A LUTA CONTINUA


Na sequência de um relatório da Inspecção Geral de Saúde que recomendava um sistema tecnológico para o controlo da assiduidade dos médicos nos hospitais, e respeitando uma lei de 1998, as administrações hospitalares preparam-se para introduzir um sistema de controlo da assiduidade e pontualidade dos médicos, através da impressão digital numa máquina, substituindo o sistema actual de assinatura no livro de ponto.
A reacção dos médicos não se fez esperar: um comunicado do Conselho Regional do Porto da Ordem diz que o método não é adequado ao exercício da actividade médica. E porquê? Considera que a medida reduz a actividade médica a um exercício essencialmente burocratizado, que ignora a dignidade que deve atribuir-se à profissão médic, etc, etc...
E mais, aconselha a nenhum médico iniciar um acto médico que pela sua natureza e pela possibilidade de se poder prolongar para além do horário de trabalho possam afectar a assistência médica ao paciente. E quer saber do parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados!
É infame! Querer controlar a assuididade dos médicos é um ataque furioso aos seus direitos!
Os médicos estão a ser atacados! Querem saber a que horas entram e a que horas saiem e isso, é indigno da profissão médica! É um ultraje ao seu profissionalismo! É um atentado à defesa dos seus dados pessoais. É negar uma boa assistência aos doentes! É, de facto, uma medida inacreditável!
QUEREM CONTROLAR A ASSIDUIDADE DOS MÉDICOS!!!!
Assim, este país não avança! Mas a luta continua!
Saudinha.

2 comentários:

Rantas disse...

Alex,

Se bem li o teu post, pareceu-me detectar uma certa dose de ironia. Eu não concordo com essa abordagem. Julgo mesmo mesmo que é infame esta campanha. Começa-se por controlar os horários dos médicos e depois, onde é que se acaba? Qualquer dia estão a controlar e a divulgar a pontualidade e a assiduidade dos deputados da nação! Profundamente mesquinho. Estão a abalar os alicerces da Civilização, da Democracia, da Cristandade! Páre-se enquanto é tempo!!

manolo disse...

É compreensível que quem veja os seus "direitos" ou "regalias", ou status, serem dimínuidos, se revolte e tente mantê-los. É necessário ter a visão larga para perceber o alcance das reformas, da alteração das garantias do Estado (para se poder dedicar essencialmente às necessidades); quem luta pela manutenção dos seus direitos, não pensa na responsabilidade da sociedade no seu conjunto, antes põe os seus interesses particulares à frente, mesmo que isso ponha em risco o futuro do sistema. Não lhes interessa, não querem saber, o Estado que se "desenrasque", mas não abdico do "meu". A mudança, gerada pela Globalização, significa que milhões de humanos que viveram décadas em indigência, sem segurança de qualquer espécie, começaram a melhorar o seu nível de vida. Independentemente da vontade da sociedade rica, a ocidental, que pelo contrário, nunca viveu tão bem como nos últimos 50 anos. O custo (mas também novas e inexploradas oportunidades) é evidente para quem quiser perceber: um abaixamento ligeiro do nível de vida dos ocidentais. E com o grave problema do desemprego. A solução não é fechar os olhos e gritar contra a Mudança ou Globalização. A resposta é adaptação. e, felizmente já há muitos e bons exemplos. Quanto mais depressa se perceber isto melhor.