MAIS UM PASSO PARA O ABISMO...


Não sou maníqueista. Para mim não há os bons e os maus. No conflito do médio oriente não sou a favor de Israel nem dos palestinianos. Sou pela Paz.
Não vou aprofundar as razões que, na minha opinião, originaram a crise actual. Só realço uma questão : na altura que, aparentemente a Fatah e o Hamas chegaram a acordo num referendo que abriria espaço para um processo de paz com Israel, aconteceu o rapto do cabo israelita, e o processo evoluiu para a situação actual.
Não tenho dúvidas que há forças em ambos os lados que não querem a paz.
E o que é mais revoltante é que o Líbano estava a ser reconstruído depois da retirada israelita em 2000 e da recente retirada Síria. Era um país com um governo saído de eleições livres onde decorria um plano de privatizações da Economia. Em suma era um país que estava a ser recuperado para o nosso lado. E é esse país que está a ser completamente destruído!
Também sei que Israel pode cometer as maiores barbaridades e ficar impune, só não lhe é permitido uma coisa: ser derrotado. A derrota seria o fim do Estado de Israel.
Como alcançar uma paz nesta situação? Parece-me que a escalada não tem retrocesso e estamos no caminho da guerra. Que é uma guerra mais abrangente, envolve no limite Estados Unidos e Irão e em último grau a tal guerra de civilizações.
É aterrador.
E a comunidade internacional? E a União Europeia?
Quando o governo de Israel declara que os seus ataques estão legitimados pela ONU depois da conferência de Roma não saiu uma resolução no sentido do cessar fogo…
Daqui podemos avaliar da força das Nações Unidas!
E atenção ao pequeno pormenor do aviso da China : a atitude dos USA não querendo condenar o ataque às instalações da Onu e consequente morte de 4 funcionários, vai ter consequências quando se discutir a questão nuclear do Irão…
Estamos a caminhar para o abismo. Esta crise do Líbano é mais um passo…
Saúdinha

EU JÁ GANHEI!



O governo decidiu alterar as contagens de tempo minimo nos parques de estacionamento. Houve uma grande polémica em redor desta medida, que aparentemente, seria objecto de um grande consenso.
Mas parece que as empresas proprietárias dos parques aproveitaram as mudanças de período para aumentarem as tarifas brutalmente.
Eu uso muito esses parques. Há um, o do Martim Moniz onde pagava sempre, estando 10 minutos ou 1 hora, 1,20 €. Como nunca estou mais de 20 minutos acho caríssimo.
Com a nova tabela, já lá fui várias vezes, fico sempre cerca de 20 minutos e pago 0,90 €!
Eu ganhei!
Saúdinha.

DESIGUALDADE

Li um artigo na Visão onde se comentava um artigo do Financial Times. Nesse artigo defendia-se a desigualdade. A desigualdade baseada na capacidade de trabalho, na ambição, nas capacidades individuais, resumindo, no mérito de cada um.
Estou de acordo. Não somos todos iguais, cada um é livre de querer ter mais ou menos, a noção de felicidade é subjectiva, a realização de cada um é diferente dos demais.
Nesse artigo defendia-se essa desigualdade desde que cumpridas três condições :
1ª - A riqueza geral deveria ir aumentando
2ª - Existência de uma rede de segurança para os excluídos dessa riqueza
3ª - Garantia de igualdade de oportunidades.

Completamente de acordo. É da concretização destas 3 condições que cada um pode ser livre de ser o que quiser ser. E como concretizamos essas condições ? É na forma de se chegar lá que deve ser a discussão política, nomeadamente qual a intervenção do Estado de modo a gerar condições para se cumprir aquelas metas.

Na minha opinião :
1ª - O mercado é aquele que responde à necessidade de crescimento económico. É da livre concorrência que nasce a eficácia económica. São os empresários que devem procurar o lucro e investir de modo a criar riqueza que gera emprego. O Estado não deve ser agente económico. Não deve produzir bens e serviços, isso deve ser deixado à iniciativa privada. O Estado tem um papel forte no que respeita à regulação do mercado, à fiscalização e deve ter uma Administração leve e virada para a solução dos problemas. Deve ter uma política fiscal e orçamental de modo a haver acumulação de capitais para investimento e poupança, a redistribuir a riqueza, a criar condições de gerar emprego (liberalização da legislação laboral) e a criar condições de investimento (público e privado) em áreas que têm a ver com o papel que considero motores do desenvolvimento : Escolas, Hospitais, Tribunais, Vias de Comunicação, Defesa, etc.

2ª - O Estado Providência, o modelo social que existe tem que ser alterado. É uma discussão actual, e a única certeza que há é que a continuar assim vai-se chegar a uma altura que não vai haver dinheiro para pagar aos pensionistas, os custos com a Saúde, etc. É uma questão de natalidade, de aumento da esperança de vida e da concorrência global. Estão a ser feitas reformas que dariam outra discussão. Aqui o que pretendo é dar a minha opinião sobre o que um Estado deve intervir nesta questão da rede de segurança aos necessitados. Na minha opinião a grande alteração é o fim da universalidade das prestações sociais e passar a dar-se a assistência a quem realmente necessita. Já foram dados alguns passos nesse sentido, por ex. a nova lei do subsidio de desemprego, da prestação do abono de família. O Estado deve continuar a garantir um rendimento mínimo garantido, a assistência na Saúde àqueles que devido ao seu baixo rendimento não conseguem ter um seguro de saúde mas deve tentar convencionar prestadores de cuidados de saúde, lares de terceira idade, etc pois não é tarefa do Estado prestar esses serviços. Estes serão sempre melhor prestados por privados. Quanto às reformas defendo a capitalização dos descontos feitos por cada um. Essa era o conceito original, mas devido a várias razões o sitema passou da capitalização para a repartição. Hoje o que eu desconto não é para capitalizar mas para pagar a pensão a alguém. Portanto qualquer alteração será sempre muito difícil pois os actuais pensionistas não podem deixar de receber a sua pensão. De que não tenho dúvidas é que o Estado tem que garantir menos. E não me choca se o governo decidisse limitar o montante máximo das pensões para um valor, por exemplo, de 5000 €. Não me parece correcto eu descontar agora para pagar pensões milionárias e saber que vou receber uma pensão mínima (vide estas noticias chocantes sobre a pensão de Manuel Alegre da RDP. Mas não é só ele. Acumulação de pensões e de cargos, tudo a comer à conta do orçamento e depois pedem-nos sacrifícios. É infame!).
Depois temos os desempregados, os deficientes, os idosos… Julgo que é missão de um Estado desenvolvido lutar contra as misérias da sua população.

3ª - Esta é o grande tema. Enquanto esta condição não se cumprir ninguém pode pensar que cada um tem liberdade para ser feliz à sua maneira. E como se consegue isto ? Garantir o acesso à educação, à informação, o acesso à Justiça, lutar contra a miséria, em suma haver igualdade de oportunidades. Se uma criança for para a escola com fome é sabido que não tem capacidade intelectual para apreender os conhecimentos.
A Escola é o inicio do combate à desigualdade de oportunidades. Defendo a escola pública mas defendo também que se introduza a concorrência entre as escolas. Desde a escolha do seu quadro docente (medida a concretizar por este governo ), até à liberdade dos pais a escolherem a escola dos seus filhos. E seria a escolha desses “clientes” que fariam aumentar os orçamentos das escolas.
A Justiça é outro dos eixos para a igualdade de oportunidades. É inaceitável que alguém seja condenado por não ter dinheiro para constituir a sua defesa enquanto outro, pelo mesmo delito consegue, por conseguir um bom advogado, safar-se à respectiva sanção.


Sei que já vai longo, e vou terminar. O mundo seria ideal se cada um vivesse consoante o seu mérito. Para isso é preciso cumprir as três condições de que falava o Financial Times.

Saúdinha

PAI, NÃO PERDOES QUE ELES NÃO SABEM O QUE FAZEM !


Por despacho do Secretário de Estado da Educação, os alunos poderão repetir os exames finais do 12º ano de Fisica e Quimica sem perderem a hipótese de se candidatarem ao Ensino Superior na 1ª fase.
Justificam com as notas anormalmente baixas nestas disciplinas que têem novos programas.
A Associação de Pais munido de pareceres da Sociedade Portuguesa de Química e da Associação de Professores de Matemática (APM), que denunciaram a existência de «incorrecções nos enunciados, alguma confusão na formulação das perguntas e desajustamento entre o tempo estipulado para a realização da prova e o efectivamente necessário», exige que a repetição de exames se alargue às disciplinas de Matemática e Biologia.
A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) defende no que este regime excepcional possa ser alargado a todas as disciplinas, embora remeta para o ME qualquer decisão nesse sentido, «dado o impacto organizacional que poderá ter no seu âmbito».
O Ministério já veio dizer que em termos logistícos essa repetição de exames é impossível, no entanto, o Ministério manifesta-se «disponível para, em articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, analisar» aquela proposta. O porta-voz do Ministério admite que o alargamento deste regime excepcional à generalidade dos estudantes possa acontecer já no próximo ano lectivo.
O que é isto ? Começa por haver incompetência na elaboração de exames ou na incapacidade de transmitir conhecimentos ou ainda desleixo de quem está a estudar para chegar à Universidade, ou ainda uma mistura das três coisas.
Qual é a solução para este somatório de incompetência, incapacidade e desleixo ? Não faz mal, repete-se tudo ! Começa-se tudo outra vez ! E parece que a coisa pode passar a ser a regra. Para o ano há sempre uma segunda oportunidade !
Qual é a mensagem de rigor, valorização do mérito, de responsabilização que se dá ?
Eu aguardo que os responsáveis por esta trapalhada sejam encontrados e punidos. Ou será que , mais uma vez, não há responsáveis ?
Ao contrário de Jesus, eu diria : Pai, não perdoes que eles não sabem o que fazem !
Saúdinha !