A MINHA VERGONHA


A MINHA VERGONHA

As imagens que vi num metro de Barcelona, onde um skin (?) insultou, esbofeteou e pontapeou uma emigrante (?) equatoriana causaram-me um arrepio.
Nem falo da atitude do energúmeno, pois o que foi mais arrepiante pois a total passividade dos presentes, com aquela atitude de “não é nada comigo”.

Em pleno século XXI, numa sociedade de Liberdades, Direitos e Garantias, valores constitutivos da nossa sociedade Ocidental, como é possível não reagir contra uma acção daquelas?

Será que os cidadãos estão tão insensíveis, tão certos que a Liberdade é garantida que pensam que ela é eterna? Será que o medo,. a insegurança os fazem optar por um prudente silêncio? Qual será o limite a partir do qual, alguém reage? Só quando nos toca de perto? Será que não existe solidariedade, que as alterações da sociedade estão a tornar-nos tão apáticos em relação às injustiças, desde que elas afectem apenas, os outros?

A minha grande vergonha, é que no meu íntimo, não consigo garantir que reagiria a uma cena daquelas. É a mais pura das verdades. E isto causa-me dor.
É que a passividade, quando está em jogo a Liberdade pode ter resultados catastróficos.
Saúdinha