?

Vamos supor que sim, que toda a relação humana, com a excepção da amizade, é uma luta pelo Poder. Se assim é, achámos a origem de todo o Mal.

Quando queremos dizer o que fazer, quando achamos que temos razão, quando fazemos tudo para saber primeiro, quando decidimos ir ou não ir, quando queremos influenciar, quando precisamos de ganhar, isto é o Poder?

Entre Cidades, entre regiões, entre clubes, entre Estados, entre Culturas, entre Religiões, tudo é luta pelo Poder?

E afinal o que nos dá esse Poder? Que relíquia é essa?

E a excepção é a amizade… Sejamos amigos então. Acabaríamos com todo o mal.

Isto é na suposição de que a frase do Obélix é verdadeira. Será?

Saúdinha

4 comentários:

manolo disse...

Este poder que escreves com letra grande, é o domínio do outro? Há uma vontade de ser mais, de ser superior aos outros, de ter poder/domínio. Concordo ser esta uma característica intrínseca do Homem. Mas tem outras. Não tendo razão, sobrepõe-se a força para conseguir o poder. Esta realidade era extrema na Antiguidade, mas hoje ter razão, tem mais força que ter força. Não posso simplificar, e achar nisto a "origem de todo o Mal", com letra grande! Afirmar que só o sentimento da amizade não é mal é algo de religioso, ou então marxista-leninista. Nas relação humanas há sempre um "grau" de amizade, uma profundidade grande ou pequena, e portanto, o mal (luta pelo poder) e o bem (amizade) estão sempre presentes. Mas é uma escala (entre "o bem" e o "mal") muito complexa e sempre surpreendente.

Anónimo disse...

O Manolo tem toda a razão.

Mas...no Amor, há a maior parte das vezes, porque as pessoas se projectam no outro.
Na verdade isso não é amor.
E é aí que está o busilis. A maior parte das pessoas, não gosta de si suficientemente para poder gostar de outros.

Alex disse...

Também concordo com o Manolo. Mas é uma questão interessante. Simplificando, seria esse o mal de todo o mundo. É contra esse mal que a Democracia nos defende. A capacidade de cedência, de consenso, a tolerância, ou seja de Liberdade de todos é a Causa que interessa defender.
Mas a excepção da amizade também é interessante. É uma visão romântica da amizade na qual me revejo. E sinto orgulho ao considerar-me um Amigo do Óbelix.
E o enfoque do Amor... Também é muito interessante. O que é o Amor não se consegue escrever num post...
Marta, obrigado pelo comentário (que não é o primeiro). É bom que alguém "outer" nos leia.
Saúdinha

Anónimo disse...

Na análise da afirmação do Obelix é preciso ter em linha de conta que o mesmo Obelix é uma pessoa profundamente religiosa (oh Manolo olha que ao chamá-lo marxista-leninista estás a entrar em terrenos perigosos!).

E, como diz o Manolo, a afirmação não pode ser retirada de um contexto religioso. Só num contexto religioso é que faz sentido falar de Bem e de Mal pois estes conceitos só deverão ser utilizados como valores absolutos, assentes em enunciações dogmáticas, e nunca como valores relativos. Se entendermos a luta pelo Poder como a tentativa de conseguir que seja a nossa matriz de valores, a nossa distinção Bem/Mal, que seja tomada como a referencia, a afirmação faz todo o sentido pois a nossa relação com os outros é sempre de alguma forma marcada por esta tentativa de influenciar. Até que ponto é que a amizade fica fora disto…. penso que compreendo o argumento: a amizade seria a única relação genuína, onde não há nada a ganhar ou a perder; vale por si mesma.

Quanto ao Amor, este não se descreve nem se explica…. Canta-se!

(eu cá chamo o Obelix, só preciso é do seu email)