Gente Que Gosto de Ler e Ouvir

Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares, João Carlos Espada, Medina Carreira, António Barreto

Modernices!



Ontem foi dia de team-building aqui na Repartição. Lá fomos todos no autocarro a cantar o “O Meu Chapéu Tem Três Bicos” até chegarmos ao destino onde nos esperavam as “divertidas” aventuras relacionadas com o tema Índios…

Haverá limite para as figuras tristes que se conseguem fazer quando se entra no estado de agora-que-estamos-fora-do-escritório-temos-todos-que-ter-um-
comportamento-histérico-e-destrambelhado-e-que-se-torna-
ainda-mais-disparatado-depois-de-emborcar-
uma-garrafa-de-tintol?

Ainda se fosse como nos países nórdicos onde estas festas das empresas têm fama de acabar sempre num ganda deboche….

Coisas Que Não Se Devem Fazer (1)

Chamar filho-da-puta e cabrão-de-merda ao Senhor que de repente atravessa o carro à nossa frente e quase nos faz ter um acidente.

Principalmente quando no banco de trás do nosso carro vão três criançinhas adoráveis que tem a tendência para repetir aquilo que nós dizemos!

O Rock Em Stock

Se é verdade que a nossa personalidade se forma nos primeiros anos da nossa vida, também é verdade que a forma como vamos lidando com o resto do mundo vai sendo moldado por uma constante acumulação de experiências cognitivas, emotivas e sensoriais.

No meu caso, e no campo das experiências sensoriais, a música funciona como um género de marcos de referência através dos quais construo jogos de associacao, ou seja, de cada vez que ouço determinadas músicas lembro-me de determinados eventos.

Isto a propósito desta música, que cada vez que a ouço me transporta para umas inesqueciveis férias por terras das Beiras. Férias cheias de episódios e de experiências, onde esta música fazia parte do reportório de uma cassete que tocava em loop num velhinho leitor.


(Tuesday's Gone - Lynard Skynard)

Se é verdade que nós somos o resultado das nossas experiencias, naquilo que eu sou hoje estará certamente presente esta música.

Além, claro, de ser uma das melhores musicas de Rock de todos os tempos.

Lá Vou Eu Falar do Novo Aeroporto Outra Vez

1. Em média o tráfego aéreo duplica em cada 20 anos. Isto quer dizer que aos 10 milhões de voos de 2006 vão corresponder cerca de 20 milhões lá para 2025. É óbvio que precisamos de mais aeroportos! (claro que podemos não acreditar nas previsões. Eu também normalmente não me fio nas previsões meteorológicas, mas o pior que me pode acontecer é apanhar uma molha)

2. Neste primeiro semestre de 2007 o grupo das companhias low-cost e os business-jets foram responsáveis pela totalidade do aumento de tráfego aéreo registado (cerca de 5%). Estas estatísticas vêm confirmar uma tendência já verificada nos dois últimos anos e tudo leva a crer que assim continue nos próximos anos até que estes dois sectores juntos detenham cerca de 40% do total do tráfego aéreo (estas previsões não levam ainda em linha de conta o novo fenómeno dos Very Light Jets que, apesar de não ser por enquanto quantificável na Europa, espera-se que se venha a impor como o novo grande motor do crescimento do tráfego aéreo).

3. Os próximos dois/três anos vão ser decisivos na definição dos novos standards da indústria da aviação e na redefinição dos espaços aéreos dos países da União Europeia (no caso de Portugal, por exemplo, é praticamente inevitável uma fusão dos espaços aéreos Português e Espanhol).

4. Na minha opinião não existe nenhuma razão para que Portugal não possa pensar que consegue implementar uma plataforma logística (de passageiros e mercadorias) que se consiga impor como uma das portas de entrada dos fluxos transatlânticos. Agora, mesmo sem ser especialista, não me é muito difícil perceber que querer fazer concorrência a aeroportos como Madrid, Londres ou Frankfurt utilizando o mesmo modelo do que o deles não é propriamente uma estratégia muito acertada.

Estes pontos são apenas considerações minhas que me levantam algumas duvidas sobre se os nossos decisores tem uma ideia clara do modelo de negócio que estará subjacente à construção de um novo aeroporto! É que se nao tem seria melhor deixar esses investimentos para quem tenha.

E só mais uma, porque se não desabafo, rebento: então mas a escolha da Ota para o novo aeroporto de Lisboa não estava integrada num planeamento estratégico de ordenamento do território e no desenvolvimento de uma estrutura intermodal da rede de transportes nacional? Então não há uma Ideia de desenvolvimento onde esta escolha estivesse bem fundamentada? Então e se havia tudo isto lá porque aparece agora um grupo de maduros com um estudo feito em 6 meses (que naturalmente nunca poderá levar em linha de conta as estratégias do governo para o desenvolvimento do pais) manda-se tudo às malvas? Então e se não havia nada disso, ninguém contesta o facto de o ministro nos ter tentado enganar? Então e o senhor ainda é ministro? Olhem, para mim, estes, jamé!

A NOVA CLASSE EXPLORADORA


Cresci com a ideia dos senhores de cartola alta a quem chamavam capitalistas que eram os exploradores da classe oprimida e que impediam o povo de viver feliz. Coisas do seu tempo…
Lembrei-me disto quando vi esta imagem e penso que hoje, passados 30 anos a classe exploradora mudou.
Existe um sentimento comum contra a classe politica, que têm rendimentos, mordomias, privilégios, reforma depois de 12 anos de serviço, subsídios de reintegração quando saem do parlamento, etc, etc. Os gestores das grandes empresas de capitais públicos com ordenados absolutamente obscenos, que recebem chorudas indemnizações quando perdem o lugar, os administradores dos Institutos Públicos, dos Organismos, das Direccções Regionais, das Empresas Municipais, os milhares de assessores de toda a sorte, os Autarcas, etc, etc. Todas as classes profissionais do Estado, desde Juízes, Médicos, Professores, etc, etc. Todos os que têm um lugar, um cargo, no aparelho do Estado, muitas vezes por serem do partido certo ou pelas amizades. Aqueles que acumulam pensões do Estado, dão pareceres, etc, etc.
Não condeno essas pessoas. São, com certeza, competentes, trabalhadores e eficazes. E todos queremos o melhor da vida. Repito: não condeno as pessoas. Condeno toda a organização da nossa sociedade que permitiu chegar a isto.

Digamos que hoje em Portugal há dois tipos de pessoas: os que vivem dentro do Estado e os outros. É a nova classe exploradora.

Saúdinha

Há Lá Melhor Maneira de Começar o Dia.

Adicionei à barra dos links o fascinante E Deus Criou A Mulher

Coisas Que Realmente Precisam de Ser Reformadas



Não conheço as propostas que se discutem sobre as alterações ao sistema eleitoral. Não domino os conceitos e os algoritmos que estão subjacentes aos diversos métodos que poderiam ser aplicados.

Mas sei que o actual quadro da AR não cumpre os requisitos. Os eleitores não sabem quem elegem e os eleitos não sentem a obrigação de defender quem os elegeu (e mesmo que quisessem os espartilhos partidários também não os deixavam). O dia-a-dia do Parlamento não serve para nada (no outro dia levei a minha filha a visitar a AR e depois fomos ver um bocadinho da sessão parlamentar: sem comentários).

Concordo com o Alex. Também a mim, e apesar das críticas mais comuns, parece-me que os círculos uninominais seriam um contributo para a correcção de alguns dos problemas. Claro que teria de se acautelar a proporcionalidade e a representatividade, introduzindo as necessárias variantes ou correcções, mas no geral acho que seria um sistema mais humano. Além de dar aos independentes possibilidades reais de serem eleitos.

Por Detrás de Um Grande Deputado ....



O artigo no Expresso sobre o “lobbying” mostra bem como é encarado o sistema de declaração de interesses e a ética dos Deputados da Nação; ou seja, à Portuguesa.

Para eles basta-lhes que o seu comportamento não possa ser posto em causa ao abrigo da Lei. Para eles a Ética da Republica é a Lei. Para eles não existe nenhuma Lei moral à luz da qual possam ser julgadas as suas artimanhas que, inclusive, podem prejudicar aqueles que os escolheram para estarem onde estão.

Eles não têm nenhum pejo moral em prejudicar os interesses do povo que os elegeu. Desde que cumpram a Lei…

Plano Individual de Leitura


Passei grande parte de minha meninice a ler quantidades alarves de Patinhas. Um dia lá me decidi a ler um livro sem bonecos, e da estante de minha casa escolhi o mais grosso que por lá andava: saiu-me o Prémio, do Irving Wallace.

Este pequeno acto e o fascínio daquela primeira experiência deu inicio a uma grande aventura. A partir daí os restantes livros da estante começaram a ser lidos avidamente e trocados com os dos amigos, com quem depois se comentavam personagens e histórias: as aventuras do Papillon ou as guerras do Larteguy (que quase me levaram a alistar na Legião Estrangeira!), os épicos do Leon Uris ou os três volumes dos Ventos de Guerra (que circularam pela rapaziada num complexo exercício de logística para que se conseguisse assegurar as precedências), as malandrices do Henry Miller ou clássicos como os Thibault ou O Fio da Navalha, as incursões mais filosóficas do Orwell, Huxley e Kundera ou as lindíssimas histórias do Gabriel Garcia Marquez. Na escola liam-se os Portugueses Eça, Camilo, Júlio Diniz …

E assim, através dos livros, se foi formando a minha visão do mundo.

É fundamental que os jovens leiam. Mas, o gosto pela leitura tem que ser um acto voluntário, não se pode impingir ou decretar. Não me lembro que o meu pai me tenha alguma vez tentado impingir alguma leitura (era a maneira mais certa para que eu nem sequer pensasse em pegar nela). Já cheguei a ver algures a ideia peregrina de que se fecharmos uma criança num quarto só com um livro ela acabará por lê-lo; por mais figurativa que esta ideia possa ser, nao creio que seja por aqui.

Entao como é? Eu cá nao sei!

Às Barricadas!



O Rantas continua a sua carga contra o Merdex. Depois de Revolucionários, agora somos Subversivos.

Desta vez chegou ao ponto da achincalhação, com graçolas fáceis sobre as idades dos escribas deste arauto da Liberdade.

Fica sabendo, oh Reaccionário, que as tuas investidas só fortalecem ainda mais a nossa férrea vontade de continuar a luta por uma sociedade mais justa!

O DILEMA DE DONA JÚLIA

D. Júlia é uma senhora muito bem, viúva e bem de vida que mora no centro de Lisboa.
É PSDista ferranha.
Em tempo de campanha coloca o arraial laranja na sua varanda, 6 bandeiras nos mastros, vem para a rua distribuir panfletos toda enfeitada de chapéus, lenços, aventais e que tais.
Já privou com os grandes do Partido. É fã do Pedro, mas conhece bem José Manuel e até esteve com Cavaco.
Esteve empenhadíssima na campanha de Carmona e chegou mesmo a enfrentar o pedante Carrilho.

Hoje em dia anda com grande dilema: vai votar em quem? No seu Carmona, naquele rapaz, que é sobrinho-neto do Marechal, tão correcto e que andam agora a tramá-lo com aquelas complicações… ou no Fernando Negrão que não lhe diz nada, mas que o partido apoia…Não pode votar nos dois…

Ó Dona Júlia não hesite… Vote naquele que realmente quer! Tem que ser assim. Temos que votar nos que cremos, naqueles que queremos, vamos acabar com os agrilhoamentos dos partidos.

Votem nos vossos candidatos, não nos partidos! Seria, na minha opinião, um progresso na nossa Democracia, que os partidos do poder não obtivessem bons resultados. Depois do que aconteceu entre Soares e Alegre era mais um passo no sentido de se deixar de discutir política como se de Benfica-Sporting se tratasse.

Saúdinha

Há Coisas que Realmente Irritam

Como todos, também eu já tive as minhas experiências de contactos com a Administração Pública. No entanto não há momentos que me irritem mais do que quando tenho que ir ao Consulado/Embaixada.

O público é essencialmente composto por emigrantes, visivelmente intimidados pelo facto de irem ter de lidar com os serviços da Republica mas ao mesmo tempo entusiasmados por estarem a confirmar os laços que os une ao país que é o seu. Em troca da timidez com que se dirigem ao balcão recebem uma iluminada soberba dos pedantes funcionários, exemplos máximos do nosso provincianismo bacoco, que nem sequer se dão ao trabalho de disfarçar o enfado com que explicam os “simplíssimos” processos da burocracia do nosso Estado. Dali nem um pouco de complacência para com o facto de alguns dos utentes nem dominarem completamente o Português, além de estarem habituados a lidar diariamente com uma outra administração onde os processos são naturalmente diferentes.

Por outro lado, se eu chegar vestidinho com o meu Armani cinzento, falar com palavras que eles não percebem e os olhar de cima para baixo, tratam-me logo por Doutor e se for preciso ainda me vão buscar o cafezinho.

Benditos representantes da Nação!

Eu Também Preciso de Um Assessor de Imagem




Hoje em dia não há entrevista em que não seja perguntado se, em pequeno, o entrevistado andou por ai a fumar charros.

Esta tendência tem-me deixado preocupado. Será que quando eu me tornar numa figura pública e me perguntarem, eu deva admitir que quando era chavalito andei a “tocar às campainhas e fugir”?

I cleave to no system. I am a true seeker.



Ali, num comentário lá mais para baixo, o Rantas aponta o dedo ao Merdex e alcunha-nos de “revolucionários”.

Não nos intimidas!

É importante lembrar que o Merdex nasceu da mais pura tradição anarquista (que aliás está na base do seu mote) e que sempre teve na sua linha editorial a irreverência dos inconformados.

É claro que hoje os seus fundadores aburguesaram-se (os outros, porque eu não….só engordei um ‘bocadinho’) e perderam algum do fulgor de então. Mas, no fundo, no fundo ainda guardam restinhos dos ideais que então os motivavam.

Post de Circunstância

O tempo está melhorzinho, está sim Senhor!

Tempo de Antena



Ontem vi o debate dos candidatos à CML na SIC Noticias. Reforcei a minha convicção: Voto Roseta.

O Costa é mais do mesmo, o Carmona é mesmo o mesmo, o Negrão é demasiado escuro (não consegui ali ver nada) e nenhum dos outros (o Zé, o Telmo ou o Ruben) conseguiu sobressair.


PS: Continuo fascinado pelos olhos tristes da Ana Lourenço.

História do Séc XXI

1. Os Três Pólos da Terceira Era: Transportes/Comunicações, Comércio e Conhecimento

Depois de um período de acesa discussão sobre a construção de um novo aeroporto, o então Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, é demitido e substituído por Zé dos Plásticos. Este novo ministro revolucionou completamente o então Governo de José Sócrates e lançou as fundações da Terceira Era de Portugal, periodo que marcou a segunda metade do séc XXI.

Aproveitando a discussão sobre a localização do novo aeroporto, o Ministro Zé dos Plásticos lançou um vasto estudo de onde saiu uma reformulação completa do sistema de transportes e comunicações de Portugal. Este novo sistema, essencialmente marcado por uma forte intermodalizacao, em conjunto com uma mudança na orientação da economia nacional, reforçando a importância do comércio e dos serviços a ele associados e das industrias de grande valor acrescentado, tornou Portugal numa das grandes plataformas comerciais do mundo e criou as condições para que a industria portuguesa dos transportes se afirmasse como uma das mais importantes em termos mundiais. Ambos os factores permitiram ultrapassar o período de relativa estagnação económica e alicerçar a competitividade da economia portuguesa. Portugal conseguiu assim aproveitar da melhor maneira os efeitos da globalização.

Na base desta Terceira Era estiveram também profundas alterações politicas que criaram o necessário enquadramento para a retoma económica: a restauração da monarquia constitucional foi decisiva para uma nova coesão social que permitiu a definição de novos desígnios nacionais; a alteração do sistema político para um sistema fortemente descentralizado e baseado na responsabilização das autoridades locais multiplicou a implementação de soluções originais para os problemas mais comuns; uma nova Constituição livrou-se de conceitos anacrónicos e adaptou-se aos novos, lançando as bases de uma nova modernidade.

O terceiro factor decisivo da Terceira Era foi a reforma do ensino. Depois de três décadas de permanentes reformas, o sistema de ensino nacional livra-se definitivamente do cunho revolucionário e liberaliza-se e descentraliza-se. Estes dois factores permitiram o surgimento de inúmeras iniciativas locais de grande sucesso que conseguiram aliciar e solidificar importantes pólos de conhecimento que, no seu conjunto, deram a Portugal a necessária massa cinzenta para as restantes reformas e criaram ainda uma florescente indústria do conhecimento e um importante centro de excelência a nível mundial.

(continua…)

Cry Freedom



A Liberdade é um valor Natural. Não é necessário nenhuma formalização para a consagrar, e não há forma de a revogar. Nascemos como homens livres; morremos como homens livres.

Aceito que haja períodos durante a nossa vida em que, por vontade própria ou por força de coerções externas, possamos ter a nossa Liberdade mais ou menos condicionada.

No entanto, estes períodos ou episódios em que, parcial ou totalmente, nos vemos privados da nossa Liberdade servem apenas para reforçar ainda mais o seu valor.

A luta pela nossa Liberdade deve estar firmemente presente no nosso dia-a-dia.

Devemos ensinar isto aos nossos filhos! *



*Não me responsabilizo por eventuais levantamentos populares infantis.

Post de Circunstância

O tempo está uma Merda!

Este gajo é de Olhao e mora na Boa Vista

Ontem no Debate da Nacao (RTP1) ouvi o Rosas defender qualquer coisa como "com a gestao privada da ANA correriamos o risco de que os aeroportos nacionais nao tivessem taxas competitivas."

Oh Rosas está bem visto! É evidente que esses malandrecos fariam de tudo para que nem um teco-teco cá quisesse vir!

Lá se vai o pulmao do Costa



Segundo o Semanário Económico de 15-06-2007 o Governo nao pode considerar estudar a hipotese Portela+1 porque necessita da receita das vendas dos terrenos da Portela para financiar a construcao do novo aeroporto.

Coisas Que Realmente Impressionam

O que mais me impressionou no caso da Universidade Independente foi ter tomado consciência de que havia Universidades com cursos de Engenharia Civil sem sequer terem laboratórios.

Eu que sempre olhei para os edifícios do Técnico com aquela admiração de quem imagina que no seu interior se escondem máquinas complexas onde os nossos futuros engenheiros aprendem, através da experimentação, os problemas da hidráulica ou os segredos das resistências das estruturas, descubro que afinal qualquer salita de aula serve para se ensinar a construir casas.

I Think I Would Like a Cup of Tea.



No outro dia fui a Londres assistir à cerimónia de graduação do meu sobrinho/afilhado, que terminou o seu mestrado no Imperial College (uma das mais conceituadas universidades na área da Engenharia).

Ficam-me duas notas:

1. A pompa e circunstância da cerimónia são uma reverência à tradição. Este respeito está fortemente enraizado nos Britânicos e é uma componente importante na sua cultura. É com estas coisas que se alimenta a cultura de um povo.

2. Dos cerca de 1400 Mestres que completaram cursos de Engenharia neste ano cerca de 80% eram Asiáticos e grande parte deles regressa ao seu país. No comments!

Tudo na mesma como a lesma!




Apesar de toda a gente saber que tudo vai continuar na mesma o António Costa vai ser o próximo Presidente da Câmara de Lisboa; Apesar de toda a gente saber que tudo vai continuar na mesma os PS/PSD’s vão ganhar as próximas eleições legislativas; Apesar de toda a gente saber que tudo vai continuar na mesma o Cavaco Silva vai ter um segundo mandato …

Por outro lado....



A ideia de que o Governo só aceitou isto para livrar o Costa de embaraços é engraçada.

Chapelada

O Meu Amigo António (2)

O Meu Amigo António explicou-me as razoes que levaram o Governo a mudar de posição em relação às alternativas à Ota:

- Então tu não sabes que o Sócrates andou metido em trafulhices no caso Freeport?! Pois é, agora os Ingleses ameaçaram que se xibavam se o gajo não fizesse o aeroporto lá ao pé (piscadela de olho marota)! Essa história do estudo financiado não se sabe por quem é tudo tanga….

Desculpem, mas já estava com saudades!

Desblindagem dos Estatutos




Algum dia teria que acontecer!

O Merdex abre-se finalmente ao mundo, e a partir de hoje altera as regras internas que até aqui limitavam a linkagem de blogs.

Em sede própria foi decidido que cada contribuidor poderá escolher três blogs que serão listados na respectiva barra dos favoritos, ali à direita.


PS: caros contribuidores façam o favor de, se assim o desejarem, criar uma pequena secção com os vossos blogs favoritos. Alternativamente, no caso de dificuldades técnicas, podem enviar-me os nomes dos vossos blogs que eu cá me encarregarei de os listar.

O Dilema Moral




O Alex diz ali em baixo que A ÉTICA DA REPÚBLICA É A LEI!
É verdade que na altura não comentei, mas não concordo com a posição (a polémica faz parte da nova estratégia de marketing do Merdex).

A posição do Alex toca um relativismo que não partilho e que, na minha opinião, abre a porta a situações que nunca poderia tolerar. Ao negar a existência de uma moral fora da lei o Alex está precisamente a fazer o que não queria: está a impedir o livre arbítrio de distinguir entre o Bem e o Mal e está a entregar, de bandeja, esta distinção a terceiros.

Quando diz que “Nada impede que cada um, individualmente, possa agir conforme a Ética. A sua.” não é verdade: na sua óptica há – é a Lei!

Compreendo que o Alex odeie “todos os grupos moralistas que julgam ter a Verdade”. Eu também os odeio (!); mas isso tem mais a ver com uma questão de mentalidades do que com um dilema moral.

Visionários



Quando, em tempos lá mais para baixo, se discutiu neste blog a questão das dicotomias esquerda/direita, a generalidade das opiniões foi no sentido de que hoje se tornou mais relevante falar de uma dicotomia entre “os que defendem a mudança”/”os que são contra a mudança” (Manolo dixit).

Nos últimos dias tem sido muito comentado um artigo do Tony Blair (julgo que na Economist) em que ele refere algo como: hoje, tão importante como a discussão entre esquerda/direita, é a discussão entre aberto/fechado.

O Merdex sempre à frente do seu tempo!

Pedacocos



Irrita-me profundamente a orgia de opinices sobre como se deve educar, ensinar, lidar, compreender, …. pentear, vestir,… os bebés, as crianças, os jovens, os adolescentes….

Mas afinal qual era mesmo o problema, antes destas iluminadas teorias?

Declaracao de Voto

Tareão

Fim-de-semana é tempo de lar os jornais. Quando acabo sinto-me como se tivesse levado uma valente carga de porrada.

Esta semana fui logo atingido por uma cabeçada da Bragaparques, depois levei uns directos do Ministério Publico e umas biqueiradas valentes do Governo. Já quase no chão ainda encaixei uma joelhada do Ministério da Educação e no fim, só mesmo pelo gozo, ainda tive que aguentar uns carolos dos candidatos à CML….

Lugares-comuns.....



O contrato cidadão/Estado está inquinado por um passado em que o Estado se foi apoderando de uma grande parte da capacidade de decisão individual dos cidadãos. Fê-lo coercivamente (Estados absolutos, fascistas, comunistas e quejandos), e mesmo depois de perder algumas dessas suas características autoritárias não devolveu aos cidadãos toda essa individualidade que lhes foi roubando.

Hoje é evidente a incapacidade do Estado para gerir com eficácia este contrato e dar respostas rápidas e eficientes às complexas solicitações que lhe vão sendo pedidas.

A redefinição dos modelos, com o objectivo de criar uma sociedade mais justa e equilibrada, tem que começar por uma redefinição do papel do Estado!

Mai nada!

O Meu Amigo António




Por motivos puramente circunstanciais almoço quase todos os dias com um colega Português, de seu nome António (nome verdadeiro).

O meu amigo António acumula todos os defeitos de personalidade em que eu possa pensar, e é por isso que eu o utilizo como o meu Barómetro da Estupidez (ou seja, quando quero verificar a sensatez de alguma ideia eu comento-a com ele: se a resposta é o habitual comentário idiota, está tudo bem; se pelo contrário ele concorda, então algo está mal e eu regresso ao meu gabinete, pensativo e a tentar descobrir as enfermidades da minha consideração).

Hoje decidi comentar com ele uma reportagem publicada na Sábado da semana passada sobre pedofilia. A reportagem é revoltante e ao mesmo tempo assustadora (uma jornalista fazendo-se passar por uma miúda de 12 anos foi imediatamente assediada e convidada para conversas e encontros com adultos). Curioso, decidi submete-la ao Barómetro: depois de uma ténue concordância sobre a gravidade do problema (que me chegou a preocupar), logo veio a sentença final:

“pois é, pá, mas também tens que ver que hoje as miúdas andam por aí com umas mini-saias que quase lhes deixa ver o rabo…… e depois admiram-se!”

Confesso que desta vez tive que me conter para não o mandar para o c****! mas depois controlei-me… em favor da manutenção do meu “disfarce”.

Ainda tentei argumentar mas estou certo que sem nenhuns resultados. Aliás nestes casos acho que resultados, resultados… só mesmo com a castração!

Viva Portugal.




As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

-- Luís de Camões,
Os Lusíadas (1572)
Canto I, 1--2

A beber

Isto de discutir politica sem se beber nada é que nao pode ser.



Recomendado! Só mesmo com um pinguinho de água...

Todos ao molho e fé na Europa!



Mini, médio ou grande a Europa precisa de um novo tratado em forma de Constituição!
A melhor forma de legitimar este tratado é através de um sufrágio directo, universal e feito simultaneamente em todos os países membros!
Mai nada!

Vote For Me!

1. Os sistemas descentralizados são uma das chaves de sucesso em algumas das áreas que tem tido índices de desenvolvimento mais significativo (comunicações, gestão, sistemas computacionais, …) porque permitem uma gestao dos recursos mais eficaz.

2. Regra geral, os sistemas mais pequenos e menos complexos sao mais fáceis de gerir.

3. Em última análise um autarca tem sempre como objectivo aumentar o número de constituintes da sua congregação.

Objectivo: criar um sistema descentralizado, assente no princípio da subsidiariedade, que fomente a competição entre autarquias para que estas se sintam estimuladas a atrair mais habitantes. O desenvolvimento regional que advém desta competição, e o próprio fluxo de populações que ela pode originar, servirão de mola impulsionadora ao desenvolvimento Nacional.

Proponho:

Transferência de competências para as Autarquias: Fiscalidade, Segurança, Obras Publicas, Trabalho e Segurança Social, Saúde, Educação, Cultura, Turismo, … (enfim, praticamente tudo!)

O Estado:
- Assegura a Defesa, Justiça, Politica Externa
- Apoia uma rede de Agencias Nacionais que actuam em áreas onde não se justifique ou não faca sentido a multiplicação de serviços locais (i.e. Defesa do Consumidor, Qualidade Ambiental, Imigração, …)
- Gere um Fundo de Coesão (segundo os mesmos princípios do da EU)
- Gere as Finanças Nacionais de forma a garantir os nossos compromissos internacionais
- Estabelece metas e bandas de convergencia em algumas áreas (niveis de educacao minimos, salário mínimo, ...)


(como não percebo muito de finanças nao opino sobre como financiar o Estado, mas algum sistema haveria de se encontrar…)

O Governo passa a ser eleito directamente (os partidos apresentam as listas do elenco governativo e respectivo programa; o sistema é aberto a listas independentes). O Parlamento Nacional é constituído proporcionalmente por representantes das Autarquias.

Eu nao queria mesmo falar da Ota ... mas já que me perguntam:

A minha solucao é Portela+1

1. Manter a Portela e adequá-la principalmente para os sectores do low-cost e business aviation (os dois sectores que tem sido, e vão continuar a ser, os responsáveis pelo aumento do tráfego aéreo). Adequá-la significa, por exemplo, reduzir os serviços aos mínimos para reduzir igualmente as taxas de aeroporto (factor essencial no planeamento de rotas das companhias low-cost)

2. Construir um segundo aeroporto vocacionado para: voos intercontinentais (longo-curso), para os passageiros em transito e para serviços relacionados com a actividade aeronáutica (manutenção, construção, treino, formação, …).

As vantagens desta solução:

A. O facto de manter a Portela em operação com baixas taxas de aeroporto permite continuar a promover Lisboa como um destino low-cost, city-break, congressos, … como permite também um acesso fácil aos homens-de-negócios que cada vez mais viajam em business-jets.

B. O novo aeroporto vai permitir a operação dos grandes aviões e dar as condições à TAP para poder continuar a concorrer por um lugar de destaque nas ligações com a América do Sul (é natural que as taxas neste aeroporto sejam mais altas mas estas taxas mais altas são mais facilmente diluídas nos custos dos voos de longo-curso). Permite ainda afastar do centro urbano de Lisboa os aviões mais poluentes. Permite também potenciar a região onde estiver localizada como um cluster para a industria aeronáutica (sector de grande valor acrescentado em que eu acho que Portugal pode e deve ganhar mais destaque).

Esta solução distingue três fluxos distintos de passageiros e permite adequar os serviços às características particulares a cada um dos fluxos: um de viagens curtas em que o tempo para chegar ao destino final é muito importante; um de viagens longas onde este tempo fica mais facilmente diluído no tempo total da viagem; e outro de passageiros em transito que regra geral nem saem do aeroporto.

O argumento que ouvi até agora contra o Portela+1 é que não é economicamente viável porque duplica os custos. Não percebo a objecção.

Nota final: a aviação Europeia vai entrar na revolução mais importante de toda a sua história. Eu compreendo a urgência da decisão de começar a construir o novo aeroporto (ou melhor, não compreendo mas pronto….) mas achava talvez mais sensato ver primeiro o desfecho destas importantes mudanças antes de colocar a primeira pedra.

Ora atao vamos lá a ver se o blog anima.



Nem que seja para discutir o sexo dos "anjos" ....

Eu nao quero falar da Ota mas ....

Fazer umas análises tipo custo-beneficio de duas ou tres opcoes (como tem vindo a ser proposato) parece-me acertado.

Nao quer dizer que depois a decisao politica vá necessáriamente no sentido da opcao mais barata, mas o contribuinte tem direito a saber qual o delta que vai pagar por o Governo ter optado por determinada solucao.

A existencia de um enquadramento que obrigue a que se apresente publicamente as relacoes custo-beneficio dos investimentos publicos parece-me uma boa ideia.

Eu nao gosto de economes; gosto é de perceber as coisas!

Uma questao de justica....

"Menos férias que na Europa" , Diário Notícias de 05-06-2007

Ah! Voces querem fruta ?! Entao toma lá ......

"Portugueses são quem mais falta por doença", Diário Económico de 05-06-2007