Luisinha

Esta é a linha de sangue da nossa mãe, a Luisinha. Só linha directa, pais, avós, bisavôs e mesmo o nome de alguns trisavôs. E também a descendência, os filhos e os netos.

Ela tem um pouco de todos os ascendentes; o pai, Carlos Alberto é filho de algarvios; o avó José Soares, apaixonado por Antónia Serpa, que se prometem tão jovens, ainda em Tavira. Os bisavós paternos, não trouxeram a felicidade na infância de José, pois o trisavô João da Cruz entrega o filho aos sogros (tetravôs José e Maria das Dores que odiava o neto) quando a mulher, trisavó Palmira abandona a família por outro homem. Antónia a avó paterna, era uma das filhas dos bisavôs Jerónimo e Maria do Carmo. Jerónimo, foi filho ilegítimo (deixado na “roda” à nascença), de pai ou de mãe aristocrata de Serpa. Nunca o quis reconhecer e só na sua morte os filhos se tornaram Serpa.

A organização, bom-senso, responsabilidade e cumprimento do dever mas também a enorme tolerância e grandeza de alma são qualidades que a Luisinha adquiriu do pai Carlos Alberto, que todos consideraram um Homem exemplar.

A mãe, Maria Luísa é alentejana, como os seus pais, avô António Synarle e a avó Filipa. António, artista e espiritista reconhecido era o filho mais novo do bisavô Pedro Synarle e da bisavó Maria Saúde (em 2º casamento). Pedro era filho do trisavô Thomaz Synarle, e da trisavó Vitorina Joaquina natural de Figueiró dos Vinhos onde Thomaz assentou na ressaca das invasões francesas do principio do séc. XIX. Morreu na miséria como escreve em desespero ao filho Pedro, que só o soube depois da morte do pai.

A avó Filipa vem de famílias finas: especialmente sua mãe, a bisavó Antónia Rosa Queiroz, cujo pai , o trisavó Caetano Bonifácio Queiroz era individualidade da cultura (matemático ilustre);
Mas também o seu pai, o bisavó João Manuel da Silveira era de família respeitada de proprietários em Borba; Filipa recebeu assim esmerada educação.

Do ramo materno, Luisinha herdou a sensibilidade e a alegria, o bom-gosto e a simpatia que sempre demonstrou. Sentimos o seu espírito vivo e curioso todos os dias.

E a bordo, na viagem para o longínquo Timor, o destino juntou-a para a eternidade com João, que ficou fulminado pela sua doçura.

Luisinha transbordou o seu amor, maior que o mundo, para os seus filhos e para os seus netos.

Para a nossa queridíssima mãe uma gratidão sem fim. Dos netos, que não podiam ter melhor avó, um beijo de parabéns.
19 Outubro 2009