NINGUÉM PÁRA A GLOBALIZAÇÃO!

Almocei há dias com o nosso ilustre correspondente Obélix, que infelizmente não nos dá o prazer da sua prosa, mas decidi pôr à discussão uma sua ideia que considero interessante.
Diz ele que a Globalização vai parar. Enquanto os países afectados por ela foram os países cuja produção tinha pouco valor acrescentado a globalização cresceu, mas quando os países que produzem os bens de grande valor acrescentado começam também a ser afectados a coisa fia mais fino. Defende o Obélix que esses países, mais ricos, quando começam a perder a concorrência, a verem as suas empresas a deslocalizarem e o aumento do desemprego, não vão ficar de braços cruzados. E aí a globalização terá os seus dias contados.
Ideia interessante.
Não sou a favor desta posição. Julgo que o comércio livre, a sã concorrência é a única forma para a riqueza crescer e as pessoas viverem melhor.
Também sei que é impossível as economias onde existe um estado social, onde os trabalhadores têm direitos e garantias não podem concorrer com países onde o trabalho é quase escravatura. Como haver comércio livre nestas condições? Baixar o nível de garantias, de benefícios sociais aos povos das democracias ocidentais? Não pode ser esse o caminho, embora nesse campo é evidente que temos que enfrentar a inevitabilidade da mudança. Mas a única resposta é subir as garantias dos povos das economias emergentes. Não se faz de repente mas a única solução é essa. A grande bandeira política deste tempo deve ser essa, a de lutar pela garantia de direitos sociais.
Até porque a globalização é imparável. Hoje no cyberespaço a mobilidade da informação, do conhecimento, das causas abrangentes, é qualquer coisa impossível de suster. Colocar barreiras, políticas proteccionistas e isolacionistas, criar fortalezas económicas, não resolve. Antes pelo contrário, criará tensões e, em última análise, a guerra.
A solução, a prazo, será uma carta dos direitos sociais em todo o mundo.
Saúdinha

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