Um tipo na TSF, ex-top-manager do grupo Santander, dizia que a exigência de cumprir objectivos, estabelecer prémios por resultados, necessidade vital de crescimento, ano após ano, e acreditar que sim, se podia fazer milhões em pouco tempo, como o Google, foi a causa profunda da crise que assustou o mundo. Quando o banco americano declarou falência, o pânico estalou.
Dois ramos principais foram consideradas as causas profundas.
1. Foi a derrota do Capitalismo, a queda do muro do dinheiro, o Deus-dinheiro. Quando o mercado era o melhor remédio, vê-se agora a "ingerência" dos Estados na economia que deveria ser liberal. Cá, com a nossa peculiaridade, os empresários propuseram "Nos próximos anos o Estado pôe o dinheiro, a seguir, quando houver lucros, tomamos nós conta". Ou seja, a culpa da crise foi a Economia de Mercado (vulgo, capitalismo selvagem). Junta-se Globalização, Petróleo, grandes multinacionais, e está arranjado o culpado.
2. A culpa foi atribuída também à ganância, dos grandes barões da Finança, investidores, e os seus operacionais, os Bancos, e os jogos das Bolsas. E sentimos verdadeiramente os efeitos colaterais na economia. A circulação de riqueza arrefeceu, ninguém confiava nem vendia dinheiro, sem liquidez face às obrigações a que não se consegue fazer face... Crise. Ou seja, deve haver um regulador institucional, que não permita certos negócios que "prometem" altos rendimentos.
Relativamente à primeira, acredito que o combate não é contra a Economia capitalista; ao longo dos milénios o homem tem evoluído na sua riqueza (excedentes); o desenvolvimento do nível de conforto foi exponencial desde que o sistema cada vez mais aberto do Mercado, se instalou, produzindo resultados excepcionais.
Para continuar desta forma é preciso que a economia cresça. O risco de não crescer, é que os nossos vizinhos nos ultrapassem duma forma quase inimaginável. Contou-me uma alemã da ex-RDA, que teve uma surpresa quase chocante, quando entrou num supermercado ocidental e viu aquela imensa fila de marcas de yogurtes! Ela julgava que só havia uma marca.
Podemos propôr não crescer, mas isso não significa que se seja feliz. É um risco elevado. Mas se optarmos por crescer, tem que ser um sistema capitalista (genericamente falando). "Há males que vêm por bem.", lá diz o ditado. Uma sociedade baseada na exigência e no mérito, mas também no desprezo pelo esbanjamento e subornices, incompetência e desonestidade, enfim quando a sociedade achar vergonhoso ganhar demais e produzir de menos (a não ser dinheiro); isto tanto a nível de organizações e opinião pública, como a nível individual.
Eu também acho que a Crise é uma espécie de queda do Muro, do Deus-dinheiro. Os prémios alarves dos grandes gestores, ainda antes de verificado o ganho, os negócios "D. Branca", com premissas de eternas valorizações, de ganhos obscenos com actividades que produzem nada, a não ser a miragem do dinheiro fácil. Talvez esta crise deixe no intímo de muita gente esse desprezo pelo Deus-dinheiro. Nesse sentido, há males que vêm por bem.
O segundo argumento, entra também pelo primeiro. Mas sob o ponto de vista individual, a ganância é o modo de vida que se instalou nas sociedades; isto é, quando nos oferecem a possibilidade de ganhar 5 em vez de 2, optamos, gananciosamente, pelos cinco. Vivemos a crédito, com bom carro, em casas próprias, televisões e telemóveis, fins-de-semana e férias. Vai-se pagando, mas goza-se já. A culpa não é só dos magnatas que movimentam milhões todos os dias.
Os nossos avós não compravam às prestações. Poupavam.
Haverá um modo de, nesse aspecto, as sociedades actuais mudarem, serem mais como os nossos avós eram? Também acho difícil, mas Barack Omaba já apontou esta direcção, a poupança. Nunca será igual (felizmente) mas é também um sinal que o valor Deus-dinheiro baixou a sua cotação ética.
Como responder à Crise? A União Europeia foi rápida, certeira e exemplar. Nunca tal se houvera visto! Há males que vêm por bem! A mensagem foi clara: não há motivo para pânico, nós, os Estados garantimos a não-falência, baixam as taxas de juro, concertado com o resto do mundo. Desta vez o mundo velho, ao contrário do habitual, levou os americanos a reboque. E parece que o grupo do euro€, esteve protegido, que o diga a Islândia ou a Dinamarca.
O preço do petróleo a cair vertiginosamente será outro bem trazido pela crise? Não há dinheiro não se compra! Reacção dos "petroleiros" foi de capitalismo selvagem de baixo nível: "Ai é!? Baixamos a produção, petróleo aumenta!"; Não será altamente criticável, quando a crise está no seu pico?
A Mudança acelerada que vivemos, (as próximas gerações serão já pós-mudança), vê-se todos os dias e em todos os sectores. E depende acima de tudo dos cidadãos, dos individuos; claro também dos poderes, riquezas da economia e outras, conhecimento e inovação, mas...
Mas se, individualmente, não conseguirmos aproveitar e adaptar esta mudança para uma vida melhor, mais feliz, não será como Sociedade que o conseguiremos. A sociedade deve ser o resultado da vontade e esforço das pessoas.
Dois ramos principais foram consideradas as causas profundas.
1. Foi a derrota do Capitalismo, a queda do muro do dinheiro, o Deus-dinheiro. Quando o mercado era o melhor remédio, vê-se agora a "ingerência" dos Estados na economia que deveria ser liberal. Cá, com a nossa peculiaridade, os empresários propuseram "Nos próximos anos o Estado pôe o dinheiro, a seguir, quando houver lucros, tomamos nós conta". Ou seja, a culpa da crise foi a Economia de Mercado (vulgo, capitalismo selvagem). Junta-se Globalização, Petróleo, grandes multinacionais, e está arranjado o culpado.
2. A culpa foi atribuída também à ganância, dos grandes barões da Finança, investidores, e os seus operacionais, os Bancos, e os jogos das Bolsas. E sentimos verdadeiramente os efeitos colaterais na economia. A circulação de riqueza arrefeceu, ninguém confiava nem vendia dinheiro, sem liquidez face às obrigações a que não se consegue fazer face... Crise. Ou seja, deve haver um regulador institucional, que não permita certos negócios que "prometem" altos rendimentos.
Relativamente à primeira, acredito que o combate não é contra a Economia capitalista; ao longo dos milénios o homem tem evoluído na sua riqueza (excedentes); o desenvolvimento do nível de conforto foi exponencial desde que o sistema cada vez mais aberto do Mercado, se instalou, produzindo resultados excepcionais.
Para continuar desta forma é preciso que a economia cresça. O risco de não crescer, é que os nossos vizinhos nos ultrapassem duma forma quase inimaginável. Contou-me uma alemã da ex-RDA, que teve uma surpresa quase chocante, quando entrou num supermercado ocidental e viu aquela imensa fila de marcas de yogurtes! Ela julgava que só havia uma marca.
Podemos propôr não crescer, mas isso não significa que se seja feliz. É um risco elevado. Mas se optarmos por crescer, tem que ser um sistema capitalista (genericamente falando). "Há males que vêm por bem.", lá diz o ditado. Uma sociedade baseada na exigência e no mérito, mas também no desprezo pelo esbanjamento e subornices, incompetência e desonestidade, enfim quando a sociedade achar vergonhoso ganhar demais e produzir de menos (a não ser dinheiro); isto tanto a nível de organizações e opinião pública, como a nível individual.
Eu também acho que a Crise é uma espécie de queda do Muro, do Deus-dinheiro. Os prémios alarves dos grandes gestores, ainda antes de verificado o ganho, os negócios "D. Branca", com premissas de eternas valorizações, de ganhos obscenos com actividades que produzem nada, a não ser a miragem do dinheiro fácil. Talvez esta crise deixe no intímo de muita gente esse desprezo pelo Deus-dinheiro. Nesse sentido, há males que vêm por bem.
O segundo argumento, entra também pelo primeiro. Mas sob o ponto de vista individual, a ganância é o modo de vida que se instalou nas sociedades; isto é, quando nos oferecem a possibilidade de ganhar 5 em vez de 2, optamos, gananciosamente, pelos cinco. Vivemos a crédito, com bom carro, em casas próprias, televisões e telemóveis, fins-de-semana e férias. Vai-se pagando, mas goza-se já. A culpa não é só dos magnatas que movimentam milhões todos os dias.
Os nossos avós não compravam às prestações. Poupavam.
Haverá um modo de, nesse aspecto, as sociedades actuais mudarem, serem mais como os nossos avós eram? Também acho difícil, mas Barack Omaba já apontou esta direcção, a poupança. Nunca será igual (felizmente) mas é também um sinal que o valor Deus-dinheiro baixou a sua cotação ética.
Como responder à Crise? A União Europeia foi rápida, certeira e exemplar. Nunca tal se houvera visto! Há males que vêm por bem! A mensagem foi clara: não há motivo para pânico, nós, os Estados garantimos a não-falência, baixam as taxas de juro, concertado com o resto do mundo. Desta vez o mundo velho, ao contrário do habitual, levou os americanos a reboque. E parece que o grupo do euro€, esteve protegido, que o diga a Islândia ou a Dinamarca.
O preço do petróleo a cair vertiginosamente será outro bem trazido pela crise? Não há dinheiro não se compra! Reacção dos "petroleiros" foi de capitalismo selvagem de baixo nível: "Ai é!? Baixamos a produção, petróleo aumenta!"; Não será altamente criticável, quando a crise está no seu pico?
A Mudança acelerada que vivemos, (as próximas gerações serão já pós-mudança), vê-se todos os dias e em todos os sectores. E depende acima de tudo dos cidadãos, dos individuos; claro também dos poderes, riquezas da economia e outras, conhecimento e inovação, mas...
Mas se, individualmente, não conseguirmos aproveitar e adaptar esta mudança para uma vida melhor, mais feliz, não será como Sociedade que o conseguiremos. A sociedade deve ser o resultado da vontade e esforço das pessoas.
Dizia o tipo da TSF, que, o que tem medo, nesta crise é que as pessoas não possam continuar a viver tão bem. Quando lhe perguntaram, o que tinha ganho com o corte radical da sua vida profissional stressante, respondeu, após hesitação, "A alegria de viver".
Esqueci-me de dizer que sofria de ataques de pânico, embora "sem relação com o trabalho"!
post-scriptum (s)
post-scriptum (s)
Nota positiva para o deputado Manuel Alegre pelas incómodas perguntas (MST tem feito uma eloquente campanha) ao Governo pelo negócio dos contentores de Alcantâra, a esconder o Tejo, parecendo, de facto uma negociata obscura. Mas o meu elogio é para o cumprimento do seu dever. Podemos imaginar se cada um e todos também o cumprissem
Golpe de génio na abertura da Cimeira Ibero-Americana de Sócrates. Promoção excelente ao Magalhães uma grande ideia, que alguns críticos, de tão profundos, só vêm a árvore dos defeitos, esquecendo-se da imensa floresta dos benefícios das futuras gerações a navegar. É uma medida de grande alcance e apenas se poderá dizer que podia ter sido mais cedo.
Barack Obama será presidente dos USA. De vez em quando surgem politícos que fazem que os outros acreditem. a partir daí tudo pode acontecer. Obama é um balde de água fria para muitos, mas é uma esperança de optimismo para muitos mais.
Bjorn Lomborg, autor de "The Skeptical Environmentalist" e "Cool It". Para discutir se o combate à Alteração Climática se está a fazer da pior maneira possível, inclusivé protocolo de Quioto, etc. O Consenso de Copenhaga parece ter razão. Leiam.
Por leituras, refiro a monumental obra de Colleen Mccullough, O Primeiro Homem de Roma, de sete volumosos volumes que conta a história do final da República, início do Império. De Mário e Sila , até Octaviano César Augusto, passando por Pompeu e Crasso, Marco António e Cleópatra e pelo grande Caio Júlio César. Fico à espera do oitavo, mesmo sabendo que a escritora após o sexto afirmou que não continuaria, pois ficaria presa por toda a vida.