O MUNDO É DOS INSECTOS!


Se saírmos de órbita e observarmos o planeta à distância, pensarmos no equílibrio tão fino que existe na sobrevivência da espécie humana, e lembrando-me de uma frase que o meu avô nos dizia, concluo: a espécie humana não tem futuro.
“O futuro vai ser dominado por insectos” dizia o meu avô. Se calhar tem razão, o meu querido avô.

LEI DO TABACO


Onde moro existe um café que toda a gente frequenta.
Quando, finalmente saiu a lei “anti-tabaco”, foi-lhe perguntado se o seu café seria de fumadores ou não-fumadores. Respondeu que gostaria que fosse de não-fumadores mas que não tinha hipótese…

O Governo decidiu (depois de muitos países europeus) legislar no sentido de proteger os não-fumadores. Na primeira proposta dizia-se que, além das instituições e serviços públicos , também nas empresas abertas ao público (cafés e restaurantes) até 100 m2 seria proibido fumar.

Eu concordo em absoluto com o sentido da lei. Proteger os não-fumadores, no seu direito de ser não-fumador. A melhor maneira de resolver o problema (pois também defendo o direito a ser fumador), seria o de estabelecer espaços para fumadores e espaço para não-fumadores. Como isso, para espaços pequenos impossível, houve que estabelecer um espaço (não faço ideia se os 100m2 são os adequados). E concordo que, nos espaços em que seria impossível haver segregação de espaços, o estabelecimento seria não-fumador.

Vária vozes foram contra esta solução. Perseguição aos fumadores! Ataque à Liberdade Individual (do proprietário do café, pois este deve ter liberdade de escolher se o seu estaminé é para fumadores ou não). O Governo fez-lhes a vontade. O resultado? Quase nenhum. Se havia um objectivo na lei, foi cumprido? Eu acho que não. Como se demonstra no exemplo no inicio.

É que este é um exemplo do que o bom senso não resolve (aparentemente) e o Estado vai interferir na luta entre duas liberdades. A Liberdade do fumador e a Liberdade do não-fumador. Qual ganhou?

Saúdinha

A SANTA ALIANÇA


Perante esta Santa Aliança, que se pode esperar?
A declaração de guerra que os dois fizeram a Bush é impressionante.

É que, é bom que não se esqueça, a luta pelo Poder não tem descanso.

Nesta guerra, que, na minha opinião os USA estão a cada dia que passa a perder vantagem. Há quem diga que o Império atingiu o cume e vai começar a perder Poder.

A ONU (ou deverei dizer, os Estados Unidos?), através de Tony Blair, está a jogar uma cartada no Médio Oriente. Com problemas na faixa de Gaza – o Hamas controla – ,no Líbano - a Hezbollah está latente – Israel está ameaçado… pelo Irão. Tony Blair vai tentar, ao fim de 60 anos (!) tentar a f´rmula dos Dois Estados. É uma missão quase impossível, digo eu, mas Tony Blair pode ser o gajo certo.

Além destes problemas, o Iraque continua sempre em crescendo, não se adivinhando quando estará seguro. As tropas americanas não podem aguentar muito mais, sem a Opinião Pública exigir o regresso.

Mas dizia eu, perante esta aliança, assustadora, aterradora, que declaram guerra aos USA, não tenho dúvidas em relação a qual deve ser o meu lado da guerra. Acredito que haja quem defenda uma neutralidade, eu não. Se os USA perdem Poder para esta Aliança, nós vamos perder.

Defendo é que seja possível os USA e a UE terem uma política diferente. Uma política que defenda os nossos Valores com toda a emergia possível, mas respeite os outros. Uma política para os povos.

Nesse sentido torna-se importantíssimo o nome do próximo Presidente dos USA.
Alguém tem opinião dos possíveis candidatos?

PS: Enquanto isto a China… tece a sua teia. Estou convencido de que quando a China abrir a sua boca, será para dizer: A partir de agora isto é diferente… e ditará os novos mandamentos. Mas eles têm tempo… A escala de tempo da China é diferente. Por ora, felizmente, é evidente que não se juntam a esta Santa Aliança.

Saúdinha

Arte Contemporânea? É Por Aqui.

Em jovem tive um cunhado que era um bocado passado. Nessa altura a casa da minha irmã e a vida que por lá se levava era, no mínimo, algo extravagante.

Lembro-me do culto das músicas dos Velvet Underground e quejandos, lembro-me das estantes cheias de livros estranhíssimos do Boris Vian, Kafka ou Kerouac e lembro-me das paredes cheias de serigrafias do Warhol e do Lichtenstein que eu, na minha (ainda hoje persistente) falta de cultura no campo das artes visuais, cheguei a pensar que era o meu cunhado que as fazia (ele que até tinha alguns dotes artísticos). Aquilo era de facto um banho de “Cultura Pop”.

Quando a minha irmã se separou eu perdi o contacto com este meu cunhado e de alguma forma também com esta “Cultura Pop”.

Pois agora que o nosso Comendador conseguiu incluir Lisboa na rota da arte contemporânea (onde a “Arte Pop” é certamente um dos seus movimentos mais significativos) declaro desde já o meu empenho para que o Merdex não fique fora da Rota.

(Pin Ups de Mel Ramos)

Terror Estereofónico

Como pai, até tremo só de pensar na famosa “Idade dos Porquês” por onde todas as adoráveis criancinhas passam lá por volta dos 5/6 anos.

Por mais boa vontade, abertura de espírito e consciência educativa com que me prepare para responder às primeiras perguntas, sou rapidamente consumido pelo ininterrupto encadeado de questões que se sucedem a um ritmo frenético e que utilizam uma lógica absolutamente metafísica na sua subordinação. O desespero leva-me normalmente a recorrer a manigâncias de que depois me envergonho (do tipo “vai perguntar à mama” ou “olha, os desenhos animados já começaram”).

Agora imaginem tudo isto em estéreo! Garanto que por muito menos há muito boa gente internada em hospícios.

Eleições, Para Que Vos Quero?

Na maioria das mais recentes ocasiões em que os Portugueses foram chamados a emitir a sua opinião através do voto, os resultados da abstenção tem sempre surpreendido pela negativa.

Parece-me demasiado fácil dizer que o fenómeno não é mais do que a constatação da fraca consciência cívica que é pressupostamente uma das características do povo Lusitano. Já por diversas vezes, sob o modelo adequado, os Portugueses deram mostras de que estão dispostos a participar e a manifestarem-se (neste gráfico vemos que já houve inclusive eleições em que a taxa de participação atingiu os níveis mais altos dos restantes países Europeus).

O Manolo diz num dos posts lá em baixo qualquer coisa como: os modelos políticos não estão a acompanhar a evolução das expectativas dos cidadãos. Concordo em absoluto e Portugal é certamente um dos países Europeus onde esta afirmação é mais verdadeira. Os Portugueses arrancaram para a modernidade e nos últimos anos deram saltos quantitativos e qualitativos de gigante (os programas do A.Barreto que vi, e tenho muitíssima pena de não os ter visto todos, davam bem conta disso). No entanto o modelo político não evoluiu: uma Constituição pesadíssima, um sistema partidário desorganizado, afastado dos cidadãos e quase implodido à conta das tricas dos seu barões, um sistema municipal bafiento sem capacidade para funcionar e que só serve de bebedouro para o caciquismo partidário, um parlamento que pouco parlamenta e que é pouco mais do que o camarim dos nossos políticos profissionais.

Não se revendo no modelo, os eleitores mandam-no às malvas e juntam-se todos num cantinho à espreita de alguém em quem possam confiar … chame-se ele Sebastião ou não.

Eu só espero é que quem venha, venha por bem!

Tu É Que És O Presidente Da Junta

Da mesma forma que disse que não acredito numa Europa construída à margem dos seus cidadãos, também não tenho muita fé numa cidade gerida sem a participação dos seus habitantes.

Lisboa está nesta situação. A maioria dos seus habitantes não está com muita disposição, ou pelo menos com um mínimo de entusiasmo, para ajudar a resolver os problemas da cidade. Esta é seguramente uma leitura que se pode fazer da elevada taxa de abstenção, independentemente das razoes que possamos julgar terem levado os eleitores a preferir outras paragens que não as mesas de voto.

Rock Em Stock

Esta é a musica que eu quero andar a cantarolar quando for velhinho!


(My Way, Frank Sinatra)

Era Uma Vez O Menino Zéquinha



Eu sei que estas ilações são sempre abusivas, mas neste caso não resisto: o episódio do Zéquinha é sintomático da atitude face à autoridade que se tem generalizado em Portugal. Ou seja, não se dá grande valor. E até se a pudermos estorvar, nem hesitamos! Só assim se explica que um puto de 18 anos se dê ao desplante de tirar o cartão da mão de um árbitro (não, o calor da competição não pode ser justificação!). E se as histórias do irreverente Menino Zéquinha ainda tinham alguma graça, a esta não lhe consigo achar piada nenhuma.

Julgo que, entre os povos europeus, não deve haver nenhum outro que demonstre tão grande desrespeito pela autoridade como o Português (talvez os Gregos que têm a mania que são artolas … mas mesmo assim…).

Aquele rapaz, o Arroja (que agora escreve no Portugal Contemporâneo), diz que o povo Português quando lhe é dado o Poder, através da Democracia, não sabe o que lhe há-de fazer e começa a desbaratá-lo….Será?




Oportunidades Mesmo Novas


(Alentejo, Raphael o Pensativo)

Um dos grandes desafios dos anos vindouros vai ser o aperfeiçoamento de fórmulas capazes de equilibrar a economia (entendida como a manutenção/crescimento da nossa actual qualidade de vida) com a protecção do ambiente. Este equilíbrio, que é normalmente referido como desenvolvimento sustentado, já há muito tempo que devia ser transversal à actividade politica (económica e social) e estar enraizado na actividade individual. Na realidade não o está: nem num caso nem noutro.

Salvo raras excepções, a generalidade dos Estados e das Pessoas continuam a ter comportamentos essencialmente egoístas e a chutar o problema para o vizinho do lado.

Em Portugal, então, o caso é gritante. Os sucessivos ministros do ambiente não têm sido mais do que meros figurantes a ver passar os bonecos. Não me lembro, em nenhum governo, de ver uma politica concertada, nacional, de defesa do ambiente. E é pena! Esta era uma das áreas que Portugal se deveria juntar ao grupo dos países campeões da causa. Uma área em se deveriam desenvolver boas práticas que depois pudessem originar pólos de estudo e de investigação, novas indústrias, novas tecnologias, novos empregos, … Penso que o sector privado está prontinho para começar a investir em tudo o que é desenvolvimento sustentado; bastava o Governo dar sinais claros que esta seria uma prioridade, um desígnio nacional, para que o mercado começasse a funcionar.

Outras Sugestões Para Férias


Adriana Lima e Ana Beatriz Barros, no E Deus Criou A Mulher

Sugestões Para Férias


Santorini, Grécia

Ou Há Democracia Ou Comem Todos


Ali em baixo, o Alex põe o dedo numa ferida antiga: não há Democracia sem democratas.

Dá o exemplo de Timor para conjecturar que a Democracia não é um sistema de aplicação universal, e que quando as populações não sentem um certo apelo democrático a implementação deste sistema torna-se tarefa difícil.

Depois vira-se para Portugal e aponta o dedo ao autocrático Primeiro-Ministro Sócrates (ao ponto de lhe por um nariz de porquinho), dando a entender que seria ele um dos principais culpados de uma certa falta de democracia que hoje se pressente na sociedade portuguesa.

Acho que o Alex disparou ao lado: para acertar na explicação para o tão propalado deficit democrático da sociedade portuguesa, bastava-lhe ter continuado na mesma linha de raciocínio que tinha utilizado na primeira argumentação.

Lisboa, Cidade Cosmopolita

Confesso que não vi muito da cobertura televisiva das eleições de Lisboa, mas que ri a bom rir com a jornalista da RTP a entrevistar os velhinhos de Cabeceiras de Baixo que tinham vindo em excursão para aclamar o Costa, lá isso ri!

A Beber

Gin Tónico, claro!



E aqui fica a receita para o Gin Tónico perfeito:

You need:
1. Some Collin/Highball glasses or just tall glasses for water
2. some lemons [well washed]
3. ice-cubes [a lot :-)]
4. Gin [I prefer Bombay Sapphire but if you want strong taste you can try Tangueray]
4. Some Tonic cans [I prefer Tuborg]

and now the recipe [with its secrets...]
1. Cut a lemon slice and squeeze it into the glass, to get out all its oil and juice and after this put it at the bottom of the glass
2. Full with ice cubes till the edges of the glass [i repeat: till the edges!]
3. Squeeze a half lemon above of the ice cubes. Wait for 30 secs.
4. Fill the 1/3 of the glass with Gin [how much strong do you want your cocktail?]
5. Fill the rest of glass with Tonic
6. Gently stir the mixture with the knife you have cut the lemon

Thats it!
Now you know, how to make the PERFECT Gin 'n Tonic!
Cheers! ...and please drink carefully...

Senhor Costa, Faça O Favor De Tomar Bem Conta Desta Menina!

Rock Em Stock



Aparentemente o Eric Clapton compôs esta música enquanto esperava pela sua mulher que se arranjava para irem a uma festa.

Pois aqui fica, na versão cantada pelo Ivan Lins, para que vocês se lembrem dela naquelas ocasiões em que exasperadamente esperam que a vossa mulher (ou marido!) acabe de se arranjar. E depois não se esqueçam de lhe dizer que ela (ele) “look wonderful tonight”

Todos Diferentes, Todos Iguais

Na sequência ali do post do Manolo sobre a Europa (entre outras coisas) comentei que não acredito numa Europa feita à margem dos seus cidadãos. E não acredito!

No mês passado participei num workshop em que representantes de quase todos os países europeus debateram o futuro da aviação civil na Europa. Durante uma semana fizeram-se as habituais análises de riscos e oportunidades dos vários sectores da indústria e tentou-se chegar a conclusões sobre o impacto que uma Europa mais globalizada poderá e deverá ter nesta importante indústria. No fim da semana (no “wrap up”!) o director do workshop fez questão de frisar que nas várias análises que se fizeram foi recorrentemente referida como oportunidade a colaboração entre os vários países; e nunca o facto de o céu se estender indiscriminadamente por vários países foi referido como uma ameaça ou risco. A pergunta que se impôs foi: porque não acontecem então os projectos transeuropeus mais facilmente? E a resposta foi unânime por toda a audiência: por questões puramente politicas!

Estou convicto de que existe, e se vai reforçando de dia para dia, um espírito Europeu. Os cidadãos dos estados Europeus têm consciência de um sentimento de pertença a uma certa unidade onde são partilhados muitos valores. Este sentimento tem que ser explorado e alimentado para o fortalecer. Algumas das vantagens práticas da EU são evidentes no dia-a-dia (o euro, as fronteiras). A construção da Europa deve ser feita de baixo para cima, através do aproveitamento dos vários exemplos que vão acontecendo aqui e ali, e não de cima para baixo, através dos jogos políticos dos bastidores.

É claro que não podemos exagerar. Não se podem esperar mais afinidades do que aquelas que existem naturalmente. Os diversos povos europeus estarão sempre afastados por enormes diferenças culturais (eu, por exemplo, depois de ter sido algumas vezes surpreendido, lá tive que explicar a alguns colegas meus (de diversas nacionalidades) que em Portugal os beijos entre homens estão circunscritos ao domínio dos laços familiares, e que de futuro eles se deveriam abster de, por mais festivas que sejam as ocasiões, virem todos lampeiros prontos para me pespegar com duas grandes beijocas). Esta diversidade tem que ser respeitada e qualquer tentativa de a subestimar deitará por terra qualquer projecto de união.

Eu sou um grande defensor do conceito de referendo em geral e neste caso em particular. Acho que é um instrumento importante para ouvir a opinião das pessoas e para forçar ao debate. No caso do tratado acho que seria importante referendar e obrigar a faze-lo de uma forma generalizada e simultânea em todos os países implicados. Teriam que se por cuidados especiais na pergunta a fazer (referendar os artigos do tratado seria certamente contra-produtivo) mas alguma coisa deveria ser. As consequências depois se veriam!

5* Voltem, Estão Perdoadas!



Na minha juventude também fiz as minhas aventuras no campismo. Umas mais radicais do que outras, todas elas me ensinaram que o campismo é uma excelente escola para aprender a gerir recursos: a água, os alimentos, a energia, e os próprios meios financeiros tem que ser geridos com parcimónia, de forma a evitar eventuais rupturas que nos obriguem a regressos antecipados.

Motivado por esta convicção decidi levar os meus filhos numa aventura campista. Parti durante uma semana numa auto-caravana e lá nos andámos a passear por terras de Franca.

Para a miudagem foi super divertido e julgo que os tais ensinamentos foram de alguma forma transmitidos. Para mim… confesso que já não tenho vida para aquilo!

LISBOA, A CIDADE-FANTASMA

Domingo temos uma eleição muito importante. A eleições intercalares tem importância Nacional.
Com um clima cada vez pior, Sócrates pode, com uma grande derrota de A.Costa ou com grande vitória de Roseta (a seguir a Alegre tê-lo feito passar vergonha), ver o PS a esvair-se para os “movimentos”, Marques Mendes pode, com derrota humilhante de Negrão, perceber que o PSD está dividido entre si e “os outros todos”, Paulo Portas pode ganhar posição com um vereador eleito e começar a puxar para si a “liderança da oposição”.

E é urgente “pôr a Câmara a trabalhar”. Lisboa está um nojo! Não há transportes decentes, está suja, não há locais para andar, para disfrutar um simples passeio…falta cultura, falta património, falta o centro histórico.
E tem 30000 funcionários (ou lá o que é!). Há o dobro de funcionários por capita do que cidades como Madrid e Barcelona, têm a maior taxa de faltas ao serviço da Europa, acessores, consultores, administradores, acessores de administradores, relações públicas, motoristas, seguranças, filhos, cunhados, sobrinha da vizinha, namorado “daquela do café…

E deve a toda a gente! E há IMENSOS projectos imobiliários…

E o MAIOR problema: ninguém vive em Lisboa! É uma cidade-fantasma, durante a noite! Estou-me a referir ao Centro. A Lisboa. Não aos bairros dormitórios. Porque é inexorável, o movimento da população lisboeta.

Temos uma cidade deslumbrante, com um Estuário raro no mundo. A zona ribeirinha é fundamental para a nossa qualidade de vida. A mobilidade, os transportes, rápidos e confortáveis e…ao preço justo (gostei da Roseta pôr em causa o monopólio da Carris), a reabilitação de todo o centro, a criação de espaços públicos, espaços de cidade, cultura, espectáculos, enfim, actividade humana…

Lisboa está grave! As eleições são o momento em que a voz do Soberano se faz ouvir. Vamos ouvi-la no Domingo.

Estive uma semana em Espanha em Junho e houve uma coisa que me impressionou: cheguei num sábado, fim-de-semana. Na segunda feira, acordei no quarto de hotel com o som de martelos pneumáticos! Quando me dirigia para a praia, assistia, boquiaberto à actividade daquela terra, completamente vazia na época. Camiões a lavar as estradas, máquinas a reparar os buracos das ruas, ao pé de uma rotunda pintavam qualquer coisa, e absolutamente de admiração era o som: apenas se ouvia o som do trabalho. Quando cheguei à praia, um tractor a toda a velocidade, arrastava o lixo da praia. Fiquei deveras impressionado. É um serviço diário, não é como cá, quando o “mal” se torna insuportável…
Onde moro há 6 anos há uma “estrada” que tem um cartaz que diz: Piso em mau estado. Conduza com prudência! E pronto! Há seis anos! O cartaz lá continua… O piso está em mau estado, não há nada a fazer... É sintomático de tanta coisa…

Em relação aos candidatos, e sabendo que os resultados das eleições podem alterar tudo o que disser, é o meu prognóstico:
António Costa vence sem 9 vereadores. Fez uma campanha séria, quando quase todos o quiseram tirar do sério. Tem, parece-me uma boa equipa. Esperemos que tenha sorte. Depois Carmona com 3 vereadores. É uma grande vitória pessoal. Foi contra a vontade de quem o pôs lá e julgo que foi mais produto de muitas coisas que não a sua vontade. Gostei de o ouvir, emocionado: “-Esta não foi a alegria que eu vi a seguir ao 25 de Abril, esta não é a Democracia que eu sonhei…” Seria, ao mesmo tempo uma derrota dura para Marques Mendes. Roseta com 2 vereadores e Negrão também com 2 tem uma leitura oposta: Roseta é uma vitória, pois contra o partido do governo, chega para haver governabilidade e portanto pode ter um papel importante, Negrão tem uma derrota imensa, concorrendo pelo partido vencedor nas duas últimas eleições ficava logo encostado. Marques Mendes não aguentaria as convulsões no PSD e sairia. Quem poderia vir?
Telmo Correia, era vereador e anuncia o regresso de Paulo Portas ao palco principal, e Sá Fernandes o último eleito, uma merecida vitória. A CDU ficava com 0. A verdadeira Revolução estalava no PCP!
Os que achei mais intragável: PNR e o Pinto Coelho e o inenarrável Gonçalo da Câmara Pereira (a propósito disto tenho na minha lista, um post sobre o estado da causa monárquica).

O interessante é que ao PS, bastava um vereador para poder governar. Como agiria António Costa?

Saúdinha

NÃO HÁ DEMOCRACIA SEM DEMOCRATAS!




Isto é uma evidência, mas parece-me que há gente que se esquece desta coisa óbvia: se as pessoas não são democratas, não pode haver Democracia.

Lembrei-me disto a propósito das eleições em Timor. A Fretilin foi o partido mais votado, mas os partidos perdedores coligaram-se imediatamente para obter uma maioria contra a Fretilin.
As palavras de Xanana foram sublimes:




“ O Povo mostrou com o seu voto a sua vontade de governarmos contra a Fretilin…”
Certeiro! Preciso!




Demonstrativo de como não se pode pensar em Democracia Global sem preencher a condição sine qua non: para haver Democracia são necessários democratas. E isto leva-nos ao que se passa no Iraque, Palestina, África, etc, etc.

A Democracia não é um sistema exportável. A Democracia tem que partir do sentimento democrata de cada um.

E, dado o clima nauseabundo que se vive entre nós, de controleirismo partidário, começo a duvidar da sinceridade do nosso 1º ministro. É que cada vez mais se parece mais com um Autocrata…

Pode ser que não esteja a ver bem…

Saúdinha

FELICIDADE É...


O primeiro dia de férias!


Pensamos no tempo que temos. Na praia, nos livros, nos filmes, nos petiscos, nos jogos, nas conversas, nas sestas e no resto...


Não vemos o fim, temos todo o tempo. É a felicidade!


Saúdinha e... Boas férias

Cheira a Lisboa

Sou lisboeta, mas não vivo na cidade. Não voto nas eleições na Câmara. Pelo que vi e ouvi, acho melhor para a cidade que ganhasse a Helena Roseta. Mas a esperada vitória de António Costa é também melhor que qualquer outra à excepção da experimentada arquitecta, agora independente. Para além de me parecer bem preparada tecnicamente (em comparação com os conhecimentos dos "dossiers", o Fernando Negrão foi hilariante), a sua proposta é o trabalho em conjunto, sério, para dois anos. Não querer fazer "grandes obras e transformações", mas promover as pequenas acções, possíveis e, no fundo, fazer renascer uma cidade que pode e deve ser uma boa cidade para viver e visitar. Carmona parece que ficará em segundo, e estará disposto a trabalhar com Costa e Roseta. Negrão será oposição. O Sá Fernandes, que é uma mais-valia para a população de Lisboa, pode participar constructivamente neste governo da cidade. O do PCP será oposição moderada.
As cidades europeias, não só as grandes, têm uma vida, uma animação, motivos de interesse, e parecem ser (que admiração), pensadas para usofruto das pessoas. Especialmente aos fins-de-semana, obviamente, pois é quando todos estamos disponíveis e com vontade para "a vida" os "motivos de interesse" e queremos "usufruir".
Em Lisboa, toda a Baixa, Chiado, Rossio, Praça da Figueira, Largo Camões, etc, estão "fechados para week-end". As lojas, restaurantes, não há residentes (no Rossio, actualmente há um ;1 residente), tudo está às moscas. Isto é o mal. O diagnóstico. A solução também é partilhada por todos: trazer habitantes, classe média sobretudo, tirar trânsito, resolver estacionamento, integrar o Tejo na cidade, etc.
Serão capazes?

Kosovo, a Europa e outras coisas

Brevemente, a ONU fará a sua declaração sobre a independência do Kosovo. A vontade de uma pequena “etnia” tem hoje poder. A Sérvia, suportada pela Rússia não admite que o seu território seja cortado de uma “fatia” que é a raiz da sua própria nacionalidade. As minorias sérvios isoladas no Kosovo, rodeados de kosovares-albaneses passará a ser problema da União Europeia, cuja força de paz substituirá a da Nato, mandatada pela ONU.

Não sei qual será a decisão. Tenho alguma simpatia pelos independentistas mas sei, também que quase não há Estados-países que tenham uma população homogénea. É um bico-de-obra. Guerras continuam a existir. A injustiça e o erro fazem parte da humanidade. Por isso, há decisões difíceis.

Só um sistema tipo ONU mesmo no seu design pós 2ª guerra, lidando com os interesses dos Estados e das multinacionais e também das ONG, dos Media, da opinião transnacional é que pode decidir numa matéria destas.

Hoje o poder não são só, os Estados. Estamos simultaneamente a aprofundar as individualidades (produtos por medida, empresas unipessoais) a terminar com a massificação (das 9H às 5, escolas) com a comunicação global (Internet). Os sistemas políticos dificilmente acompanham a realidade, mas o essencial é determinar mecanismos de, por exemplo evitar que a duração do poder seja “eterno”.

Mas a Sérvia terá que aceitar, se a decisão da ONU for contrária à sua vontade, ficar sem a sua “identidade”, o Kosovo?

Aqui defendo eu a minha dama; aceitar e respeitar uma decisão, mesmo contrária aos nossos interesses, desde que seja obtida legitimamente, é tão difícil e improvável que verdadeiramente damos razão às minorias ou maiorias injustiçadas por essas más decisões. Engolir erros de outros não tem valor. Mas assim seria se as coisas corressem bem, e não correm. Por isso sempre houve guerras e revoluções. Para corrigir, sempre acreditaram os revolucionários, normalmente puros e idealistas de coragem, para melhorar, sonharam o mundo sem injustiça, onde todos viveriam em paz e sem necessidades.


É claro que a teia que a Humanidade vai tecendo, é nesse sentido. Aprender com o erro, ter o hábito de ter opinião, ser exigente, é um modo de vida que vai seleccionando, tanto as ideias, como aqueles que têm iniciativa, para resolver problemas, e é aquele que vinga hoje no Planeta, que detém o poder, e ainda bem. Os Estados Unidos em todos os aspectos e indiscutível no poder militar e o Ocidente são a parte maior do poder, mesmo na ONU e nas ONG. Aquilo a que chamam as Democracias liberais.

Claro que se o Ocidente perder o poder haverá sempre alguém para o agarrar. O que desejo (será realizável) é que defenda também a tolerância (que nem sempre é defendida no Ocidente) além dos aspectos mencionados, da liberdade de expressão, do mérito recompensado, e do poder rotativo.

A China e a Índia (vizinhas e desconfiadas) cada uma com inúmeros problemas, ganham, sem dúvida, poder. Nacionalismos e fundamentalismos, vários barris de pólvora aguardam faíscas. A União Europeia, de que Portugal faz parte, tem voz própria e quero que a mantenha. Para isso é necessário aprofundar a União, dizem os peritos (e eu acredito). Mesmo contra a vontade do povo? Só com referendo? Há países que são, a muitos títulos exemplares, como a Holanda, que não subscreve nenhuma espécie de “Novo” Tratado se houver necessidade “política” de referendo; assim mais uma vez, esta necessidade de negociar, de aceitar a “perda”, (pois a soberania vem da “vontade do povo”), ou rejeitar e “retroceder” pondo em risco a voz da Europa com os outros “actores”? Portanto, se tiver que ser sem referendo que seja sem referendo.

O MAL DO MUNDO


Mais uma vez o Obélix (Harpic chama novamente o nosso correspondentex!) disse-me algo que me pôs a matutar…

“ Toda a relação humana, excepto a amizade, é uma luta pelo Poder, inclusive o Amor”

Será?

Vamos supor que sim, que toda a relação humana, com a excepção da amizade, é uma luta pelo Poder. Se assim é, achámos a origem de todo o Mal.

Quando queremos dizer o que fazer, quando achamos que temos razão, quando fazemos tudo para saber primeiro, quando decidimos ir ou não ir, quando queremos influenciar, quando precisamos de ganhar, isto é o Poder?

Entre Cidades, entre regiões, entre clubes, entre Estados, entre Culturas, entre Religiões, tudo é luta pelo Poder?

E afinal o que nos dá esse Poder? Que relíquia é essa?

E a excepção é a amizade… Sejamos amigos então. Acabaríamos com todo o mal.

Isto é na suposição de que a frase do Obélix é verdadeira. Será?

Saúdinha

PINTO TEIXEIRA VERSUS JARDIM GONÇALVES


Hoje o Poder Económico dirige muito dos destinos dos cidadãos.
Em Portugal o maior grupo económico é o Millennium bcp.
Depois da famosa Assembleia Geral para alteração dos Estatutos, em que não chegou a haver votação, Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves preparam munições para a próxima.
Fala-se nos media que 7 accionistas importantes querem “fazer a folha” a Jardim Gonçalves. Saiu na imprensa que JG quer destituir PTP.

O que se passa? Falou-se na entrada da Sonangol no BCP, fala-se de desblindagem do banco… Quais são as estratégias? O que querem cada um dos oponentes? O que isso pode influenciar as nossas vidas?

Alguém pode elucidar?

Saúdinha

E Porque Já Eram Muitos Posts Sem Fotografia



tirado do E Deus Criou A Mulher

Coisas Que Não Se Devem Fazer (2)

Cobiçar a mulher do colega.

Mesmo quando esta é uma Ucraniana podre-de-boa e linda-de-morrer e que ainda por cima responde ao nome de Victoria!

Nota Final

Pronto, confesso, hoje acordei um bocadinho mal dispostinho. Isto passa (ou não…)!

Tou Farto (10)

Estou farto de escrever posts Tou Farto.

Tou Farto (9)

Estou farto da cunhazinha, do favorzinho, do telefonemazinho e outros tantos zinhos que vão alimentando a nossa corrupçãozinha e que favorecem a mediocridadezinha.

Tou Farto (8)

Estou farto de cidades sujas, poluídas, desordenadas e que deixam ofuscar o seu património, as suas belezas e os seus encantos no meio de tanta barafunda.

Tou Farto (7)

Estou farto de intelectuais e pseudo-intelectuais com discursos herméticos, que do alto da sua erudição debocham da cultura popular (como se não fosse esta a verdadeira essência de uma Nação) e preferem funcionar em circuitos fechados a trocar piadas que só eles percebem.

Tou Farto (6)

Estou farto do tuga chico-esperto, inculto, estúpido, que vai passear de fato-de-treino ao Domingo para o ‘shopping’, que trata mal a mulher o os cabrões dos putos, que vive para encontrar maneiras de vigarizar os outros (principalmente o Estado) mas que ao mesmo tempo queixa-se permanentemente de que é uma vítima do sistema e diz frases idiotas como “agora que já me comeram a carne tem que me roer os ossos”.

Tou Farto (5)

Estou farto do novo-riquismo da classe média portuguesa, acomodada na sua confortável burguesia e a olhar com desdém para o resto do país que, coitadinhos, não os conseguiram acompanhar no seu bem-dito sucesso.

Tou Farto (4)

Estou farto da visão economicista da sociedade portuguesa onde tudo se resume a PIB’s, balanços, receitas, despesas, …quanto ganhas, quanto gastas, quanto compras, quanto tens, quanto gostarias de ter, …. onde as artes, as letras, a tradição, a história, a filosofia, … são considerados como meros acessórios.

Tou Farto (3)

Estou farto da mentalidadezinha mesquinha e pobrezinha que confunde o maldizer com a crítica e o cumprimento com a bajulação. Que acha que o entusiasmo é boçal e defende o culto do pessimismo. Que tão depressa aclama o vulgar como menospreza o que sobressai. Que tem inveja do sucesso dos outros mas que vive em função deles. Que confunde estrangeiradas com estrangeirismos.

Tou Farto (2)

Estou farto dos treinadores de bancada que emitem bitatos sobre tudo e sobre todos, com a eloquência de quem domina os assuntos (Portugal deve ser o único país onde se discutem OPA’s e relatórios da OCDE às mesas do café).

Tou Farto (1)

Estou farto da política à portuguesa, feita de tricas, intrigas e jogos de interesses, onde só se discutem miudezas e não se debatem as ideias. Onde nem os governos nem as oposições parecem ter uma ideia concreta do que querem para o país, limitando-se a navegar a popa e ir reagindo ao sabor acontecimentos.